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Ida Gerhardt | |
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Nascimento | 11 de maio de 1905 Gorinchem |
Morte | 15 de agosto de 1997 (92 anos) Warnsveld |
Cidadania | Reino dos Países Baixos |
Irmão(ã)(s) | Geertruida Gerhardt, Mia Gerhardt |
Alma mater |
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Ocupação | poeta, tradutora, escritora |
Distinções |
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Página oficial | |
http://www.idagerhardt.nl/ | |
Ida Gardina Margaretha Gerhardt (Gorinchem, 11 de maio de 1905 – Warnsveld, 15 de agosto de 1997) foi uma poeta e classicista neerlandesa. Tem também literatura traduzida do latim e o hebraico, incluindo otradução dos salmos a partir de 1972, que três anos mais tarde foi também incluída no Willibrordvertaling.
Os pais de Ida Gerhardt foram Dirk Reinier Gerhardt (1871) e Grietje Blankevoort (1873), que casaram em 1898. O seus filhos foram Truus (1899-1960), Everardus (1901), que viveu apenas um dia, Ida e Mia (1918-1988). A família mudou-se em 1904 de Alkmaar para Gorinchem depois de Dirk Gerhardt ter arranjado trabalho como diretor duma escola técnica. As irmãs estavam ansiosas por aprender. Isso não foi do agrado da mãe, com quem Ida teve um relacionamento ruim.
Em 1916, frequentou, também, contra os desejos da sua mãe, o Erasmiaans Gymnasium, onde ela teve aulas com o poeta J. H. Leopold, que a Ida inspirou o amor pela literatura clássica, e também pela filosofia e poesia. e onde também encontrou à que seria a sua parceira mais tarde, Marie van der Zeyde.
Depois de Ida fazer, em 1924, o seu exame final, estudou línguas clássicas em Leiden. A sua mãe ficou daquela mentalmente doente e teve que ser ingressada numa instituição a tal efeito. Sobre este decisivo evento Gerhardt vai escrever mais tarde o poema De Mantel. Não muito depois, foi embora a Ida da que fosse a sua casa. Ela teve de ir logo para Utrecht para aulas na faculdade e não foi já mais apoiada financeiramente. Um ponto positivo foi que ela lá conheceu Marie van der Zeyde, que lá estudava literatura holandesa. Gerhardt deixou ler a Van der Zeyde um dos seus primeiros versos.
Em 1933, superou Gerhardt o seu exame doutoral, mas não havia emprego em tempo de crise. Ficou desempregada e pobre. Em 1934, foi novamente admitida na casa dos seus pais. No mesmo ano, sua mãe morreu. Em 1935, começou Gerhardt seriamente a escrever poemas. A sua irmã Truus Gerhardt tinha-se tornado também escritora e publicou daquela a sua primeira coleção: De engel met de zonnewijzer (O anjo com o relógio de sol). Um ano depois, apareceu o primeiro poema de Gerhardt Kinderspel (jogo de criança) no jornal Tijd en Taak (Tempo e Tarefa), para o que Marie van der Zeyde também trabalhava. Eventualmente, ela encontrou trabalho no Stedelijk Gymnasium de Groninga.
Uma crítica negativa de Marie van der Zeyde na segunda coleção de Truus, Laagland ( Terras Baixas) (1937), levou a uma desavença entre Gerhardt e Truus. Entretanto, Ida traduziu o salmo latino De Rerum Natura de Lucrécio, que faria parte em 1942 da sua promoção.
Em 1940, Gerhardt arranjou emprego no liceu municipal de Kampen, onde ela se comprometeu muito. Aqui também tem desenvolvido o seu amor da paisagem rica em água que nos poemas tardios ela viria a expressar.
O primeiro livro de Ida Gerhardt - a coleção Kosmos - apareceu em 9 de maio de 1940, um dia antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial. A ocupação inspirou um dos seus mais famosos poemas, Het Carillon ( O Carrilhão), que, em 1945 apareceu na sua segunda coleçao: Het Veerhuis. Por ela recebeu o prémio Lucy B. en C.W. van der Hoogtprijs, mas a família da Ida criticou-o. No entanto ela escreveu em Kampen três coleções de poesia e traduziu Georgica de Virgílio.
Em 1951, interessou da Ida a sua forma de ensinar, que ela tinha desenvolvido em Kampen para também ser aplicada na Werkplaats Kindergemeenschap de Kees Boeke. Ela chegaria lá a dirigir um departamento de ginásio. Em 1953 morreu o pai da ida.
Em 1955 publicou-se a coleção Het Levend Monogram (O Monograma Vivo) que descreve a relação da jovem Ida com o pai e a mãe:
(Eu - amiga do silêncio, animal e planta, escrevi à sua vontade, com cabelos grisalhos os horrores da minha infância nesta passagem para o seu pais)
“ | :Ik – vriend van stilte, dier en plant,
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” |
Ida Gerhardt foi em 1956 para Bilthoven para viver com a sua amiga Marie van der Zeyde. A morte da sua irmã, Truus, em 1960, inspirou Ida os poemas da sua coleção De Hovenier (O Jardineiro) (1961). Depois da sua saúde também declinar, ela foi em 1963 rejeitada no seu trabalho. No entanto, encontrou uma nova vocação: uma tradução dos Salmos diretamente do hebraico da Bíblia para o holandês. Ela aprendera hebraico, em 1964, com estudos bem sucedidos e cum laude, e trabalhou com a Marie numa nova tradução dos Salmos. Para encontrar paz foram a Ida e a Marie muitas vezes por longo tempo para a Irlanda, onde elas começaram em 1966 o seu projeto. A Marie não queria realmente estabelecer-se na Irlanda, e por isso foi que as amigas se estabeleceram num lugar calmo, em Eefde. A tradução dos Salmos foi publicada em 1972.
Esta tradução foi utilizada por seis músicos sacros dos Beneditinos, da irmãs Beneditinas e dos Cistercienses, que, unidos no Grupo de trabalho intermonasterial para a Liturgia, procuravam uma tradução dos Salmos para composição musical que pudesse ser digna sucessora dos textos em latim. Essas novas traduções em todos os modos gregos foram publicadas como Livro de Salmos na Katholieke Bijbelstichting em 1975. Todos os 150 salmos são cantados com regularidade ordenada durante as orações diárias do coro nas abadias holandesas. Na coleção católica de músicas para a liturgia são incluídas outras 67 traduções deste Salmo executadas por vários compositores holandeses e belgas, muitos das quais faziam parte do Grupo intermonasterial de trabalho para a Liturgia. Também Gerhardt e Van der Zeyde participaram regularmente.
Nos anos setenta e oitenta foi Ida Gerhardt cada vez mais conhecida como autora, em parte devido aos comentários favoráveis de Kees Fens e outros. Já na década de sessenta o seu poema De Akelei (O Barro), foi parte de antologias para se lerem na escola secundária. Nas coleções de poesia clássica de Johan Polak as coleções da Ida foram regularmente reimpressas. Em 1980, publicou a sua coletânea de poemas pela primeira vez; a edição foi concluída mais tarde e em 2014, apareceu a reimpressão número 13.
Em 1988, ela trabalhou no filme De Wording (A Redação) de Cherry Duyns, um presente que foi oferecido a Beatrix da Holanda, pelo seu 50 aniversário. Nele, ela pode ser vista em "de wording" do poema Langzaam opent zich het inzicht (Lentamente se abre a introspeção).
Em 2005, o músico eclesiástico William Bird , incluiu dois dos seus poemas – ""Zevenmaal om de aarde te gaan" (Sete voltas à Terra) e "Het andere land" (O outro país) – numa melodia.
Mieke Koenen, classicista e professora de latim na universidade, publicou no início de 2014 uma extremamente detalhada biografia sobre Ida Gerhardt, pela que, em junho de 2015, recebeu o prêmio OIKOS. Koenen explica a partir de recém descobertos arquivos, registros, cartas, palestras e poemas inéditos ligações entre a obra literária de Gerhardt e a sua vida.
No final dos anos oitenta, começou a poeta a sofrer de ataques de paranóia e retrocedeu mentalmente. Faleceu em 1997, numa casa de repouso. Marie van der Zeyde já tinha morrido em 1990.
Ida Gerhardt descreve em poderosos termos um grande número de temas, tais como as tensões duma infância infeliz, a hipocrisia, e o declínio da paisagem holandesa. Também o uso de figuras estilísticas emprestadas dos poetas e escritores clássicos. Ela era uma mulher religiosa, como evidenciado pelo seu trabalho, mas a la vez crítica da mente estreita dos ambientes calvinistas. Gerhardt manteve-se fiel a um estilo tradicional, que, no entanto, conseguiu controlar e atualizar.