Os Jagdstaffeln (frequentemente abreviado para Jastas) foram esquadrões de caça especializados na Luftstreitkräfte durante a Primeira Guerra Mundial.
Antes de Abril de 1916, o Serviço de Aviação Militar Alemão, (Die Fliegertruppen des deutschen Kaiserreiches) que existia desde 1912, era organizado em pequenas unidades genéricas (Feldfliegerabteilung) subordinadas ao controle do exército ao qual estavam associadas.[1]
Depois das batalhas de Verdun e do Somme, com a patente superioridade das unidades do Royal Flying Corps, houve uma completa reestruturação do Serviço de Aviação Militar Alemão, que apesar de permanecer ligado ao Exército, foi expandido e unidades especializadas foram criadas, incluindo a primeira unidade de caças de um só lugar, o jagdstaffeln (literalmente esquadrão de caça).[2]
Com o objetivo de se equiparar com os esquadrões de caça já operados com sucesso pelo Royal Flying Corps inglês e e pela Aéronautique Militaire francesa, foi estabelecido em Abril de 1916 o objetivo de criar 37 novos esquadrões de caça nos próximos 12 meses.
Oswald Boelcke como o melhor e mais conhecido piloto de caça alemão da época foi incumbido de organizar o "protótipo" desses esquadrões. O trabalho começou no Jasta 2 que em Setembro começou a receber os novos caças Albatros D.I que iriam permitir aos alemães restabelecer a sua superioridade aérea no ano seguinte. Boelcke morreu numa colisão em 28 de Outubro, mas suas táticas e técnicas foram documentadas e divulgadas na forma do manual Dicta Boelcke. Muitos dos pilotos do Jasta 2 treinados por Boelcke, se tornaram ases e adquiriram fama, sendo o mais conhecido: Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho.[3]
Em Abril de 1917, os 37 jastas projetados no ano anterior estavam em serviço, e haviam estabelecido a superioridade aérea alemã na Frente Ocidental. De fato, aquele Abril Sangrento ainda é tido como o mais desastroso período da aviação militar britânica. Essa situação no entanto, mudou com a entrada em serviço dos novos caças aliados, sendo os mais famosos o S.E.5a, o Sopwith Camel, e o SPAD S.XIII, todos eles melhores que os caças alemães da época, incluindo os mal sucedidos Albatros D.V e D.Va.[4]
A principal tarefa dos jagdstaffeln era a de atrapalhar o trabalho dos aviões de reconhecimento e bombardeio de dois lugares dos aliados sobre a frente de batalha. Missões ofensivas atrás das linhas inimigas eram evitadas.[5]
A publicidade em torno dos ases dos jagdstaffeln, rapidamente estabeleceu para eles um status de unidade de elite, e os esquadrões foram associados com diferentes reinos do Império Alemão. A maioria dos Jastas (cerca de 67 deles) eram considerados especificamente como Prussianos; outros foram associados aos reinos da Bavária, da Saxônia e de Wuerttemberg. As unidades Bávaras em particular, estavam associadas para fins de organização e suprimento com o (teoricamente independente) Exército Bávaro, o que não ajudou na eficiência dessas unidades.[6]
Para obter superioridade aérea temporária em determinada região, unidades de caça maiores eram estabelecidas, compostas de vários Jastas - e chamadas de jagdgeschwader e jagdgruppen. Essas unidades eram deslocadas de uma região da frente de batalha para outra conforme as necessidades táticas. A mais famosa dessas unidades foi a Jagdgeschwader 1 - composta pelos Jastas 4, 6, 10 e 11, e comandada até sua morte por Richthofen.[4]
Em Março de 1918, existiam 80 Jagdstaffeln na Luftstreitkräfte - a maioria deles, parcial ou totalmente equipadas com o Albatros D.V. Pouco depois disso, a muito adiada atualização de equipamento teve início, mais notadamente usando o Fokker D.VII, que pela primeira vez desde meados de 1917 disponibilizou aos Jastas equipamento equivalente ao dos seus oponentes.