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José Antonio Gurriarán López (El Barco de Valdeorras, 7 de julho de 1938 – Madrid, 31 de março de 2019) foi um jornalista e escritor espanhol.[1][2][3][4]
Na sua localidade natal O Barco de Valdeorras, viveu a sua infância e juventude e iniciou-se como jornalista, com esporádicas colaborações no jornal Sil e na estação de rádio Ondas do Sil. Foi para Salamanca estudar na escola secundária, e a Madrid para estudar jornalismo e direito. Realizou os seus primeiros trabalhos jornalísticos na agência Hispania Press: página de Madri A Noite —reportagens escritas e rádio—. Entrou no diário O Alcázar, onde foi redactor de acontecimentos, chefe de secção e enviado especial a lugares diversos, de Espanha e do estrangeiro: viagens do papa Pablo VI a Fátima e Pomezia, à Índia —onde entrevistou a Indira Gandhi e fez várias reportagens pelo país—, Nova York, Dallas, Fort Worth, Texas: investigação sobre a morte de John F. Kennedy, entrevistou os assessores do presidente assassinado, ao seu substituto Lyndon B. Johnson, a Marina Oswald, ao sheriff Bill Decker, etc.[4]
Passou por Teleradio ―artigos e entrevistas― e pela revista La Semana dirigida por Jesús María Zuloaga, quando era revista de informação: realizou entrevistas a Salvador Dalí, aos duques de Windsor, a Jacqueline Kennedy, etc. Após um ano e meio como diretor do Diário Montañés ingressou no diário Pueblo como redactor chefe; será depois subdirector e diretor e cobrirá diferentes acontecimentos mundiais: entrevistas com Neil Armstrong —o primeiro homem que pisou a Lua—, Juan Domingo Perón —expresidente argentino—, Diego Maradona —futebolista argentino—, Jean-Paul Belmondo —actor francês—, etc. Foi também diretor da edição espanhola da publicação internacional Revista National Geographic, apresentada em Madrid no dia 23 de dezembro de 1976.[4]
Na Televisão Espanhola ocupou cargos diretivos, fez viagens às repúblicas iberoamericanas, a União Soviética, Europa, e entrevistas e reportagens: primeira entrevista a Felipe de Borbón, atual rei de Espanha, quando era o príncipe de Astúrias e estudava em Lakefield (Canadá), aos presidentes chilenos Eduardo Frei e Ricardo Lagos, e ao presidente argentino Raúl Alfonsín.[4]
No dia 27 de novembro de 1980, quando José Antonio Gurriarán saía do edifício do jornal diário Pueblo, pensava ir ao cinema ver um filme de Woody Allen e enquanto caminhava pela Gran Vía de Madrid, ouviu uma grande explosão. Com a sua curiosidade e afán profissional aproximou-se para vê-lo: tinha explodido a fachada de Swissair. Entrou então numa cabine de telefone próxima para chamar o fotógrafo do seu jornal e nesse preciso momento explodiu outra bomba, mas a seus pés. Nesse atentado houve nove feridos, entre eles José Antonio Gurriarán.[5] Tinha sido um atentado armenio executado pelo ESALA (Exército Secreto Armenio para a Libertação de Armenia).
Ainda no hospital ―onde lutou para salvar as suas pernas― começou a ler livros e materiais sobre o caso e a história dos armenios. Tão cedo como saiu do hospital, José Antonio quis conhecer pessoalmente quem tinha perpetrado o atentado.[5]
Um ano depois, em 1982, em Líbano, encontrou aos líderes do ESALA e reuniu-se com eles. Os militantes tinham a cabeça tapada com um capuz para nao serem reconhecios e durante a entrevista nunca deixaram os fuzis Kaláshnikov. O jornalista deu-lhes um presente ―um livro do pacifista estadounidense assassinado Martin Luther King― ao líder do grupo armenio, para que pensasse no caminho que tinha elegido.[5] A Bomba, que foi traduzido ao armenio e ao francês teve grande repercussão internacional. Em maio de 2015 o diretor de cinema Robert Guédiguian apresentou no Festival de Cannes o filme Une histoire de fou [Uma história de loucos], baseada neste livro.
Depois de oito anos como correspondente de TVE em Lisboa, entrou na Rádio e Televisão de Andaluzia (RTVA) como diretor de Telejornais e foi nomeado, depois, diretor de um segundo canal que ele criou; fundou o espaço Andaluzia direto, contratou a Jesús Quintero —que estava afastado dos ecrãs —; fez um noticiário que apresentava, por primeira vez, uma cega: Nuria do Saz. Como jornalista e deficiente fisico que era, devido às consequências do atentado, sentiu-se especialmente orgulhoso deste facto: Nuria continuou com notável sucesso a sua função como apresentadora e jornalista durante muitos anos após a nomeação.[4]
Cansado do trabalho administrativos, pediu ir como correspondente à delegação de Bruxelas, onde esteve durante quatro anos. Visitou os 25 países membros, cobriu o Parlamento Europeu de Estrasburgo, os conselhos de ministros de Luxemburgo, as cimeiras comunitárias e quantos viajes pôde da troika comunitária —presidente em funções da União Européia, da Comissão Européia e responsável pela política exterior— e viajou com eles de Índia a Paquistão, de Síria a Líbano, da antiga Jugoslávia a Estónia, de Afeganistão à República Checa, etc. O clima de Bruxelas, aliado com as secuelas da bomba, criam-lhe problemas de saúde e, depois de dezassete anos, regressa a Madrid, onde viveu até sua morte.[4]
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value. Vazio., artículo en el sitio web Noticias Comunidad Armenia.
8. https://www.periodistadigital.com/periodismo/prensa/20140422/jose-antonio-gurriaran-cierre-medios-publicos-apunta-gran-hermano-berlusconizado-noticia-689400833203/
9. https://elpais.com/sociedad/2019/03/31/actualidad/1554069155_211038.html