José Manuel Coelho | |
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Coelho em abril de 2010 | |
Deputado à Assembleia Legislativa da Madeira | |
Período | IX Legislatura 1.º: 23 de abril de 2008 a 22 de dezembro de 2008; 2.º: 11 de janeiro de 2010 a 10 de março de 2011 X e XI Legislaturas 8 de novembro de 2011 a 2 de maio de 2018 |
Dados pessoais | |
Nome completo | José Manuel da Mata Vieira Coelho |
Nascimento | 22 de julho de 1952 (72 anos) Gaula, Santa Cruz, Madeira |
Nacionalidade | Português |
Progenitores | Mãe: Isabel da Mata Pai: José Vieira Coelho |
Partido | Partido Trabalhista Português (desde 2011) Partido da Nova Democracia Partido Comunista Português |
Profissão | Pintor da construção civil |
Ocupação | Político |
Website | coelhopresidente.wordpress.com |
José Manuel da Mata Vieira Coelho (Gaula, Santa Cruz, Madeira, 22 de julho de 1952) é um político português. Foi membro do Partido Comunista Português, autarca municipal por aquele e pela União Democrática Popular e deputado à Assembleia Regional da Madeira pelo Partido da Nova Democracia e pelo Partido Trabalhista Português.
Foi candidato à Presidência da República nas eleições presidenciais de 2011.[1] Nessa eleição, por assumir um voto de protesto e uma postura burlesca, foi alvo de comparações com Tiririca, humorista eleito deputado federal no Brasil pela mesma altura.[2][3]
José Manuel Coelho nasceu na freguesia de Gaula, município de Santa Cruz, na ilha da Madeira, em 22 de julho de 1952. É filho de Isabel da Mata, ex-freira da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, e José Vieira Coelho, poeta popular que declamava e vendia histórias em verso da sua autoria impressas em folhetos. Foi baptizado na Igreja Católica, mas converteu-se ao Adventismo pelas mãos do pai, que era membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia.[4][5]
Concluiu o 12.º ano de escolaridade após o serviço militar obrigatório cumprido em Angola. Foi pintor da construção civil antes de ingressar na política. Distribuíu o panfleto periódico Democratas de Gaula e foi diretor e ardina do jornal local satírico Garajau, que criticava mordazmente a política regional.[5]
Aderiu ao Partido Comunista Português (PCP) em 1977, do qual ainda era militante em 2011, segundo o jornal Público. Em 1981, ganhou uma viagem à União Soviética como prémio de melhor vendedor do Avante!, jornal oficial do PCP.[5]
Foi autarca no concelho de Santa Cruz, primeiro pela Aliança Povo Unido (constituída pelo PCP) e depois pela União Democrática Popular. Em 2007, após diferendo com a direção regional do PCP, aproxima-se do Partido da Nova Democracia (PND) e aceita ser candidato nas suas listas.
Nessa altura, na Madeira, o PND era protagonizado por quatro personalidades de direita e centro-direita (Baltazar Aguiar, Gil Canha, Eduardo Welsh e António Fontes), contestatárias dos sucessivos governos do Partido Social Democrata (PSD) na região e da malsucedida oposição e que coordenavam um jornal satírico local, o Garajau. Nesse ano de 2007, José Manuel Coelho foi alvo de uma busca policial à sua casa por suspeita de distribuir um panfleto periódico, os Democratas de Gaula, que tinha denunciado alegados casos de corrupção na Câmara Municipal de Santa Cruz. Após a busca à sua casa, Coelho dirigiu-se, «com a camisa toda ensanguentada, a queixar-se da brutalidade d[a] busca», à redação do Garajau, onde estava Gil Canha, até então seu desconhecido, e pediu-lhe que cobrisse o sucedido no jornal, «porque a imprensa regional não qu[eria] dar eco à sua queixa». A partir desse momento, passa a integrar o núcleo do PND e do Garajau. Segundo Baltazar Aguiar, procuraram alguém de esquerda para «equilibrar as coisas» e fazer do PND um partido de contestação mais amplo e encontraram essa pessoa em Coelho.[5]
Entre 2007 e 2011, associou-se ao PND, em cuja lista concorreu às eleições legislativas madeirenses de 2007 e que apoiou a sua candidatura nas eleições presidenciais nacionais de 2011.
Em março de 2011, passou a associar-se ao Partido Trabalhista Português (PTP), do qual é atualmente vice-presidente e de cuja secção regional na Madeira foi líder máximo.[6][7]
Nas eleições legislativas regionais de maio de 2007, Coelho concorreu em 3.º lugar na lista do PND. O partido conseguiu 2,08% dos votos e elegeu um deputado, pelo que Baltazar Aguiar, o primeiro da lista, assumiu o cargo. A 12 de abril de 2008, a propósito da visita próxima do presidente da República (PR), Aníbal Cavaco Silva, à Madeira, o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, defendeu que não deveria haver sessão solene no parlamento regional em honra do PR com o pretexto de «dar uma péssima imagem da Madeira mostrar o bando de loucos que está dentro da Assembleia Legislativa», referindo-se especificamente ao «fascista do PND».[8] Perante estes comentários, Aguiar decidiu suspender o seu mandato e, assim, a 5 de maio daquele ano, José Manuel Coelho tomou posse como deputado regional. A partir desse seu primeiro mandato político, Coelho começou a ganhar alguma visibilidade mediática até a nível nacional pelas suas tomadas de posição e exibições extravagantes em plenário.[5]
Em 2011, concorreu pelo PTP nas eleições legislativas nacionais de junho. O PTP obteve apenas 0,3 % dos votos a nível nacional, não conseguindo eleger nenhum deputado para a Assembleia da República. Devido ao protagonismo regional de José Manuel Coelho, o PTP seria mais feliz nas eleições legislativas madeirenses em outubro de 2011, obtendo 6,86 % dos votos e elegendo 3 deputados, posicionando-se como a quarta força política mais importante do arquipélago.
Deixou pela última vez a Assembleia Legislativa Regional da Madeira (ALRAM) em maio de 2018, cedendo o lugar ao seguinte na lista, conforme o sistema de rotatividade assumido pelo PTP.[9]
Enquanto deputado na ALRAM, Coelho protagonizou vários episódios inéditos e inusitados que foram alvo de atenção da comunicação social regional e nacional:
Em 30 de dezembro de 2010, apresentou a sua candidatura à presidência da República, com o apoio do PND, e tornou-se no primeiro madeirense a candidatar-se àquele cargo. Durante a campanha utilizou os tempos de antena para chamar a atenção da opinião pública para a repressão política na Madeira[13], o caciquismo do poder local em geral [14], o escândalo financeiro do BPN[15] e até para as circunstâncias comprometedoras da aquisição pelo PR Cavaco Silva da sua casa de férias no Algarve.[16] Os resultados eleitorais das presidenciais deram-lhe 189,901 votos que constituíram 4.49% do total, tendo sido o candidato mais votado no Funchal (41.15%), Machico (41.09%), e Santa Cruz (47.48%).
Em 2006, foi indemnizado nas ordem das centenas de euros por um funcionário do Governo Regional por ofensas à integridade física, depois de ter sido agredido por distribuir folhetos e denunciar casos de corrupção.[5]
Coelho já foi uma vez julgado em tribunal pelo crime de difamação do ex-autarca de Santa Cruz e agora deputado do PSD-M, Savino Correia, e por esse crime cumpriu trabalho comunitário.
Em janeiro de 2013 foi condenado a 18 meses de prisão, com pena suspensa, por dois crimes de difamação agravada contra o presidente e o vice-presidente do Governo Regional. Foi ainda condenado a pagar 2.500 euros ao chefe do executivo insular, Alberto João Jardim, e 5.500 euros ao seu vice-presidente, João Cunha e Silva, por danos não patrimoniais.[17]
Em janeiro de 2017 José Manuel Coelho foi condenado a um ano de prisão efetiva pelo Tribunal da Relação de Lisboa, cumprível ao fim de semana, num processo interposto pelo advogado Garcia Pereira.[18]
Em fevereiro de 2017, José Manuel Coelho pediu asilo ao autoproclamado Principado da Pontinha para evitar a pena.[19]
Em maio de 2018, foi condenado a ano e meio de prisão domiciliária e a uma indemnização de 20 mil euros por crimes de difamação e divulgação de fotografias ilícitas de uma juíza madeirense.[20]
Em julho de 2019 foi condenado a 3 anos e meio de prisão efetiva por quatro crimes de difamação agravada e dois de desobediência foi ainda condenado a pagar 28 mil euros em indemnizações[21].
Data | Partidos apoiantes | 1ª Volta | 2ª Volta | Status | Ref | ||||||
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Cl. | Votos | % | +/- | Cl. | Votos | % | +/- | ||||
2011 | PND | 5.º | 189 091 | 4,49 / 100,00 |
Não eleito | [22] |
Data | Partido | Circulo eleitoral | Posição | Cl. | Votos | % | +/- | Status | Notas | Ref | |
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2011 | PTP | Madeira | 1.º (em 6) | 7.º | 2 961 | 2,13 / 100,00 |
Não eleito | [23] | |||
2015 | 1.º (em 6) | 9.º | 1 748 | 1,40 / 100,00 |
0,73 | Não eleito | [24] | ||||
2019 | 1.º (em 6) | 8.º | 1 185 | 0,91 / 100,00 |
0,49 | Não eleito | [25] | ||||
2022 | 1.º (em 6) | 10.º | 689 | 0,54 / 100,00 |
0,37 | Não eleito | [26] | ||||
2024 | Lisboa | 1.º (em 48) | 14.º | 1 386 | 0,11 / 100,00 |
Não eleito | [27] |
Data | Partido | Posição | Cl. | Votos | % | +/- | Status | Notas | Ref | |
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2007 | PND | 3.º (em 47) | 7.º | 2 931 | 2,08 / 100,00 |
Não eleito | Assumiu o mandato em 2008. | [28] | ||
2011 | PTP | 1.º (em 47) | 4.º | 10 115 | 6,86 / 100,00 |
Eleito | [29] | |||
2015 | CM (PS.PTP.PAN.MPT) | 4.º (em 47) | 3.º | 14 573 | 11,43 / 100,00 |
Eleito | [30] | |||
2019 | PTP | 5.º (em 47) | 10.º | 1 462 | 1,00 / 100,00 |
Não eleito | [31] | |||
2024 | 4.º (em 47) | 10.º | 1 222 | 0,90 / 100,00 |
Não eleito | [32] |
Data | Partido | Posição | Cl. | Votos | % | +/- | Status | Notas | Ref | |
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2014 | PTP | 1º (em 21) | 10.º | 22 531 | 0,69 / 100,00 |
Não eleito | [33] | |||
2019 | 17º (em 21) | 16.º | 8 640 | 0,26 / 100,00 |
0,43 | Não eleito | [34] | |||
2024 | 1.º (em 21) | 16.º | 4 308 | 0,11 / 100,00 |
0,15 | Não eleito | [35] |