José María Vargas Vila | |
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Nascimento | Bogotá, Colombia |
Ocupação | Escritor e militante |
José María de la Concepción Apolinar Vargas Vila Bonilla, conhecido como José María Vargas Vila (Bogotá, 23 de junho de 1860 - Barcelona, 23 de maio de 1933), foi um escritor colombiano.[1] Com uma formação autodidata, participou em lutas políticas como jornalista, agitador público e orador.[2] Vargas Vila caracterizou-se por suas ideias libertárias e críticas ao clero, às ideias conservadoras e ao imperialismo estadounidense. Muitas de suas ideias são próximas ao existencialismo e foram-se afirmando como libertárias, afinado ao anarquismo a tal ponto que ele mesmo se declarou anarquista.
José María Vargas Vila nasceu o 23 de junho de 1860 em Bogotá sendo filho do general José María Vargas Vila e de Elvira Bonilla.[3]
Em sua juventude, exerceu a profissão de professor em Ibagué, Guasca, Anolaima e Bogotá.[1]
Vargas Vila participou na Guerra civil colombiana de 1884-1885 como soldado das tropas liberais radicais de Santos Deita.[1] Depois da derrota liberal, refugiou-se na região dos Planos do Casanare onde o general Gabriel Vargas Santos lhe ofereceu recepção e asilo. Por sua atitude crítica, o presidente de Colômbia nessa época, Rafael Núñez, colocou um preço por sua cabeça, e se exiliaría em Venezuela em 1886.[3]
Na cidade de San Cristóbal fundou e dirigiu revista-a Eco Andino junto a Diógenes Arrieta e Juan de Deus Uribe, em Caracas fundou a revista Os Refractarios, junto com outros radicais colombianos: Ezequiel Quartas, Avelino Rosas e Emiliano Herrera, perseguidos por Núñez.[4] Sua fama de panfletario cresceria e expandir-se-ia com esses primeiros escritos que recolherá em Pretéritas.
Em 1887 publicou sua primeira novela Aura as violetas em que segue o modelo romântico e que fosse levada ao cinema em 1922.
Em 1889 encontrava-se em Curazao, onde pôde ter coincidido com o general Joaquín Crespo, que por essas mesmas datas se tinha visto forçado a se transladar às Antillas desde onde tentou invadir a Venezuela, o que lhe valeu o cárcere e eventual retiro da política. Paradoxalmente, o presidente Raimundo Andueza Palácio expulsa-o de Venezuela em 1891, de onde, parte a Nova York. Nessa cidade trabalhou na redação do jornal O Progresso e travou amizade com o escritor e independentista cubano José Martí. Depois fundou a Revista Ilustrada Hispanoamérica, na que publicou vários contos.[4]
Em 1892 Joaquín Crespo à frente da Revolução Legalista entrou triunfante em Caracas e toma o poder. Vargas Vila viajou a Venezuela e ocupou o cargo de secretário privado de Crespo e conselheiro em assuntos políticos do novo regime. Crespo morreu dois anos mais tarde no combate da Mata Carmelera e Vargas Vila regressou novamente a Nova York em 1894.
Em 1898 foi nomeado pelo presidente do Equador, Eloy Alfaro como ministro plenipotenciario em Roma e é recordada sua negativa de ajoelhar-se ante o papa León XIII, ao afirmar: «não dobro o joelho ante nenhum mortal». Por causa da publicação de sua novela Ibis em 1900, foi excomulgado pela Santa Sé e recebeu a notícia com regozijo.[5]
Em 1903 fundou em Nova York a revista Némesis, onde criticava ao governo colombiano de Rafael Reis e a outras ditaduras latinoamericanas, bem como às imposições do governo estadounidense, como a usurpación do Canal de Panamá e a Emenda Platt sobre Cuba.[2] Em 1903 publicou nessa revista Ante os Bárbaros[6] depois do qual o governo de Washington lhe obrigou a deixar Estados Unidos.
Em 1904, o presidente nicaragüense, José Santos Zelaya, designou a Vargas Vila como representante diplomático em Espanha, junto ao poeta Rubén Darío.[4] Os dois foram integrantes da Comissão de Limites com Honduras ante o rei de Espanha, quem era então mediador no litigio. Mas essa missao durou pouco tempo; pois o colombiano cedo regressou à edição de seus livros e depois de breves estadias em Paris e Madri, assentou-se em Barcelona, onde iniciou, por acordo com a Editorial Sopena, a publicação de suas obras completas.[2] Rubén Darío dedicou-lhe um par de poemas: Cleopompo e Heliodemo e Propósito primaveral.
Vargas Vila faleceu depois de uma breve doença o 23 de maio de 1933 em sua residência da rua Salmerón de Barcelona.[7] Em 1980 Jorge Valencia visitou a tumba de Vargas Vila, no cemitério das Corts. Então empreendeu a tarefa de repatriar os restos do escritor. É bem como estes chegam a Colômbia o 24 de maio de 1981, sendo sepultado no Cemitério Central de Bogotá.[2]