Martial Gueroult

Martial Gueroult
Nascimento Martial Joseph André Gueroult
15 de dezembro de 1891
Le Havre
Morte 13 de agosto de 1976 (84 anos)
14.º arrondissement de Paris
Residência Boulogne-Billancourt, Estrasburgo, Ville-d'Avray
Cidadania França, Brasil
Estatura 1,69 m
Alma mater
Ocupação filósofo
Distinções
  • Comandante da Legião de Honra (1963)
  • Cruz de Guerra 1914-1918
  • Oficial da Ordem das Palmas Acadêmicas
  • Croix des services militaires volontaires
Empregador(a) Collège de France, Universidade de Paris, Universidade de São Paulo

Martial Gueroult foi um filósofo e historiador da filosofia notado pela análise das obras de autores modernos, em especial pela de Descartes.

Gueroult integra a École Normale Supérieure em 1912 , e é logo em seguida convocado ao serviço militar por três anos. Jules Vuillemin conta nestes termos a experiência militar de Gueroult:

"Mobilizado em 2 de agosto de 1914, Gueroult foi ferido em 20 de agosto na Batalha da Lorena (mais precisamente, na batalha de Bourgaltroff) por uma bala que o atingiu na cabeça sem lesar o cérebro. Deixado como morto, foi em seguida levado a um posto de socorros que foi atacado pelo inimigo. Dos trinta feridos, todos morreram, exceto três, um dos quais Gueroult [...]."[1].

Uma polêmica o opôs a Ferdinand Alquié quanto a Descartes: Gueroult estudava-o "segundo a ordem das razões", isto é, conforme um sistema, enquanto Alquié o estudava enquanto um percurso existencial.

História da filosofia

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  • La Philosophie transcendantale de Salomon Maimon, Paris: Alcan, 1929.
  • L’Évolution et la structure de la doctrine de la science chez Fichte, Paris: Les Belles Lettres, 1930 ; réédition, Hildesheim : Georg Olms 1982.
  • Dynamique et métaphysique leibniziennes, suivi d'une Note sur le principe de la moindre action chez Maupertuis, Paris: Les Belles Lettres, 1934 ; deuxième édition sous le titre : Leibniz: dynamique et métaphysique, Paris: Aubier-Montaigne, 1967.
  • Étendue et psychologie chez Malebranche, Paris: Les Belles Lettres, 1939; réédition, Paris : Vrin, 1987.
  • Descartes selon l'ordre des raisons, Paris: Aubier, 1953.
    • tome 1 : L'Âme et Dieu
    • tome 2 : L'Âme et le corps
  • Nouvelles réflexions sur la preuve ontologique de Descartes, Paris: Vrin, 1955.
  • Malebranche, Paris : Aubier-Montaigne :
    • I. La vision en Dieu, 1955.
    • II. Les cinq abimes de la providence. 1. L'ordre et l'occasionalisme, 1959.
    • III. Les cinq abimes de la providence. 2. La nature et la grâce, 1959.
  • Berkeley. Quatre études sur la perception et sur Dieu, Paris: Aubier-Montaigne, 1956.
  • Spinoza, Paris: Auber-Montaigne (livre inachevé, Gueroult ayant rencontré des problèmes à construire le passage du livre II au livre III de l'Éthique)
    • tome 1 : Dieu (Éthique, livre I), 1968
    • tome 2 : L'Âme (Éthique, livre II), 1974
  • Études sur Fichte, Paris: Aubier, 1974.
  • Études de philosophie allemande, Hildesheim: Georg Olms, 1977.
  • Études sur Descartes, Spinoza, Malebranche et Leibniz, Hildesheim: Georg Olms, 1997.

Filosofia própria

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Historiador da filosofia, Gueroult estudou vários grandes autores; mas, filósofo, não deixou de se interessar pelas condições de possibilidade de uma história da filosofia em geral.

O coroamento da obra de Gueroult deveria ser a Dianoemática (Dianoématique, em francês), mas morrera antes de acabá-la. É composta por dois livros:

  • livro 1 : Histoire de l'histoire de la philosophie, Paris: Aubier-Montaigne. [História da história da filosofia]
    • volume 1 : En Occident, des origines jusqu'à Condillac, 1984 [No Ocidente, das origens até Condillac
    • volume 2 : En Allemagne, de Leibniz à nos jours, 1988 [Na Alemanha, de Leibniz até nossos dias]
    • volume 3 : En France, de Condorcet à nos jours, 1988 [Em França, de Condorcet até nossos dias]
  • livro 2 : Philosophie de l'histoire de la philosophie, Paris: Aubier-Montaigne, 1979 [Filosofia da história da filosofia]

O primeiro livro examina as diversas relações que a filosofia pôde ter com sua história. O segundo põe a questão: como é possível uma história da filosofia, se tivermos em conta exigências aparentemente contraditórias da filosofia, enquanto o estudo das verdades eternas, e da história, enquanto escola de ceticismo?

Obras traduzidas para o português

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Descartes segundo a ordem das razões, São Paulo: Discurso Editorial, 2016.

  1. Association amicale des anciens élèves de l'École Normale Supérieure, 1977, p. 59