Mauro Carlesse | |
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Carlesse como governador. | |
9.° Governador do Tocantins | |
Período | 27 de março de 2018 a 6 de abril de 2018[nota 1] 19 de abril de 2018 |
Vice-governador | Wanderlei Barbosa |
Antecessor(a) | Marcelo Miranda |
Sucessor(a) | Wanderlei Barbosa |
Presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins | |
Período | 1 de fevereiro de 2017 a 24 de junho de 2018 |
Deputado Estadual do Tocantins | |
Período | 1 de fevereiro de 2015 a 24 de junho de 2018 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Mauro Carlesse |
Nascimento | 25 de junho de 1960 (64 anos) Terra Boa, Paraná, Brasil |
Prêmio(s) | Medalha do Pacificador[2] |
Partido | PV (2011–2013) PTB (2013–2016) PHS (2016–2018) DEM (2018–2022) UNIÃO (2022) Agir (2022–2023) PP (2023–presente) |
Profissão | empresário agropecuarista |
Mauro Carlesse (Terra Boa, 25 de junho de 1960) é um político, empresário e agropecuarista brasileiro, filiado ao Progressistas (PP).[3] Foi candidato à prefeitura de Gurupi nas eleições de 2012, iniciando sua trajetória política. Elegeu-se deputado estadual nas eleições de 2014, quando presidiu a Assembleia Legislativa. Em 2018, foi eleito governador do Estado do Tocantins, renunciando o cargo em 2022, após uma série de denúncias por corrupção.
Descendente de italianos,[4] Mauro Carlesse nasceu no município de Terra Boa, no Paraná, mas passou boa parte de sua vida no estado do Tocantins, onde trabalhou como empresário, agropecuarista e iniciou sua vida política.[5]
Em 2011 e já na presidência do Sindicato Rural de Gurupi, Carlesse iniciou sua trajetória política ao filiar-se ao Partido Verde (PV).[5] No ano seguinte, foi candidato ao cargo para prefeito do município mas, mesmo angariando 16 713 votos (42,78% dos votos válidos), perdeu a eleição para Laurez Moreira, do Partido Socialista Brasileiro (PSB).[6]
Em 2013, Mauro Carlesse mudou sua filiação para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, em 2014, candidatou-se a deputado estadual, conseguindo eleger-se para a 8ª legislatura na Assembleia Legislativa do Tocantins, eleito com 12 187 votos.[5][7]
Em 8 de julho de 2016, então filiado ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Carlesse foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2017/2019. Já nas eleições de 2018, após o partido ao qual era filiado não atingir a cláusula de barreira, Mauro Carlesse filiou-se ao Democratas (DEM) para poder assumir a vice-presidência nacional do partido.[8]
Em 2018, com a cassação do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (MDB), e de sua vice-governadora, Cláudia Lelis (PV), pelo Tribunal Superior Eleitoral, Carlesse assumiu o comando do executivo estadual interinamente até a realização de novas eleições estaduais.[9]
Seu mandato foi brevemente interrompido, entre os dias 6 de abril e 19 de abril, com o pedido de medida cautelar acolhido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que ordenou a recondução de Marcelo Miranda e Cláudia Lélis aos seus respectivos cargos.[10][11]
Em 24 de junho de 2018, Mauro Carlesse foi eleito governador do Tocantins, tendo como vice Wanderlei Barbosa (PHS).[12] Na eleição suplementar, a chapa venceu no segundo turno o senador Vicentinho Alves, do Partido da República (PR).[13] Já nas eleições estaduais de 2018, foi reeleito, desta vez para um mandato completo de 4 anos, como o governador mais votado da história do estado, alçando mais de 400 mil votos.[14]
Ano | Eleição | Candidato a | Partido | Coligação | Suplentes/Vice | Votos | % | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2012 | Municipais de Gurupi | Prefeito | PV | A diferença e o Trabalho
(PR, PPS,PRTB,PMN,PV,PSD,PTdoB) |
Goiaciara Cruz
(PR) |
16 713 | 42,78% | Não eleito
2º lugar |
2014 | Estaduais no Tocantins | Deputado Estadual | PTB | Tocantins Olhando pra Frente
(DEM,PP,PSDB,SD,PPS,PR,PTB,PEN) |
— | 12 187 | 1,61% | Eleito |
2018 | Suplementar no Tocantins | Governador | PHS | Governo de Atitude
(PHS,PP,PRB,PPS,PTC,PMN) |
Wanderlei Barbosa
(PHS) |
368 553 | 75,14% | Eleito
2º turno |
2018 | Estaduais no Tocantins | Governo de atitude
(PHS,SD,PP,DEM,PTC,PRB,AVANTE,PATRI,PROS) |
404 484 | 57,39% | Eleito
1º turno |
Em 2015, Mauro Carlesse, então deputado estadual, ficou preso no departamento de assessoria militar da Assembleia Legislativa, em Palmas no Tocantins. A prisão foi decretada por causa de um processo de execução de pagamento de pensão alimentícia contra o parlamentar, que corre na comarca de Barueri. Como o estado não tem uma cadeia especial, o juiz que expediu a ordem de prisão, em São Paulo, e o Tribunal de Justiça do Tocantins decidiram pela detenção do deputado no prédio da Assembleia Legislativa.[15]
Já em abril de 2018, após vinte anos de processo, Mauro Carlesse foi condenado a pagar aluguéis e teve seus recursos bloqueados pelo valor de mais de R$ 300 000 das contas e dos bens de três empresas. A ação tratava-se de um despejo de imóvel no estado de São Paulo por falta de pagamento cumulada com cobrança movida pelo credor de Carlesse, Ephrain Guilherme Neitzke.[16]
O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do governador e de seu vice em dois processos. No primeiro pedido, Carlesse foi acusado de, durante a irregularidades durante a eleição suplementar, comprar apoio político, se utilizar de bens públicos em campanha eleitoral, usar de forma promocional serviços de caráter social e fazer pagamentos irregulares de despesas. Já no segundo pedido foi baseado em um documento que extinguiu, no primeiro dia do iniciou do seu segundo governo, 15 mil cargos, o que, segundo o MPE, é um indício de que foram criados para fins eleitorais. [17] O pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins rejeitou, em 2019, as duas denúncias, afirmando que havia uma ausência de provas e que as ações do governador não configuravam crime. [18]
Em dezembro de 2021, a Justiça Eleitoral decidiu tornar Carlesse inelegível por oito anos, contados a partir de 2020. O juizado da 2.ª Zona Eleitoral constatou irregularidades do politico durante a campanha eleitoral de Josi Nunes à prefeitura de Gurupi. Na campanha, Carlesse usou carros oficiais, financiou sites de notícias e distribuiu cestas básicas para favorecer a eleição de Josi.[19]
Em março de 2019 Mauro Carlesse aprovou um decreto que interfere na liberdade de imprensa. Com o decreto, passou a ser necessário que o delegado-geral da polícia civil do Tocantins aprove o que deve ou não ser divulgado aos meios de comunicação. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou uma nota:
“ | Para a Abraji, restringir de qualquer maneira o trabalho de jornalistas, notadamente por decreto, é uma agressão à liberdade de imprensa. A iniciativa do governo de Tocantins contraria a Constituição ao dificultar o acesso dos cidadãos a informações de caráter público. A Abraji espera que os trechos do decreto que estabelecem tais restrições sejam revogados ou modificados de forma a não prejudicar a livre circulação de informações.[20] | ” |
Mauro Carlesse foi alvo de busca e apreensão emitido pelo Superior Tribunal de Justiça no âmbito da Operação Assombro. O governador é suspeito de desviar recursos na contratação de ao menos cinco funcionários fantasmas para obter apoio nas duas eleições em que se candidatou em 2018, o que pode configurar peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.[21] No mesmo caso está sendo investigada a deputada estadual Valderez Castelo Branco (PP). Mauro Carlesse refutou tentativas de ligação de sua gestão aos fatos citados e Valderez Castelo Branco afirmou que está tranquila e colaborando com a Justiça.[22]
Em 26 de agosto de 2024, Carlesse foi alvo de investigações da Polícia Federal que investigam supostas fraudes em licitações quando existia a Secretaria de estado de Infraestrutura e Habitação em 2018. [23] Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato. [24] Um carro de luxo foi apreendido na garagem da casa do ex-governador do TO. [25]
Em 14 de novembro de 2023, o ex-governador e outras 6 pessoas foram declaradas réus em crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e abuso de autoridade pela Terceira Vara Criminal de Palmas, cuja denúncia foi feita pelo Ministério Público do Tocantins. [26] Meses antes, em febereiro do mesmo ano, ele e outros 13 já haviam sido denunciados por utilizarem a Secretaria de Estado de Segurança Pública para crimes de espionagem e atrapalhar investigações contra o seu então governo. [27] Parte da organização criminosa, inclusive Carlesse já eram réus em mais um inquérito, que apura irregularidades em planos de saúde dos servidores estaduais. [28]
No dia 20 de outubro de 2021, Mauro Carlesse foi alvo das operações Éris e Hygea da Polícia Federal, com base em supostos pagamentos de propina para obstruir investigações que apuravam irregularidades no governo estadual. O Superior Tribunal de Justiça determinou o seu afastamento temporário do cargo de governador por um período de seis meses.[1][29]
No dia 11 de março de 2022, estando afastado e em meio a um processo de impeachment, Mauro Carlesse renunciou ao mandato.[30]
Precedido por Marcelo Miranda |
Governador do Tocantins 2018 — 2022 |
Sucedido por Wanderlei Barbosa |
Precedido por Marcelo Miranda |
Governador do Tocantins 2018 — 2018 |
Sucedido por Marcelo Miranda |