Miguel Portas Miguel Castro campos | |
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Miguel Portas em 2009 | |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1 de maio de 1958 Portugal, Lisboa |
Morte | 24 de abril de 2012 (53 anos) Bélgica, Antuérpia |
Partido | BE |
Miguel Sacadura Cabral Portas GCL (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 1 de maio de 1958 – Antuérpia, 24 de abril de 2012) foi um jornalista e político português.[1]
Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa em 1986, onde ingressara em 1976 — nesses anos dedicou-se à militância na União dos Estudantes Comunistas (UEC), o braço universitário do PCP (1973), chegando à sua Comissão Central em 1974, com 18 anos de idade. Também presidiu à Associação de Estudantes do ISEG e coordenou o Secretariado da Reunião Inter-Associações.
Antes de se tornar jornalista, Miguel Portas foi animador cultural no concelho de Ourique (1984) e, posteriormente, animador sociocultural na serra algarvia e formador de agentes de desenvolvimento (1987). Entretanto foi diretor da revista cultural Contraste (1986), iniciando depois a sua carreira profissional no jornalismo como redator do Expresso, onde entrou em 1988. Quatro anos depois assumiria a função de editor internacional da Expresso Revista (1992-1994). Foi ainda diretor do semanário Já (1996), repórter da revista Vida Mundial (1998-1999), além de cronista no Diário de Notícias (2000-2006) e no semanário Sol (2008-2012).
Na televisão foi coautor e apresentador de duas séries documentais para televisão dedicadas ao Mediterrâneo: Mar das Índias (2000) e Périplo (2004); Périplo seria também título de um livro, publicado em 2009. Publicou ainda E o resto é paisagem (2002), de crónicas, ensaios e entrevistas, e No Labirinto (2006), sobre o Líbano[carece de fontes].
Entre 1990 e 1991 foi assessor do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Sampaio, para as questões culturais e urbanísticas.
Miguel Portas iniciou na adolescência a sua atividade política, como dirigente do Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa (MAESSL). A experiência valeu-lhe a detenção da PIDE, quando tinha apenas 15 anos.
Depois de ter passado pela UEC, a cujo Comité Central chegou aos 18 anos, e de ter sido dirigente estudantil no ISEG, Miguel Portas abandonou o PCP em 1989, na sequência do primeiro processo de expulsões do partido desencadeado pela Perestroika.
Entretanto, em 1992, foi um dos fundadores da Plataforma de Esquerda, onde também estavam, entre outros, Joaquim Pina Moura, Mário Lino ou José Magalhães, que viriam a ingressar nas fileiras do Partido Socialista. Com a dissolução, em 1994, dessa estrutura, Portas cria a Política XXI, que agrupava outros membros da Plataforma de Esquerda, como Daniel Oliveira; do MDP e independentes que se haviam destacado nas manifestações contra as propinas no ensino superior, impostas pelo governo de Aníbal Cavaco Silva.
A Política XXI foi uma das formações que, juntamente com o PSR, a UDP e vários independentes, deu origem ao Bloco de Esquerda, constituído em 1999. No BE Portas foi cabeça de lista às eleições europeias, em 1999, obtendo 1.74% dos votos, e cabeça-de-lista à Câmara Municipal de Lisboa, em 2001. Foi eleito deputado ao Parlamento Europeu em 2004, com 4.92%, e reeleito, em 2009, com 10.73%, numas eleições que deram ao BE três eurodeputados. Era membro da Comissão de Orçamento e vice-presidente da Comissão Especial do Parlamento Europeu para a Crise Financeira, Económica e Social.[carece de fontes]
Miguel Portas era filho de Nuno Portas, arquitecto, cujo pai era de ascendência Galega, e de sua primeira mulher Helena de Sacadura Cabral, economista e jornalista;[2][3] irmão de Paulo Portas, dirigente político;[1] meio-irmão de Catarina Portas, jornalista e empresária. Era também sobrinho-neto do aviador Sacadura Cabral. Tinha dois filhos, André Entrudo Portas (1994) e Frederico Gorjão Henriques Portas (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 15 de Maio de 1996) com a jornalista Maria Ana Soromenho Gorjão Henriques (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 20 de Novembro de 1964).[4]
Miguel Portas morreu a 24 de Abril de 2012, aos 53 anos, devido a um cancro no pulmão detectado em 2010, sendo fumador.[5][6]
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, a título póstumo, em 1 de Maio de 2017, cinco anos após o seu falecimento.[7]