Mineshaft (clube gay) | |
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Informações gerais | |
Tipo | clube de sexo gay |
Inauguração | 8 outubro 1976 |
Número de andares | 2 |
Andares sobre o solo | 2 |
Geografia | |
País | Estados Unidos da América |
Cidade | Nova Iorque |
Localização | 835 Washington Street |
Coordenadas | 40° 44′ 26″ N, 74° 00′ 27″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Mineshaft era um bar e clube de sexo BDSM gay exclusivo para membros. Estava localizado na esquina da Washington Street com a Little West 12th Street, em Manhattan, Nova York, nos bairros conhecidos como Meatpacking District, West Village e Greenwich Village.[1]
Entre os que frequentaram o Mineshaft estiveram Jack Fritscher (que esteve presente na noite de abertura e passou por lá centenas de vezes),[2] Robert Mapplethorpe (que tirou muitas fotos no Mineshaft e foi, durante um certo período, o seu fotógrafo oficial... "Depois do jantar, vou ao Mineshaft."),[3][4][5] o artista erótico gay Rex,[6] e Annie Sprinkle, que disse que era uma das únicas três mulheres que podiam lá entrar.[7][8] Uma das outras duas era Camille O'Grady.[9] O gerente do clube, Wally Wallace (de seu nome, James Wallace) afirmou que tinha recusado a entra a Mick Jagger e que um dos seguranças fizera o mesmo a Rudolf Nureyev.[10] Entre outros, Vincente Minnelli, Rainer Werner Fassbinder, Rock Hudson e Michel Foucault estiveram no local.[11]
O clube não tinha nenhum letreiro nem anúncio à entrada; o exterior era "sujo e sombrio".[12] No local já estivera antes um bar gay, o Zodiac.[13] Para entrar no clube subia-se um lance de escadas, até ao segundo andar. À porta, os seguranças negavam a entrada a todos os que vestissem roupas à moda ou perfumes, e estes eram apenas uma parte dos requisitos que deram fama ao bar. Inicialmente, o Mineshaft ocupava o segundo andar (e uma sala dedicada à coprofilia, que foi fechada por ser excessivamente radical).[14] O clube expandiu-se para o primeiro andar, onde, com acesso pelas escadas das traseiras, se podia frequentar uma recriação de uma cela de prisão, da parte de trás de um camião e de masmorras, bem como uma sala dedicada à chuva dourada, onde deitados em banheiras, alguns homens deixavam que outros lhes urinassem em cima.[15][16]
O piso superior, onde funcionava o bar (que não vendia álcool, por estar legalmente autorizado a fazê-lo), tinha um terraço na cobertura. Havia também calabouços com correntes, tiras de couro para amarrar e latas de Crisco, então muito popular entre os gays como lubrificante sexual. Encorajava-se a nudez ou um mínimo de vestuário e havia um bengaleiro onde se podiam deixar as roupas. O uso de drogas recreativas era comum no clube. De acordo com a Mineshaft Newsletter, a organização Fist Fuckers of America realizou reuniões nas salas do clube.[17] Havia uma parede com "glory holes".[15] A promiscuidade era celebrada.
As imagens e cartazes do clube foram criados pelo artista erótico gay Rex .
Mesmo entre os gays que nunca o frequentavam, a existência do Mineshaft era amplamente conhecida; era um "espaço mítico..."[18]
O Mineshaft funcionou desde 8 de outubro de 1976 até ser fechado pelo Departamento de Saúde de Nova Iorque, no dia 7 de novembro de 1985, embora já nessa altura estivesse a braços com fortes problemas fiscais, que desempenharam um papel significativo no seu encerramento.[19] Seis homens, associados tanto ao Mineshaft como a um clube heterossexual afiliado, o Hellfire, foram acusados de vários crimes.[20] Quatro declararam-se culpados, o ex-polícia novaiorquino Richard Bell foi condenado e o sexto fugiu do país para escapar à acusação.[21]
Uma placa à porta dizia o seguinte:
O código de vestuário do Mine Shaft
adotado pelo clube a 1 de outubro de 1976
--- O Conselho de Administração
é obrigatório durante o ano de 1978.
Vestuário aprovado para uso:
Roupa de motoqueiro em cabedal e roupa de cowboy, calças Levis
Capas do clube, remendos e suor. ÁGUA DE COLÓNIA e PERFUME: NÃO
Coquilhas (jockstraps), roupa pronta para ação, uniformes,
T-shirts, camisas xadrez, camisas simples,
FATOS, GRAVATAS, CALÇAS ENGOMADAS: NÃO
SWEATERS de RUGBY e de DESIGNER, ou SMOKINGS: NÃO
ROUPA DISCO ou DRAG: NÃO
e ainda:
CASACÕES GROSSOS NÃO PODEM SER UTILIZADOS NAS SALAS DE DIVERSÃO
NOTA: este código foi pensado para os homens que compõem o núcleo básico do nosso clube [22]
O filme Cruising, de Al Pacino, pretende apresentar o engate gay tal como existia no Mineshaft, embora o bar não seja mencionado no filme.[23] Como o Mineshaft não permitia filmagens, as cenas do filme foram filmadas no Hellfire Club, que foi decorado para se parecer com o Mineshaft. Os frequentadores regulares do Mineshaft foram utilizados como extras.[24] As cenas do filme foram filmadas em ruas e outros locais perto do Mineshaft.[25] Al Pacino visitou o clube, para preparar o seu papel. (No romance de 1970 Cruising, de Gerald Walker, que, com mudanças substanciais, serviu de inspiração para o filme de 1980 com mesmo nome, não existe nenhum bar chamado Mineshaft.)
De acordo com Jack Fritscher, Jacques Morali inspirou-se no código de vestuário do Mineshaft para desenhar os quatro arquétipos de roupa dos Village People.[26] Glenn Hughes, dos Village People, que se vestia de couro, como um motoqueiro, visitava o cluble com frequência. [27]
Freddie Mercury utilizou uma T-shirt do Mineshaft no vídeo oficial de Don't Stop Me Now, dos Queen,.