Movimento Raskamboni

Movimento Raskamboni (ou Ras Kamboni), também conhecido como Frente Raskamboni, é um grupo paramilitar ativo no sul da Somália, em Jubaland; seu líder é o xeique Ahmed Mohamed Islam (ou Ahmed Madobe). Este movimento miliciano é aliado do Governo Federal da Somália, da Missão da União Africana para a Somália e da Ahlu Sunna Waljama'a na luta contra o grupo radical islâmico Al-Shabaab.[1] [2]

Em outubro de 2009, a Aliança para a Relibertação da Somália - ala Asmara (ARS-A) e as milícias JABISO, que estavam alinhadas com al-Shabaab em Hiiraan e Mogadíscio, recusaram-se a apoiar as Brigadas Ras Kamboni, enquanto Muaskar Anole permaneceu neutro. Ocorre uma divisão dentro das Brigadas Ras Kamboni, com uma facção liderada por Ahmed Madobe lutando contra o al-Shabaab e uma facção liderada por Hassan al-Turki apoiando o al-Shabaab.[3]

Nos confrontos que se seguiram, em novembro de 2009, as forças de Madobe foram subjugadas pelo al-Shabaab e pelos seus aliados locais. Foram então forçadas a retirarem-se da região de Jubbada Hoose e da maior parte do sul da Somália. Em fevereiro de 2010 o ramo de al-Turki declarou uma fusão com al-Shabaab,[3] enquanto Madobe, que havia desertado das Brigadas Ras Kamboni, estabeleceu o Movimento Raskamboni para se opor ao al-Shabaab.[4] O movimento Raskamboni, em seguida, se aliaria ao Ahlu Sunna Waljama'a e ao Governo Federal de Transição.[5]

Os Raskamboni enfrentaram milicianos do al-Shabaab em 13 de março de 2011 na aldeia de Dif. O movimento alegou ter destruído vários veículos militares do al-Shabaab nos combates,[6] o que deixou pelo menos cinco mortos.[2]

Em 3 de abril de 2011, o Movimento Raskamboni, em conjunto com as forças do Governo Federal de Transição e a Força Aérea Queniana, capturou a cidade fronteiriça de Dhobley do Al-Shabab.[7][8]

Em julho de 2012, foi relatado que eles organizaram uma operação de resgate para libertar quatro trabalhadores humanitários do Conselho Norueguês de Refugiados sequestrados.[9]

Em setembro de 2012, o Exército Nacional Somali reconstituído, auxiliado por tropas da AMISOM e pela milícia Raskamboni, recapturam Kismayo dos insurgentes do Al-Shabaab durante a Batalha de Kismayo (2012).[10][11]

Referências

  1. «Pro-government forces seize Dif residence close to Kenya-border». Mareeg.com 
  2. a b «Somalia: Fighting Rocks Parts of Jubba Region in Southern Region». AllAfrica. 12 de março de 2011 
  3. a b «Letter dated 10 March 2010 from the Chairman of the Security Council Committee pursuant to resolutions 751 (1992) and 1907 (2009) concerning Somalia and Eritrea addressed to the President of the Security Council» (PDF). pp. 16 & 17. Cópia arquivada (PDF) em 24 de Maio de 2010 
  4. «Kenya to repatriate 600 Somali soldiers after Ras Kamboni clash». hiiraan.com. 13 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 16 de março de 2025 
  5. Thomas, Matthew J. (1 de julho de 2013). «Exposing and exploiting weaknesses in the merger of Al-Qaeda and Al-Shabaab». Small Wars & Insurgencies. 24 (3): 413–435. ISSN 0959-2318. doi:10.1080/09592318.2013.802611 
  6. «Raskamboni movement claims Al shabaab military vehicles burnt». Shabelle.net 
  7. Hiiraan Online. «Government Forces Capture Dhobley Town» 
  8. Shabelle Media Network. «Somali govt confiscates Dhobley after days of fighting». Cópia arquivada em 23 de julho de 2011 
  9. STRAZIUSO, JASON (2 de julho de 2012). «Canadian aid workers rescued after gunfight in Somalia». The Globe and Mail. Associated Press. Cópia arquivada em 2 de julho de 2012 
  10. Chonghaile, Clar Ni (28 de setembro de 2012). «Kenyan troops launch beach assault on Somali city of Kismayo». The Guardian 
  11. «In Kismayo, fragile peace or a gathering storm?». The New Humanitarian. 19 de agosto de 2013