Nova Cançó (em português: Nova Canção) é o movimento musical e artístico nos países de língua catalã que em pleno franquismo,[1] exortou à utilização normal da catalão no mundo da música, ao mesmo tempo em que denuncia as injustiças da ditadura de Francisco Franco.[2]
Por entender-se a importância histórica da Nova Canção tem de se recordar que a ocupaçao franquista da Catalunha durava há vinte anos e "a repressão posterior contra a cultura catalã se pode definir sem paliativos como um genocídio cultural".[3] Foram anos de miséria cultural, em que as iniciativas para a recuperação cultural se produziam no exílio ou, em todo caso, de maneira individual e sem demasiada transcendência pública. Em 1957, Josep M. Espinàs fez uma conferência sobre "Georges Brassens, o trovador do nosso tempo", do qual tinha traduzido as primeiras canções. Em 1958 aparecem dois Eps que com o tempo serão considerados os primeiros de música moderna em catalão: Hermanas Serrano e Josep Guardiola: Cantam em catalão os êxitos internacionais. Estes intérpretes, juntamente com outros como Font Sellabona e Rudy Ventura formam a pré-história da Nova Canção.[4]
Ao final da década dos 50, a situação começou a mudar: a nível económico finalizou o período mais complicado e, a nível político, o estado franquista foi admitido nas Nações Unidas; facto que obrigou o governo a melhorar a sua imagem internacional. Neste novo contexto, a princípios dos sessenta, apareceram algumas iniciativas culturais de primeira linha. Em 1961 criou-se Edigsa, fundou-se a Òmnium Cultural e publicou-se o primeiro número de Cavalo Forte. Em abril de 1962 saiu o primeiro livro de Edições 62. Devagar o catalão e o seu uso público, o qual tinha sido expressamente proibido depois da queda de Catalunha, foi conseguindo abrir pequenas brechas de presença pública, como por exemplo, a circular da Abadia de Montserrat, o Germinabit que em outubro de 1959 se vai converter na revista Serra d'Or (Serra de Ouro).[5]
Um dos grupos fundamentais no reconhecimento da Nova Canção foi Els Setze Jutges (Os 16 juízes), que reuniu alguns dos mais importantes nomes da altura.