Odontophrynus cultripes | |||||||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||
Odontophrynus cultripes Reinhardt & Lütken, 1862 |
O sapo-verruga (nome científico: Odontophrynus cultripes) é uma espécie de anfíbio da família Odontophrynidae.[2] É endêmica do sudeste do Brasil, mais comumente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo observada também em Goiás.[2][3] Pode ser encontrada em alturas entre 500 e 1.000 metros acima do nível do mar.[2][3]
É uma espécie grande, em comparação à outras do gênero. Os machos da espécie medem em torno de 50–80 mm, e as fêmeas, em torno de 45–70 mm. Possui corpo castanho-escuro, com pequenas manchas escuras distribuídas em seu dorso. O ventre possui pigmentação cinza-esverdeada. A musculatura da cauda e barbatana são fortemente pigmentadas, com as áreas claras contrastando com as escuras.
A barbatana dorsal é mais alta que a ventral e as papilas labiais são bem-desenvolvidas lateralmente.[4] Possui glândulas parotoides grandes e ovoides, glândula tibial e glândulas alongadas na lateral do antebraço.[3] A vocalização se caracteriza por uma nota curta e pulsada, ocupando uma banda larga na frequência.[3]
É uma espécie alopátrica, assim como todas as outras de seu gênero. A família Odontophrynidae é constituída por 52 espécies, que estão distribuídas na América do Sul.[5]
Por abranger uma grande área, esse clado também ocupa diversos biomas, como na Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Chaco e Pampas. Verificando assim que esses animais possuem grande tolerância à condições diversas do ambiente.[5]
É uma espécie fossorial, ocorrendo em florestas tropicais ou subtropicais húmidas de baixa altitude, savanas húmidas, campos de gramíneas, pântanos, lagos e marismas intermitentes, jardins rurais, áreas urbanas, florestas secundárias altamente degradadas, lagoas, canais e valas.[2][6]
Se reproduz abundantemente em poças ou lagoas temporárias, mesmo as artificiais. Apesar de classificada como pouco preocupante, a perda de habitat causada pelo desenvolvimento urbano e intensificação da agricultura causam impactos negativos à espécie.[2] Porém a espécie se encontra, na maioria das vezes, em áreas protegidas.[2] Ainda, é necessária a conscientização rural em relação à espécie, especialmente no Cerrado.[7][8]
Atualmente, há poucos estudos sobre a espécie. Contudo, uma espécie do mesmo gênero, possui características semelhantes ao Odontophrynus cultripes na fase larval, que se desenvolve em pequenos riachos e lagos e na fase adulta, com focinho arredondado, olhos grandes e dorsais, papilas largas, cônicas e distintas.
Há também, a evidência de alguns estudos realizados com a espécie Odontophrynus carvalhoi, os quais apresentam padrões comportamentais similares, como o inflamento do corpo assim que tocados, um canto de soltura, após inflar-se, durante um curto período, e a movimentação rápida de seus membros para se enterrarem na lama, ao perceberem a presença humana.[9]