Pachira glabra

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPachira glabra

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Tracheophytes
Clado: Angiosperms
Clado: Eudicots
Clado: Rosids
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae ou Bombacaceae
Subfamília: Bombacoideae
Género: Pachira
Espécie: P. glabra
Nome binomial
Pachira glabra
Sinónimos
  • Bombacopsis glabra
  • Bombax glabrum

Pachira glabra (sin. Bombacopsis glabra[1][2]), conhecida popularmente como Castanha do Maranhão, Cacau do Maranhão, Castanha da Praia, Mamorana, Cacau Selvagem, Amendoim de Árvore,[2] é uma planta da família Malvaceae, também identificada como da família Bombacaceae.[3][4][5] É uma árvore de regiões tropicais úmidas, nativa do leste do Brasil,[6] onde cresce ao longo de rios e outros cursos de água.[2] Por vezes, ao redor do mundo é confundida com a Pachira aquatica, a castanha do Malabar, que tem aparência bastante semelhante, assim como seus usos culinários e ornamentais.[2]

 Nota: Não confundir com Pachira aquatica.
Árvore P. glabra adulta
Flor da P. glabra
Folhagem e fruto da P. glabra

P. glabra é uma planta perenifólia, heliófila, que atinge até 12 metros de altura, e 30 centímetros de diâmetro.[3][4]

Suas folhas são compostas por um leque de 5 a 9 folíolos,[5] tendo até 10 centímetros de largura e 27 centímetros de comprimento. Possui casca lisa cinza-esverdeada e os troncos costumam ser grossos na base, mesmo em plantas novas.[2][3][4][5]

Suas flores grandes, solitárias, hermafroditas, brancas e perfumadas desabrocham em um longo pedúnculo terminal, abrindo à noite e caindo no meio do dia seguinte. A floração na sua ocorrência nativa acontece em setembro/outubro. Os vetores de polinização são abelhas e outros insetos diversos.[3][4][5]

O fruto, de cor verde e liso, ovoide, semilenhoso, com até 30 centímetros, se abre naturalmente. Dentro, há de 10 a 25 sementes, que têm cerca de 2,5 centímetros de diâmetro. Essas sementes, também referenciadas como castanhas, têm cor marrom e são irregularmente arredondadas. A frutificação na sua ocorrência nativa acontece em janeiro/março. A dispersão dos frutos ocorre por autocoria (gravidade).[3][4][5]

A árvore é altamente adaptável a vários solos e floresce a pleno sol ou sombra parcial. Além disso, é resistente à seca e à inundações. Sua ocorrência natural é em Alagoas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.[3][4]

P. glabra é cultivada na África Ocidental e Central como alimento. As sementes são ricas em óleo e contêm 16% de proteína e 40-50% de gordura, podendo ser considerada uma oleaginosa. As sementes têm gosto semelhante ao do amendoim quando cruas e normalmente são preparadas sendo fervidas ou torradas, ficando com sabor mais próximo ao das castanhas.[5] As sementes torradas, quando moídas, podem ser utilizadas para fazer uma bebida quente. As folhas novas e flores também são comestíveis. O óleo essencial pode ser usado como conservante de alimentos.[5]

A partir das cascas das raízes de P. glabra foi isolado um princípio ativo, chamado de p-cumarato de triacontila, capaz de neutralizar os efeitos de peçonhas de jararacas (Bothrops), principalmente inibindo o efeito hemorrágico do veneno, sendo potencialmente uma molécula que pode ser usada como auxiliar no tratamento de envenenamentos ofídico no futuro[7].

O óleo essencial extraido da P. glabra foi identificado como sendo antimicrobiano. Pode ser usada portanto no tratamento de doenças infecciosas, quando causadas por bactérias patogênicas.[5]

Planta ornamental

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P. glabra, quando jovem, pode ser facilmente cultivada em vasos, sendo resistente a uma variedade de condições, porém não aceitando temperaturas extremas (congelamento, por exemplo).[carece de fontes?]

Referências

  1. The Plant List. Pachira glabra Pasq.
  2. a b c d e JANICK, Jules (org.); PAULL, Robert E. (org.) (2008). The Encyclopedia of Fruit and Nuts. CABI. p. 183. ISBN 9780851996387
  3. a b c d e f LOPES, Gerson Luiz. Pachira glabra Pasq. Castanha-do-maranhão, cacau-selvagem. Laboratório de Manejo Florestal. UNICENTRO.
  4. a b c d e f CARVALHO, P.E.R (2014). Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa informações Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2014. 634 p. Il color; (Coleção espécies Arbóreas, v.5)
  5. a b c d e f g h LAWAL, O.A.; OGUNWANDE, I.A.; SALVADOR, A.F.; SANNI, A.A.; OPOKU, A.R. (2014). Pachira glabra Pasq. essential oil: chemical constituents, antimicrobial and insecticidal activities. J Oleo Sci. 2014;63(6):629-35.
  6. Plant Biodiversity Conservatory and Research Core."Pachira glabra Pasq.". University of Connecticut.
  7. Mendes, M. M.; Vieira, S. A. P. B.; Gomes, M. S. R.; Paula, V. F.; Alcântara, T. M.; Homsi-Brandeburgo, M. I.; dos Santos, J. I.; Magro, A. J.; Fontes, M. R. M. (1 de fevereiro de 2013). «Triacontyl p-coumarate: An inhibitor of snake venom metalloproteinases». Phytochemistry (em inglês): 72–82. ISSN 0031-9422. doi:10.1016/j.phytochem.2012.10.007. Consultado em 7 de novembro de 2022 

Ligações externas

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