O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) é um partido político brasileiro fundado em 1994 e registrado definitivamente em 1997.[1][3] Conforme o programa divulgado no site do partido, a principal bandeira ideológica é o "trabalhismo participativo", no qual o capital possa interagir com o trabalho e estabelecer interesses mútuos, em vez de explorar o trabalho.[25] Apesar disso, o partido apresenta-se como conservador no aspecto cultural e liberal economicamente, sendo próximo à direita e à extrema-direita.[15] Em novembro de 2024 o partido possuía 147.626 filiados.[18] Em janeiro de 2025 o partido anunciou a mudança de nome para "Brasileiro"[26]
O PRTB provém de membros do extinto PTR, partido que funcionou entre 1985 e 1993, que havia se fundido com o PST, originando o PP. Esse grupo, liderado por Levy Fidelix, já havia tentado organizar o PTRB, que somente disputou as eleições de 1994. Originalmente o PRTB reivindica também o legado e ideário político de Fernando Ferrari, fundador do MTR.[3]
Durante a eleição presidencial brasileira de 1998, Fernando Collor de Mello decidiu se candidatar novamente ao cargo de presidente do Brasil pelo mesmo partido que o elegeu em 1989: o Partido da Reconstrução Nacional, atual Agir. O PRTB, formou, com o PRN, a coligação Renova Brasil, em apoio ao ex-presidente da República. O TSE, no entanto, impediu que sua candidatura se concretizasse, devido ao período de oito anos em que este não podia se eleger à qualquer mandato eletivo.[27]
Alagoas é o único estado em que o PRTB teve importância eleitoral, única e exclusivamente pela presença de Fernando Collor de Mello na legenda. O partido abrigou, em 2000, o ex-presidente Fernando Collor de Mello em sua legenda, onde tentou se candidatar a prefeito de São Paulo nas eleições daquele ano, tendo sua candidatura impugnada às vésperas do dia da eleição, e em 2002, para governador de Alagoas, já em situação regular. Após ter recuperado seus direitos políticos, o ex-presidente tentou uma candidatura ao governo em 2002, numa coligação que lhe garantia bastante tempo no horário eleitoral, uma vez que era composta pelo PFL, PTB, PPS e PPB - o que, no entanto, não conseguiu fazê-lo vencer o governador reeleito Ronaldo Lessa. No mesmo ano, o então presidente do partido, Levy Fidelix, se candidatou ao cargo de governador do estado de São Paulo. Porém, acabou sendo derrotado.[28] Em 2004 apoiou a ex-prefeita Marta Suplicy na sua fracassada tentativa de reeleição na cidade de São Paulo.[carece de fontes?]
Em 2006, Collor concorreu ao Senado, novamente pelo PRTB, sem o apoio oficial de nenhum grande partido, tendo entrado na disputa depois do início da propaganda eleitoral, substituindo o candidato anterior, Givaldi Silva (um desconhecido motorista das Organizações Arnon de Mello). Collor venceu a eleição e tomou posse em 1 de fevereiro de 2007, mesmo dia em que deixou o PRTB e ingressou no PTB.[carece de fontes?]
Em 2010, o PRTB elegeu 2 deputados federais, um no estado do Rio de Janeiro, outro no Amapá - que no ano seguinte, deixaram o Partido para ingressar no novo PSD. Também em 2010, o PRTB lançou Levy Fidelix como candidato à Presidência da República sem coligação, obtendo 57.960 votos (0,06% do total) e ficando em 7º lugar. No segundo turno, Levy Fidelix declarou apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) justificando ser necessário dar continuidade ao governo Lula.[29]
Por volta de 2011, o PRTB decide se vincular a figura de Jânio Quadros (presidente do país em 1961), afim de atrair possíveis votos dos seus admiradores.[30] Em maio de 2012, as investigações da Operação Monte Carlo da Polícia Federal mostraram que o bicheiro Carlinhos Cachoeira teria supostamente tentado comprar o PRTB ou outro partido.[31]
Em 2014, ex-filiados acusaram Levy de controlar o partido como uma extensão de sua vida particular e de ter manipulado as três últimas eleições internas.[32] O PRTB também respondia na justiça por cobrar 12 salários como multa a filiados com mandato ou cargo comissionado que se desfiliassem da sigla no exercício do cargo.[32] Nesse mesmo ano, novamente Levy foi candidato a presidente da república. Desta vez, apresentando um discurso socialmente conservador e em defesa dos valores da família, com o slogan"Endireita Brasil". Sem coligação, aumentou sua votação para 446.878 votos (0,43%) mas continuando em 7º lugar, apoiando Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno.[33] Nas eleições estaduais, entretanto, o PRTB esteve em coligações fisiológicas, apoiando tanto candidatos de partidos da base do Governo Dilma, quanto que faziam oposição a ele.[34]
Na eleição presidencial de 2018 o PRTB conseguiu emplacar o general da reserva Hamilton Mourão como vice na chapa do candidato Jair Bolsonaro (então filiado ao PSL), tendo sido a quarta opção ao cargo.[39] A chapa chegou ao segundo turno e venceu a eleição com 55% dos votos válidos.[39] Outra vitória partidária foi a eleição de Carlos Almeida como vice-governador do Amazonas.[19] Entretanto, ao contrário do PSL, o PRTB não deu um salto no seu número de parlamentares, pois não elegeu deputados federais e não aumentou significativamente o número de deputados estaduais.[19] Como o PRTB não superou a nova Cláusula de barreira ao não atingir 1,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, passou a não ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.[40]
Em junho de 2019, o PRTB expulsou seus três vereadores de Recife por eles se negarem a fazer oposição ao então prefeito Geraldo Júlio (PSB).[41] Em março de 2020, o vice-governador do Amazonas se desfiliou do PRTB.[42]
Nas eleições municipais de 2020, o PRTB e o NOVO decidiram renunciar às verbas do Fundo Eleitoral, mas cerca de 230 candidatos do PRTB receberam recursos públicos por meio de outras candidaturas ou legendas.[43] O partido também apresentou a quarta maior variação percentual na quantidade de candidaturas a prefeito, com 240% de crescimento com relação a 2016;[44] mas apenas em 10 capitais houve candidatura do PRTB a prefeitura.[45] Os melhores resultados em capitais foram em Belo Horizonte (com 9,95% dos votos e a segunda colocação) e em Macapá (com 11,68% dos votos e a quarta colocação). Em Porto Alegre, um membro do PRTB ingressou com um recurso judicial contra uma irregularidade na chapa de um candidato competitivo; o recurso foi aceito pelo TRE, resultando na renúncia do candidato e beneficiando Sebastião Melo (MDB) — apoiado pelo PRTB — que acabou vencendo a eleição.[46] Já em Recife, foi o próprio candidato filiado ao PRTB, o deputado estadual Marco Aurélio, que renunciou no meio da eleição, após Jair Bolsonaro anunciar apoio a outra candidatura a prefeitura.[47] Em São Paulo, Levy Fidelix criticou o apoio que Bolsonaro deu ao candidato Celso Russomanno (do Republicanos).[48] Nacionalmente o PRTB elegeu apenas 6 prefeitos, todos em municípios pequenos,[49] além de 220 vereadores, tendo um resultado pior que em 2016.[38] Ao ter recebido apenas 0,81% dos votos válidos para prefeitos no primeiro turno, o PRTB ficou entre os partidos que podem tender a não atingir os 2,0% de votos válidos para deputados federais em 2022, esbarrando na segunda etapa da cláusula de barreira.[50]
Durante a campanha eleitoral, ocorrida em meio a pandemia de Covid-19, Levy Fidelix criticou medidas como lockdown e campanha de vacinação, além de defender que não haveria uma segunda onda de casos da doença.[51] Em 23 de abril de 2021, Levy morreu aos 69 anos, vítima de complicações da Covid-19.[52] O PRTB passou a ser presidido pela viúva de Levy, além de ter iniciado negociações para que Jair Bolsonaro se filie na sigla.[53] Uma das dificuldades na negociação é a exigência de Bolsonaro para ter o controle total dos 27 diretórios regionais.[54] O trato envolveria a mudança de nome do PRTB para Aliança 28.[55] O partido também trabalhou para que Mourão seguisse filiado, mas após receber convites de partidos como PL e Republicanos, o então vice-presidente decidiu ser candidato a senador representando o Rio Grande do Sul, sendo eleito pelo Republicanos em 2022.[53][56]
Em 2022 o partido ficou novamente próximo de ter seu primeiro governador, Capitão Contar recebeu o apoio do presidente Bolsonaro no debate da TV Globo poucos dias antes do primeiro turno, fazendo com que Capitão Contar subisse nas pesquisas.[57]Capitão Contar foi para o segundo turno no Mato Grosso do Sul, sendo o mais votado no primeiro turno, recebendo 384.275 votos (26,71%). Porém, sofreu a virada contra Eduardo Riedel (PSDB), também apoiador do presidente Bolsonaro, no segundo turno, que venceu Contar com 56,90% dos votos contra 43,10% de Contar.[58]
Em 14 de setembro de 2024, a Justiça de São Paulo determinou o despejo do PRTB de um prédio comercial na Zona Sul da capital do estado de São Paulo por dívida com aluguel.[59]
O partido defendia inicialmente o trabalhismo, ideologia historicamente associada à esquerda política e a Getúlio Vargas, porém no caso do PRTB, o partido reivindica seguir a linha janista do trabalhismo, conservadora em sua essência.[30]
Após a morte de Levy Fidelix e a filiação do influenciador Pablo Marçal à sigla, o partido adota uma nova fase, inspirada pela visão de mundo deste, cunhada pelo nome de 'Governalismo'.[61][62]
Segundo Marçal, o "o Governalismo é baseado na ideia de que cada brasileiro é único e nasceu com a missão de governar a si próprio, sua família e sua esfera de influência" e que "valoriza a individualidade de cada brasileiro, por isso, a liberdade, o respeito às diferenças e a tolerância são princípios fundamentais".
O Governalismo propõe uma superação na atual polarização do país, onde, segundo o próprio autor, as ideias capitalistas (direita) e socialistas (esquerda) possuem limitações e causam a "divisão nacional entre dois extremos, levando os brasileiros a se verem como inimigos simplesmente por pensarem diferente. Isso consome todas as energias e desvia o foco do futuro, criando um ambiente de ódio, intolerância e medo."
O influenciador argumenta que esta divisão, iniciada na Revolução Francesa, impede "o avanço da nação rumo ao desenvolvimento sustentável e à prosperidade". O mesmo já declarou várias vezes ser "nem capitalista, nem comunista".[63]
Para essa ideologia o papel do Estado é o de auxiliar as pessoas a cumprirem sua missão na sociedade. "O Estado deve ser um suporte, não um limite". Com isso, ele "defende a descentralização e ações específicas do Estado para promover o progresso das famílias". Reitera-se: o Estado deve ter um papel suplementar, "fomentando o desenvolvimento das famílias, categorias e regiões de acordo com suas necessidades específicas".
O Governalismo propõe três pilares que sustentam todas as ações e projetos: Virtualização, Empresarização e Mudança de Mentalidade – V.E.M.
Observações: Em 2018 o PRTB elegeu 16 deputados estaduais.[19] Nomes marcados com o símbolo * foram eleitos por outros partidos. Nomes marcados com o símbolo + são suplentes empossados. O deputado Fernando Monteiro (PI) faleceu em dezembro de 2019. Os deputados Boca Aberta Junior (PR), Léo Vieira (RJ), Leonardo Sá (MA), Felipe dos Pneus (MA) e Rafael Martins (MG) saíram do partido. O deputado Josué Neto (AM) entrou no PRTB em abril de 2020, mas saiu em dezembro.
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRTB durante a eleição. Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes às coligações proporcionais que o PRTB compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais às coligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
Candidatos majoritários eleitos (5 governadores e 10 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRTB durante a eleição. Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes às coligações proporcionais que o PRTB compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais às coligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 4 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRTB durante a eleição. Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes às coligações proporcionais que o PRTB compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais às coligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
Separar controvérsias numa se(c)ção específica pode não ser a melhor maneira de se estruturar um artigo, pois pode gerar peso indevido para pontos de vista negativos. Se possível, integre o conteúdo ao corpo do texto.(Setembro de 2024)
O partido também é acusado de promover teorias da conspiração nas redes sociais, como teorias sobre os Illuminati, e notícias falsas. Em 2017, foi descoberto que o PRTB teria financiado o site de notícias com alinhamento político de direita Folha Política, considerado por alguns como produtor de notícias falsas, além das páginas do Facebook Movimento Contra Corrupção e TV Revolta. Segundo o partido, o que houve foi uma contratação de serviços da empresa que os administra.
O partido também é acusado de ter ligações com grupos de extrema-direita, tendo quase chegado a participar de um evento organizado por estes grupos, que posteriormente foi cancelado.[66]