Rumba catalana

Rumba Catalana
Instrumentos típicos Bongo, Guitarra e Baixo
Popularidade A partir dos anos de 1960 na  CatalunhaEspanha

A rumba catalã é um género musical originário da comunidade cigana de Barcelona, com influências de numerosos estilos.[1]

Durante os anos cinquenta e sessenta do século XX, surgiu por meio dos músicos latino-americanos que chegaram a Barcelona com orquestras de baile. Veio também, através de ciganos que faziam numerosas viagens de Barcelona à Colômbia e Venezuela para vender roupa, unidos aos discos do novo género, "salsa", que estava se desenvolvendo em Nova Iorque. Estes sons latinos, são popularizados entre a comunidade cigana de Barcelona e muitos dos temas passam para o seu repertório, bastante familiarizado nas salas de festa, muito enraizado na Cidade Comtal.[2]

A origem da rumba catalã não é muito clara, mas alguns pensam que se situa na rua da Cera do bairro do Raval de Barcelona, em plena década do 1940.[3] Alguns crêem que os pioneiros terão sido L'Orelles (O Orelhas), um cigano catalão que tocava a guitarra e cantava nas festas do bairro, e o Toqui, um cigano que entretinha com as suas canções, os convidados e os noivos, em muitos casamentos da comunidade.[3][4] Defendem que ambos criaram uma maneira de tocar a guitarra combinada com ritmo, melodia e percussão.[4] Outros, consideram que os pioneiros foram outros patriarcas da época como o tio Polla ou o tio González (o pai de El Pescaílla).[3][5]

Outros ainda situam o berço da rumba catalã em Lleida. O Parrano, o Marquês de Pota ou o Beethoven são alguns dos nomes destacados desta rumba cigana, a qual se conhece como o garrotín.[3] O garrotín - originário das Astúrias ou Cantábria - são uns versos carregados de denúncia social ou singelamente irreverentes, apenas pelo puro prazer de incomodar e dizer o que se pensa - equivalente à desgarrada, intercalados com o refrão «al garrotín, al garrotan, de la vera vera vera de Sant Joan» para dar tempo ao improviso.[3]

Versões sobre a origem

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Segundo o músico Manolo González, o Patata, sobrinho do Pescadilla, teria sido um irmão do Pescadilla, Joan González (conhecido como tio Polla, pela sua cara semelhante à dos galos) que teria inventado a rumba catalã, em primeiro lugar. Entre 1958 e 1959, o tio Polla conheceu um marinheiro sul-americano enquanto atuava na taverna flamenca El Charco de la Pava, no carrer Escudellers (rua Escudellers); o marinheiro acompanhou com o bongo a atuação de González e, entre os dois, improvisaram assim o ritmo primitivo da atual rumba catalã. Em seguida, o seu irmão Antonio, o Pescadilla, acrescentou o seu toque pessoal a este novo ritmo e popularitza-o entre os amigos e, depois, a toda Gracia e à cidade inteira. Outro músico gracioso, Anão Mercader, explica que em Peret - quem à época vivia no Portal de Barcelona- se interessà por este novo ritmo e o vai perfeccionar com bastantees inovações: a banda da salsa sul-americana, Peret incorporou o rock dos sessenta. Foi ele quem fez triunfar a rumba na televisão e por todos os lados do estado. Duas décadas mais tarde, os Gipsy Kings incorporaram aquilo que fazia em Peret a todo tipo de estilos, transformando inclusive canções melòdiques em rumba, e exportaram a sua música a todo o mundo.

Referências

  1. «La Rumbeta, a casa da "rumba catalana" | passaporte BCN». passaporteBCN. 13 de agosto de 2014. Consultado em 11 de novembro de 2021 
  2. «Rumba catalana». Flamenco.one (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2021 
  3. a b c d e «La rumba catalana». Generalitat de Catalunya. Consultado em 1 de julho de 2012 
  4. a b «Los míticos origenes». Vespito.com. Consultado em 1 de Julho de 2012 
  5. Tabuenca, Elia (19 de maio de 2020). «Rumba catalana: breve historia y grupos destacados». EspectáculosBCN (em espanhol). Consultado em 11 de novembro de 2021 

Ligações externas

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