The Lone Ranger | |||||||
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Cartaz promocional | |||||||
No Brasil | O Guarda Vingador[1][2] | ||||||
Estados Unidos 1938 • p&b • Seriado: 15 capítulos, 264 minutos[3] | |||||||
Género | aventura western | ||||||
Direção | William Witney John English | ||||||
Produção | Sol C. Siegel | ||||||
Roteiro | Franklin Adreon Ronald Davidson Lois Eby Barry Shipman Fran Striker George Worthing Yates | ||||||
Baseado em | Lone Ranger de Fran Striker e George W. Trendle | ||||||
Elenco | Lee Powell Chief Thundercloud Lynne Roberts Stanley Andrews George Cleveland William Farnum Hal Taliaferro Herman Brix Lane Chandler | ||||||
Música | Alberto Colombo | ||||||
Cinematografia | William Nobles | ||||||
Edição | Edward Todd Helene Turner | ||||||
Distribuição | Republic Pictures | ||||||
Idioma | inglês | ||||||
Cronologia | |||||||
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The Lone Ranger é um seriado estadunidense de 1938, produzido para o cinema pela Republic Pictures em 15 capítulos. Foi o nono dos 66 seriados da Republic, o 4º no gênero Western (um terço dos seriados da Republic eram westerns) e o primeiro de 1938. Um dos 17 seriados dirigidos pela parceria William Witney/ John English para a Republic, ficou despercebido por muito tempo após seu lançamento original, mas uma recriação foi montada e lançada em formato DVD em 2009 – utilizando elementos de som e imagem a partir de versões estrangeiras existentes – por Eric Stedman do “Serial Squadron”, uma organização que restaura seriados clássicos de cliffhangers. O personagem principal, Lone Ranger, era originário de um programa radiofônico criado por Frank Striker em 1932, o qual fora adaptado em tiras de jornal pela King Features Syndicate.[1]
Uma versão em 69 minutos foi lançada em 1940, sob o título Hi-Yo-Silver.[3][4]
Em 1865, o Capitão Mark Smith, do Exército dos Estados Confederados, lidera um bando de desertores para conquistar o Texas e governá-lo de forma ditatorial. Em uma de suas primeiras ações, embosca e, aparentemente, acaba com um contingente de Texas Rangers, porém resta um sobrevivente ferido. O sobrevivente, socorrido pelo índio Tonto, jura vingar o massacre e derrotar o Capitão Smith (que assumiu a identidade do novo Comissário de Finanças do Texas, o coronel Marcus Jeffries, depois de ter assassinado o verdadeiro comissário). O sobrevivente incorpora, então, um vingador mascarado que, até o final da trama, tem sua identidade em segredo, deixando ao público a especulação de quem, entre os 5 Texas Ranger envolvidos, é o verdadeiro Lone Ranger.
Um contrato entre a Republic Pictures e George W. Trendle para um seriado de Lone Ranger, e o direito para realizar uma versão resumida, foram assinados em junho de 1937. À Trendle e The Lone Ranger Inc. foram pagos $18,750 mais 10% de qualquer participação de aluguel acima de um mínimo de 390.000 dólares.[6]
Houve algum desentendimento entre a Republic e Trendle, mas o contrato deu à Republic autoridade sobre o roteiro e os personagens. A Republic previra que o Lone Ranger iria se revelar no último capítulo, para Joan Blanchard (Lynne Roberts) como Allen King (Lee Powell). Antes disso, o problema foi a confusão causada por duas vozes de Lone Ranger (principalmente Billy Bletcher, mas com Earle Graser, da série de rádio, proporcionando o grito de assinatura do "Hi-Yo Silver"[7]) e seu dublê Dave Sharpe. Trendle fez objeções sobre os planos da Republic sobre o seriado, no entanto, ele não os podia impedir, pois o contrato com a Republic dava o direito de fazer o que quisessem com o personagem.[7] A Republic era conhecida por mudar personagens em suas adaptações, como foi o caso do Captain America (1944).[8] Antes de revelar a verdadeira identidade do herói, foram apresentados à plateia vários candidatos que poderim ser o Lone Ranger, mas apenas um sobreviveria até o fim. Uma abordagem semelhante foi adotada com The Masked Marvel (1943).
Após o segundo seriado do Lone Ranger, The Lone Ranger Rides Again, de 1939, que apresentava Robert Livingston no papel título, com o personagem geralmente sem a máscara, George Trendle decidiu dissolver sua relação com a Republic e oferecer o direito a outro estúdio. Depois de, aparentemente, ter ordenado que todas as impressões dos dois seriados da Republic fossem destruídas, para evitar exposição ainda maior, Trendle levou consigo a história do Ranger original, como apresentado no seriado, e os direitos da música, os quais foram utilizados mais tarde no rádio e em outros meios de comunicação nas versões das aventuras do personagem.[6]
The Lone Ranger foi orçado em $160,315, mas teve um custo final de $168,117, sendo assim o mais caro seriado da Republic até a realização de Dick Tracy Returns, no final de 1938.[3]
Foi filmado entre 28 de novembro e 31 de dezembro de 1937.[3] Com dezenove dias, esta foi a mais rápida produção de um seriado da Republic até Zombies of the Stratosphere, em 1952. Recebeu o número 794.[3]
The Lone Ranger foi o maior evento em seriados desde Flash Gordon, da Universal Pictures.[5]
Após o fim do contrato com a Republic, Lee Powell fez uma tournée em um circo com "The Lone Ranger of the Movies". Esse evento não alcançou sucesso, possivelmente porque ele nunca tinha sido anunciado como o Lone Ranger, devido ao elemento de mistério no script. Ele acabou sendo forçado a parar pelos detentores dos direitos.[5][7]
O lançamento oficial de The Lone Ranger' foi em 12 de fevereiro de 1938, apesar de atualmente a data ser do sétimo capítulo que foi liberado para exibição.[3]
Uma versão em 69 minutos foi realizada em 10 de abril de 1940. Foi um dos 14 filmes da Republic feitos a partir de suas séries, e o título dessa versão foi Return of the Ranger, mas acabou sendo lançado como Hi-Yo-Silver.[3]
The Lone Ranger foi um grande sucesso financeiro para a Republic e para Trendle. O seriado também despertou um novo interesse pela versão do rádio, e centenas de estações o usaram. A King Features Syndicate também levou o personagem para uma tira de jornal.[6]
Nas palavras de Harmon e Glut, o seriado contém “enredo atípico aos seriados Republic". A maioria dos seriados introduzia o roteiro e os personagens no primeiro capítulo. The Lone Ranger, no entanto, foi introduzindo elementos durante a trama do seriado. No capítulo oito, por exemplo, o fora-da-lei Jeffries substitui dinheiro confederado para os impostos locais. A prata se torna, então, um dos principais focos da trama. Outro desenvolvimento ocorre no capítulo dez, quando Jeffries tenta forçar Joan a se casar com ele, que era um elemento incomum para um seriado sonoro.[7]
The Lone Ranger foi superior em termos de roteiro e execução quando comparado à média de seriados de Western, apesar de conter muitas características padronizadas para o gênero, tais como explosões, diligências em fuga e as quedas de grande altura.[7]
De acordo com Cline, The Lone Ranger foi provavelmente o melhor seriado de western[9] e poderia ser incluído na “lista dos dez melhores seriados da era sonora”.[10]
A palavra Ranger causou dificuldades de tradução já que o significado original (policial rural do Texas) não fazia sentido em português.[12]
The Lone Ranger, sob o título O Guarda Vingador, foi aprovado pela censura brasileira, de acordo com o Diário Oficial da União, em 18 de abril de 1939,[2] tendo estreado no país ainda em 1939.[13] No segundo seriado com o personagem, The Lone Ranger Rides Again estrelado por Robert Livingston, a tradução optou por um novo nome, ao invés de "Guarda Vingador", foi chamado "Cavaleiro Solitário", sendo, portanto, denominado "A Volta do Cavaleiro Solitário" no Brasil. Quando o personagem foi adaptado para a série de televisão, no Brasil, era chamado de "Zorro", nome pelo qual o herói fez estreia no país em Dezembro de 1938, em tiras diárias publicadas nas páginas da revista O Globo Juvenil do jornal O Globo.[14]
O nome pode ter sido mantido por uma série de coincidências envolvendo produções da Republic Pictures: Robert Livingston, de The Lone Ranger Rides Again, interpretou o Don Diego/Zorro no filme The Bold Caballero, também interpretou Don Loring/The Eagle, um herói californiano parecido com Zorro no seriado The Vigilantes Are Coming, ambos de 1936.[15] Clayton Moore, interpretou um descendente de Dom Diego, em 1949, no seriado Ghost of Zorro e o Lone Ranger na série de TV The Lone Ranger (1949-1957).[14] Em Zorro's Fighting Legion (1939), também produzido pela Republic, a história do Zorro é transformada em um faroeste; nesse seriado, o herói possui um cavalo branco igual ao do Lone Ranger no lugar do cavalo negro Tornado.[16] Zorro também apareceria com um cavalo branco chamado Fantasma na série de TV da Disney de 1957,[17] e no desenho japonês Kaiketsu Zorro, de 1996, aparece com um cavalo branco chamado Viento.[18]
O estúdio também produziu Zorro Rides Again (1937) e Son of Zorro (1947), outros dois seriados de faroeste sobre descendentes do Zorro original, o primeiro na década de 1930 e o segundo após a Guerra de Secessão.[17]
O seriado Zorro's Black Whip, de 1944, foi estrelado por uma mulher, a The Black Whip interpretada por Linda Stirling e, apesar de levar o nome de Zorro no título, o personagem Zorro não aparece em nenhum momento no seriado e nem ao menos é citado. Os seriados Don Daredevil Rides Again, de 1951, e Man with the Steel Whip de 1954, traziam dois heróis mascarados: Don Daredevil e El Latigo e utilizaram cenas de arquivo de Zorro's Black Whip.[19]
Em 1954, a EBAL lançou uma revista em quadrinhos chamada Zorro,[14] que revezava ambos os heróis, diferenciando o Zorro cowboy do Zorro de Capa e Espada.[20]
A partir da década de 1980, com a exibição da série animada da Filmation, onde o herói dividia um bloco de animações com o Zorro, voltou a ser chamado de Cavaleiro Solitário, nome usado até mesmo no filme da Disney de 2013.[14]