Thiago Soares | |
---|---|
Thiago Soares em 2016. | |
Nome completo | Thiago Nascimento |
Nascimento | 18 de maio de 1981 (43 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | bailarino |
Cônjuge | Marianela Núñez (c.2011; div. 2015) |
Thiago Soares (Rio de Janeiro, 18 de maio de 1981) é um bailarino brasileiro. Chegou aos palcos das grandes cias de balé tendo iniciado a sua arte na dança com o breakdance e hip-hop até tornar-se primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, onde esteve até 2019. Atualmente é diretor artístico e coreógrafo do Ballet de Monterrei, no México.[1]
Thiago Soares viveu sua infância e adolescência na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Nascido em São Gonçalo e criado no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro aos nove anos, começou a frequentar a Escola de Circo, onde encontrou na acrobacia e atuação as primeiras experiências de sua arte.[2] Vivendo um momento de proeminência, ainda no circo, Thiago foi encorajado a buscar uma escola de dança para aperfeiçoar seus movimentos no breakdance e hip-hop.
O início de sua carreira na dança clássica foi aos 15 anos, quando começou seus estudos no Centro de Dança Rio, no Méier. Ao se destacar por suas habilidades e por ter um biotipo ideal para a dança, passou a integrar aos 17 anos o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.[3]
Nesse mesmo ano, conquistou a Medalha de Prata no Concurso Internacional de Dança de Paris. Em sua trajetória no Rio de Janeiro, interpretou os papéis principais em 'O Quebra-Nozes', 'Don Quixote', 'Floresta Amazônica', 'O Lago dos Cisnes' e em 'Tome Valsa', criado por Tindaro Silvano especialmente para ele e a bailarina Cecília Kerche.
Em 2001, participou do Concurso Internacional do Ballet Bolshoi, na Rússia, e conquistou a medalha de ouro, disputada entre mais de 270 candidatos.[4] A vitória foi um marco na história da dança nacional, já que foi a primeira e única conquistada por um brasileiro até hoje. Após isso, foi convidado para estagiar no Balé Kirov, tornando-se o segundo estrangeiro a integrar a companhia em 100 anos de história.[5]
No ano seguinte, foi convidado a integrar o corpo de baile do Royal Ballet de Londres. Em 2002, foi promovido a solista; em 2004, passou a ser primeiro solista e foi premiado como a artista revelação masculino de dança clássica, pela premiação Critics' Circle National Dance Awards.[6] E então, em 2006, conquistar o posto de Primeiro Bailarino do Royal Ballet.
No Royal, o seu repertório inclui o papel-título nas produções de Onegin, A Bela Adormecida, La Bayadère, O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Coppélia, Voluntários, Gong, Romeu e Julieta, Anastasia, Manon, Sonhos de Inverno, Mayerling e Las Hermanas, e inclui também montagens criadas especialmente para ele: Les Saisons, The Seven Deadly Sins, Sweet Violets and Raven Girl.
Em sua trajetória em Londres, vida profissional e pessoal também se misturaram, e Thiago foi casado por 13 anos com a bailarina argentina Marianela Núñez, uma de suas principais partners na companhia. Atualmente, os dois ainda dividem os palcos, mas seguem suas vidas de forma separadas.[7]
Fora do Royal Ballet, Thiago Soares se apresenta ainda como convidado nos principais teatros do mundo. Já teve passagem pelos Teatro Alla Scalla di Milano,[8] Teatro Argentino de La Plata, Bolshoi, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Estonian National Opera,[9] Teatro dell’Opera di Roma e o Munich National Theatre.
Em 2008, promove a realização de um espetáculo especial, Thiago Soares & Friends,[10] que levou aos palcos brasileiros estrelas da dança internacional como Alicia Amatriain, David Makhateli, Jason Reilly, Laura Morera, Marianela Núñez, Natalia Kremen e Ricardo Cervera sendo visto em várias capitais do país.
Em 2012 Thiago se apresenta na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres,[11] representando a cultura brasileira. Em 2013, recebeu o prêmio Special International Press da Embaixada do Brasil em Londres em reconhecimento à sua contribuição para as artes.
Nos últimos anos, tem se dedicado também à criação e direção de alguns projetos pessoais. Para comemorar seus 15 anos de carreira internacional,[12] teve uma temporada no Brasil com o espetáculo “Paixão”, em que reuniu repertórios clássicos e novos coreógrafos, como “O lago dos cisnes”, “La bala”, do português Arthur Pitta, e “Caresse du temps”, que marcou a estreia de Alessio Carbone, primeiro-bailarino do Balé da Ópera de Paris, como coreógrafo. O espetáculo ainda contou com a coreografia “Paixão”, idealizada por Deborah Colker, e que deu nome ao conjunto da obra.
Em 2016, mais um marco em sua carreira: o espetáculo Roots. Com direção de Ugo Alexandre e Renato Cruz, Thiago dividiu o palco do Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, com Danilo D´Alma, bailarino e coreógrafo reconhecido no cenário das danças de rua do Rio. O espetáculo produzido por Miguel Colker foi uma volta ao passado de Thiago e promoveu um diálogo entre a dança clássica e a dança de rua contemporânea.[13]
Em setembro de 2021, foi anunciado como coreógrafo da Imperatriz Leopoldinense para o carnaval de 2022.[14]