Tlaleng Mofokeng | |
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Nascimento | década de 1980 QwaQwa |
Cidadania | África do Sul |
Alma mater |
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Ocupação | médica, ativista, escritora, conferencista |
Distinções |
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Empregador(a) | Charlotte Maxeke Johannesburg Academic Hospital, Organização das Nações Unidas, governo da África do Sul |
Página oficial | |
https://drtlaleng.com/ | |
Tlaleng Mofokeng (QwaQwa, África do Sul), também conhecida como Dr. T, é uma médica sul-africana e ativista dos direitos das mulheres e dos direitos de saúde sexual e reprodutiva. É membro da Comissão para a Igualdade de Género do Governo da África do Sul.[1][2][3][4][5][6][7]
Nasceu e cresceu em QwaQwa na província do Estado Livre de África do Sul, antigo bantustão na era do Apartheid, hoje conhecida como Phuthaditjhaba.[5][7][8][9]
A primeira língua que aprendeu foi língua gestual inglesa porque a sua mãe era professora numa escola para crianças surdas.[5]
Foi a primeira pessoa negra e a primeira rapariga a conseguir o casaco de honra que o seu colégio dava aos alunos excepcionais. Conseguiu esse feito dois anos seguidos.[10]
Depois de completar os seus estudos na Academia de St. Dominic, Tlaleng recebeu um certificado em Terapia de Beleza e Somatologia. Mofokeng graduou-se em Medicina e Cirurgia na Escola de Medicina Nelson Mandela, da Universidade de Kwa-Zulu Natal na África do Sul, em 2007.[11][12]
Após a sua graduação, trabalhou 3 anos no Departamento de Saúde Gauteng, e depois disso juntou-se ao departamento pediátrico do Hospital Académico Charlotte Maxeke em Joanesburgo. Ao longo de mais de 13 anos de carreira, Mofokeng tem exercido medicina sobretudo na área da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes.[8][9]
Mofokeng teve a primeira real inclinação para trabalhar no campo da saúde sexual e reprodutiva durante o ano de serviço comunitário, enquanto trabalhava nas clínicas de West Rand em Joanesburgo. Muitas pacientes, geralmente mulheres jovens, consultavam-na por questões médicas e acabavam por se abrir em relação à sua saúde sexual e problemas de relacionamento. Chegou a ter mais pacientes à sua espera no estacionamento do que dentro do hospital, para conversar sobre sexo e fazer perguntas.[12]
Atualmente, Mofokeng dirige uma clínica privada em Sandton, um subúrbio de Joanesburgo, na qual fornecem informação e tratamentos para doenças sexualmente transmíssiveis, contraceptivos e interrupções de gravidez.[4][5][10][12][13]
Tlaleng Mofokeng é também membro dos conselhos do Fundo de Ação para o Aborto Seguro, Conselho Consultivo Global para Saúde Sexual e Bem-estar e da Accountability International. Ela também é presidente do conselho do Soul City Institute. Tem experiência em treino de argumentação e defesa para profissionais de saúde e suas áreas de foco são igualdade de género, políticas, saúde materna e neonatal, acesso universal à saúde, atendimento pós-violência, saúde menstrual e gestão do VIH.[2]
Foi assessora do Comité Técnico da Estratégia Nacional de Saúde Sexual e Reprodutiva do Adolescente e Estratégia de Estrutura de Direitos na África do Sul, mobilizando com sucesso os movimentos que trabalham com questões de crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, migrantes e pessoas que vivem com VIH/SIDA.[2]
Trabalhou como socorrista em questões de violência de género e foi perita em tribunal, apoiando-se no trabalho do Comité para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW) para defender os direitos das vítimas de abuso, com interesse em garantir o acesso aos cuidados pós-violência.[2]
Em 2014, começou a partilhar as suas ideias e opiniões no Twitter. Foi aí que começou o caminho que a tornaria uma reconhecida e premiada activista, conferencista e escritora. No início de 2021, a sua comunidade de seguidores na mencionada rede social ascendia a 96.500.[10]
Em 2015, Mofokeng liderou uma queixa e uma campanha contra o programa My Perfect Wedding junto da Broadcasting Complaints Commission da África do Sul (BCCSA), após um episódio que mostrou um casal que se conheceu quando a noiva tinha 14 anos e o noivo 28.[11][14]
Em junho de 2017, foi a líder do painel que examinou os Sistemas Sociais, Políticos, Económicos e de Saúde na 8ª Conferência Sul-Africana sobre SIDA em Durban.[13]
Em 2019, foi nomeada para a Comissão para a Igualdade de Género pelo Presidente da África do Sul. O seu trabalho tem promovido a igualdade de género no seu país, através do sistema de Direitos Humanos das Nações Unidas.[7][8][15]
Nesse mesmo ano de 2019, foi uma das co-apresentadoras do talk show Show Me Love no canal de entretenimento sul-africano Moja Love.[15][16]
Na sua 44ª sessão, em julho de 2020, o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas nomeou Tlaleng Mofokeng, como Relatora Especial sobre o direito de todas as pessoas ao usufruto do mais alto padrão possível de saúde física e mental. É a primeira mulher africana a ser nomeada para esse papel.[2][17][18]
Como representante da ONU, o seu primeiro relatório irá centrar-se no impacto que a pandemia teve nos direitos à saúde sexual e reprodutiva. Os confinamentos, o fecho de clínicas, e a falta de pessoal e material afectaram os serviços de planeamento familiar.[10]
Mofokeng teve um programa de rádio durante 4 anos e meio, sobre saúde reprodutiva, na Kaya FM. Foi convidada para escrever, também sobre temas de saúde reprodutiva, numa coluna no jornal Sunday Times.[8][12][13]
2019 - Dr T: A guide to sexual health and pleasure, Pan Macmillan SA, ASIN: B07TYG4YZ9[15]