Este artigo apresenta apenas uma fonte. (Janeiro de 2023) |
生れてはみたけれど Umarete wa mita keredo | |
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Nasci, Mas... (prt) Meninos de Tóquio (bra) | |
Os atores (da esquerda à direita) Hideo Sugawara, Seiichi Kato e Tomio Aoki em cena do filme | |
Japão 1932 • preto-e-branco • 90 min | |
Direção | Yasujirō Ozu |
Roteiro | Akira Fushimi |
História | Yasujirō Ozu |
Elenco | Tatsuo Saitō Tomio Aoki Mitsuko Yoshikawa Hideo Sugawara |
Cinematografia | Hideo Shigehara |
Edição | Hideo Shigehara |
Companhia(s) produtora(s) | Shochiku |
Lançamento |
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Idioma | legendas em japonês |
Umarete wa mita keredo (大人の見る絵本 生れてはみたけれど, Otona no miru ehon - Umarete wa mita keredo?, lit. "Um livro ilustrado para adultos - embora eu tenha nascido...") (Brasil: Meninos de Tóquio / Portugal: Nasci, Mas...)[1][2] é um filme mudo produzido no Japão, dirigido por Yasujiro Ozu e lançado em 1932.[3] Foi o primeiro de filme de Ozu a ganhar o Prêmio Kinema Junpo de Melhor Filme do Ano.[4][5]
A história do filme gira em torno de dois jovens irmãos cuja fé no pai, um funcionário de escritório, é abalada por ele venerar a figura de seu chefe.
A família Yoshi acaba de se mudar para um subúrbio em Tóquio. Perto de onde mora o pais do meninos, Kennosuke, também se encontra nas proximidades seu chefe, Iwasaki. Os dois filhos pequenos de Kennosuke, Keiji e Ryoichi, deveriam estar indo para a escola, mas devido às ameaças de um grupo de valentões da vizinhança e da escola, eles decidem faltar às aulas. Depois que a professora fala com o pai, Keiji e Ryoichi não têm escolha a não ser ir para a escola. Eles tentam comer ovos de pardal para ficarem mais fortes e poderem se vingar dos meninos, mas um garoto que trabalha como entregador na região, Kozou, decide ajudá-los a ameaçar os valentões, e eles acabam virando os novos chefes da gangue.
Uma das crianças da vizinhança é Taro, cujo seu pai é o próprio Iwasaki. Os meninos discutem entre si quem tem o pai mais poderoso. Pouco tempo depois, eles visitam a casa de Taro, onde os funcionários do escritório se reuniram sob o comando de Iwasaki, que exibe alguns filmes caseiros para entreter todos na reunião. Os dois irmãos testemunham como o pai, que para eles é severo e a quem admiram muito, faz papel de palhaço diante dos colegas e do chefe.
Humilhados, eles vão para casa e decidem que, afinal, o pai não é uma pessoa tão importante. Eles acumulam uma enorme raiva e confrontam o pai, perguntando por que ele tem que ser tão submisso ao pai de Taro. Kennosuke responde que o pai de Taro é mais rico e ocupa uma posição mais elevada do que ele. Insatisfeitos com a resposta, os dois decidem fazer greve de fome. Ryoichi apanha do pai, mas depois que os filhos vão para a cama, o pai confidencia à esposa que não gostou de fazer o que fez. Ambos desejam um futuro melhor para seus filhos.
No dia seguinte, as crianças fazem greve de fome durante o café da manhã, mas desistem por não resistem a um prato de onigiri. Kennosuke se reconcilia com os filhos. As crianças dizem que gostariam de ser tenente-general e general respectivamente. No caminho para a escola, eles veem o pai de Taro em um carro e pedem que o patriarca vá cumprimentá-lo. Enquanto Kennosuke faz uma viagem de carro para o trabalho, os irmãos caminham para a escola com o colega, Taro, e o resto da turma.
Umarete wa mita keredo tem uma classificação de 100% no Rotten Tomatoes com base em 23 avaliações, e uma média de 7,97/10 no site.[6] Ele também tem uma pontuação de 91 de 100 no Metacritic.[7] O crítico de cinema A. O. Scott escreveu sobre o filme: "Tudo neste filme é totalmente verossímil, tanto que às vezes parece quase anedótico, uma pequena e doce antologia de crianças fazendo as coisas mais terríveis. Que é mais - uma pequena obra-prima, perfeita em design e execução - quase nem é preciso dizer, mas a profundidade do filme e seu charme andam de mãos dadas."[8] Em 2009, o filme foi classificado em 59º lugar na lista de os Maiores Filmes Japoneses de Todos os Tempos pela revista de cinema japonesa Kinema Junpo.[9] Ficou em 183º lugar numa lista da Sight & Sound de 2012 sobre os melhores filmes já feitos, conforme avaliações de críticos.[10]
O autor e crítico de cinema Stephen Amos afirmou: "Há uma escuridão sublinhada no filme, que reflete a dificuldade da época e a inevitabilidade da decepção - um tema que permeia grande parte do trabalho de Ozu."[11]
Em 2011, o BFI lançou Bom Dia em DVD direcionado à Região 2 em Dual Format Edition (Blu-ray + DVD), incluindo Umarete wa mita keredo como bônus.[3]
O filme também está disponível na The Criterion Collection, vendido numa coleção de outros DVDs do diretor intitulada "Silent Ozu: Three Family Comedies".[12]
Em 2017, foram feitas remasterizações pela The Criterion Collection do filme Bom Dia em DVD e Blu-ray, onde também incluíram uma edição remasterizada de Umarete wa mita keredo com uma nova trilha sonora.[13]
Ozu fez seu outro filme, Bom Dia (1959), inspirado-se vagamente em Umarete wa mita keredo.[13]