Viriatos foi o nome genericamente dado aos voluntários portugueses que combateram na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) ao lado das forças da Espanha Nacionalista, lideradas pelo General Francisco Franco. [1] Constituiu mais uma peça na estratégia de claro apoio do Estado Novo à causa nacionalista espanhola.[2]
"Viriatos" é uma referência a Viriato, líder dos lusitanos contra a invasão romana da península Ibérica no Século II.
Diante da instabilidade política na Espanha, alguns generais principiam o projeto de levantamento militar (el alzamiento) contra o governo da República Espanhola. [3] A revolta de 17-18 de Junho de 1936 espalha-se por todo o país. O controlo dos generais conservadores inicia-se com as tropas estacionadas em Marrocos, lideradas pela elite castrense, e consegue depois o domínio de muitas guarnições na metrópole. Dentre os 35 000 homens que o perfazem, estão as Bandeiras da Legião, composto com grande número de pessoas estrangeiras. Na Legião, o maior grupo de estrangeiros é formado por portugueses, [4] como parte da "Missão Militar Portuguesa de Observação em Espanha", eufemisticamente apelidada pelo regime.[5]
Ao contrário do que é frequentemente referido, na Guerra Civil Espanhola nunca houve um corpo autónomo de tropas portuguesas designado como Legião Viriato.
Os voluntários portugueses combateram integrados nos diversos corpos militares nacionalistas: Bandeiras da Legião Estrangeira, milícias da Falange e dos Requetés, aviação ou unidades regulares do exército.[6]
Na aviação, destacaram-se pilotos como José Adriano Pequito Rebelo, Sepúlveda Veloso e Simão Aranha[7].
Entre os dinamizadores desta participação destacou-se o capitão de artilharia Jorge Botelho Moniz, que era também na altura o presidente do Rádio Clube Português.
O seu número total é matéria ainda controversa. Uma estimativa cautelosa aponta para um número máximo de 6 000.[8]
Esta intervenção portuguesa na Guerra Civil Espanhola ao lado dos nacionalistas não teve caráter oficial, embora recebesse, por várias formas, apoio do Governo de Salazar.