O alexânder ou leite de onça[1] é um coquetel de consumo pós-janta, preparado com Cognac, licor de cacau, e creme.[2] O coquetel é preparado com a técnica shake and strain (agitar e coar)[3] e é doce, devido ao uso do licor e do creme, característica que, juntamente com o baixo teor alcoólico (geramente inferior a 20%), deixa a bebida apropriada para o consumo após uma refeição.[4] O coquetel é classificado pela International Bartenders Association (IBA) como um "Inesquecível".[3] Graças a sua fama, o coquetel deu origem à família homônima dos coquetéis alexânder.[5][6]
O alexânder é uma bebida antiga que já aparece em receitas do início do século XX, entretanto as hipóteses sobre a origem exata da bebida são controversas.[7]
As primeiras receitas que certificam a preparação de um coquetel denominado alexânder aparecem em Jack's Manual escrito por J. A. Grohusko em 1910, e no Straub's manual of mixed drinks de 1913, mas a receita, totalmente diferente, previa o uso de uísque de centeio e Bénédictine.[7] A receita mais moderna para o coquetel alexânder aparece no livro New bartender's guide escrito por Charles S. Mahoney e Harry Montague em 1914.[7] Uma lenda menos acreditada afirma que o coquetel foi criado por Troy Alexander, barman do ristaurante Rector's de Nova York no início do século XX, para comemorar o sucesso da campanha publicitária de Delaware, Lackawanna and Western Railroad: com base no vestido branco da protagonista Phoebe Snow, criou um coquetel a base de creme de leite.[8]
Paralelamente, na Inglaterra, foi criado um coquetel semelhante, mas nomeado de forma diferente: criado em Londres em 1922 por Henry Mc Elhone no "Ciro's Club", o coquetel foi dedicado ao casamento entre princesa Mary e o conde Henry Lascelles.[9][10]
A publicação de 1910 Jack's Manual on The Vintage & Production, Care & Handling of Wines, Liquors &c. de Jacob Abraham Grohusko apresenta uma receita para o coquetel composto de três partes de uísque de centeio, uma parte de Bénédictine e um cubo de gelo.[12] Não está claro se há relação ou não com a versão baseada em creme.
Uma outra publicação de 1915, Recipes for Mixed Drinks, de Hugo Ensslin, apresenta a receita do coquetel alexânder com uma parte de gim, uma parte de creme de cacau e uma parte de creme doce, servida fria, mas sem o gelo.[7]
Como a receita original do coquetel é bem antiga, surgiram diversas versões diferentes da família de coquetéis alexânder ao longo do tempo:[7]
Brandy Alexander: Esta é a versão mais comum do alexânder e a oficial, segundo a IBA, feito com conhaque.[3][7]
Coffee Alexander: Esta variação substitui o gim por licor de café (como o Kahlúa).[13]
Hot Coffee Alexander: Feito com uma parte de conhaque, uma parte de creme de cacau, seis partes de café quente, com chantili e noz-moscada moída no topo.[14]
Blue Alexander ou Alexander's Big Brother: Esta versão substitui o creme de cacau pelo licor Curaçao.[15]
Grasshopper: Substitui o gim por creme de menta; essa versão é considerada um clássico contemporâneo pela IBA.[16]
↑Tanguy Adlavy (16 de fevereiro de 2000). «Brandy Alexander». Tchin-Tchin. Consultado em 11 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2018