Augusto Casimiro | |
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Nascimento | 11 de maio de 1889 Amarante |
Morte | 23 de setembro de 1967 Lisboa |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Ocupação | jornalista, poeta, escritor |
Distinções |
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Augusto Casimiro dos Santos (São Gonçalo, Amarante, 11 de maio de 1889 — Lisboa, 23 de setembro de 1967), mais conhecido por Augusto Casimiro, foi um poeta, memorialista, jornalista e comentarista político português e destacado opositor republicano ao regime político do Estado Novo.[1]
Fez parte do grupo que fundou a Renascença Portuguesa (1912) e, dez anos mais tarde, do grupo de intelectuais que lançou a revista Seara Nova, que dirigiu entre 1961 e 1967.
Augusto Casimiro dos Santos nasceu a 11 de maio de 1889, em Amarante, localidade onde fez os seus estudos primários e liceais. Aos 16 anos, tendo escolhido a carreira militar, assentou praça no Regimento de Infantaria de Coimbra. Frequentou então estudos universitários em Coimbra e, depois, o Curso de Infantaria da Escola do Exército, de que saiu graduado em 1909.
Cedo se revelou como poeta e cronista, estreando-se como autor em 1906 e iniciando a sua colaboração na imprensa periódica na década de 1910. Também por esta altura aderiu aos ideais republicanos.
Como tenente, participou no Corpo Expedicionário Português enviado à Flandres (1917-1918) na sequência da entrada de Portugal como Estado beligerante na Grande Guerra. Foi condecorado com a Cruz de Guerra, fourragère da Torre e Espada, grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo (31 de julho de 1919), medalha de Ouro de Bons Serviços, Military Cross, Legião de Honra, grau de Oficial da Ordem Militar de Avis (5 de outubro de 1921) e Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (grau de Cavaleiro a 15 de fevereiro de 1919 e grau de Comendador a 14 de fevereiro de 1920).[2] Foi promovido a capitão durante a campanha.
Após o termo da Grande Guerra, lecionou no Colégio Militar, sendo de seguida integrado como adjunto a campanha que visava a delimitação da fronteira entre Angola e o então Congo Belga, trabalhando sob a direção de Norton de Matos, então Alto Comissário da República em Angola. Nesse período foi Governador do Distrito do Congo e Secretário Provincial e Governador interino de Angola (1923-1926). Regressou a Portugal em consequência do Golpe de 28 de Maio de 1926.
Este período de permanência em Angola, levou-o a escrever largamente sobre temática de caráter colonial.
Ligado aos movimentos de oposição republicana à Ditadura Militar instaurada em 1926, participou na chamada Revolta da Madeira (1931), sendo então demitido do Exército e, entre 1933 e 1936, desterrado em Cabo Verde. Foi reintegrado em 1937, após o que passou à reserva.
Manteve a sua ligação à oposição democrática ao Estado Novo, tendo integrado o Movimento de Unidade Democrática em apoio à candidatura presidencial de Norton de Matos.
Manteve grande atividade literária, publicando em múltiplos periódicos, com destaque para as revistas A Águia e Seara Nova, e também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Serões[3] (1901-1911), Azulejos [4] (1907-1909), Amanhã [5] (1909), Atlantida[6] (1915-1920), Homens Livres [7] (1923) e Conímbriga [8] também de 1923. A sua vasta obra inclui poesia e prosa que vai da ficção, ensaio histórico e memorialismo aos estudos e artigos de intervenção política. Privou com Teixeira de Pascoaes (seu conterrâneo), Jaime Cortesão e Raul Proença, entre outros.
Augusto Casimiro faleceu a 23 de setembro de 1967.
Augusto Casimiro iniciou-se como poeta publicado em 1906 com a obra Para a Vida, apenas voltando a publicar poesia em 1954 com a obra Portugal Atlântico — Poemas de África e de Mar. Entretanto tinha-se dedicado ao romance, às memórias e ao jornalismo, tendo publicado, entre outros, os romances A Vitória do Homem (1910), A Primeira Nau (1912), À Catalunha (1914), Primavera de Deus (1915), Livro das Bem-Amadas (1921) e A Vida Continua (1942).
Traduziu a obra de D. Francisco Manuel de Melo, D. Teodósio II (1944)[9] e elaborou a biografia de D. Catarina de Bragança, que publicou com o título de Dona Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra, Filha de Portugal (1956).
A sua participação no Corpo Expedicionário Português enviado para o teatro da Grande Guerra na Flandres levou-o a publicar várias obras sobre esta temática, com destaque para Nas Trincheiras da Flandres (1919), Sidónio Pais: Algumas Notas sobre a Intervenção de Portugal na Guerra (1919) e Calvários da Flandres (1920). Em 1929, a sua obra Nova Largada – Romance de África ganhou o prémio do Concurso de Literatura Colonial.
Entre outras, publicou as seguintes obras: