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O Blériot 155.
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O Blériot 127.
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O Blériot 110.
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O Blériot 5190.
A Blériot Aéronautique, foi uma empresa de manufatura do setor aeronáutico fundada por Louis Blériot. Ela também construiu algumas motocicletas entre 1921 e 1922 e ciclocarros durante a década de 20.
Como engenheiro, o primeiro sucesso comercial de Blériot foi comercializando os faróis de automóveis que ele mesmo desenvolveu, a partir de 1897. O sucesso no negócio de faróis permitiu a Blériot investir na sua paixão pela aeronáutica, começando com um Ornitóptero (o Blériot I) e mais tarde em associação com Gabriel Voisin, investisse na área de planadores e aeronaves motorizadas entre 1905 e 1906 com o Blériot II e o Blériot III. Uma versão modificada do Blériot III, batizada de Blériot IV, foi um dos concorrentes que não obtiveram sucesso em Bagatelle em 12 de Novembro de 1906, quando Alberto Santos Dumont voou seu 14-bis por 220 metros.
Logo depois, a parceria com Voisan foi desfeita e Blériot criou sua própria empresa, então denominada Recherches Aéronautiques Louis Blériot. Diferente da empresa criada por Voisin, que tinha um envolvimento direto dele atuando como projetista de aviões, a fábrica de Bleriot era essencialmente um estabelecimento de pesquisa privado, empregando vários engenheiros e projetistas.[1] Devido a essa característica é difícil estabelecer o grau de participação de Blériot no projeto dos aviões que levavam seu nome.
No final de 1909 Blériot criou uma escola de pilotagem em Étampes próximo à Rouen, e no ano seguinte uma segunda em Pau. Entre 1910 e 1914 essas escolas treinaram cerca de 1.000 pilotos. Praticamente metade dos pilotos possuindo um brevê do Aero Club de France antes da Primeira Guerra Mundial foram treinados nas escolas de Blériot[2] Em Setembro de 1910 outra escola de pilotagem foi aberta no aeroporto de Hendon próximo à Londres, e mais outra em Julho de 1914 em Brooklands, Surrey, e também uma pequena fábrica, gerenciada por Norbert Chereau que produziu cerca de 20 treinadores monoplanos.
Em 1913 Blériot adquiriu os direitos sobre a companhia Deperdussin, depois que o seu fundador Armand Deperdussin, foi preso por fraude. O nome da companhia foi mudado de Société de Production des Aéroplanes Deperdussin para Société Pour L'Aviation et ses Dérivés, geralmente referenciada pelo seu acrônimo SPAD. Essa companhia obteve enorme sucesso durante a Primeira Guerra Mundial, e uma grande fábrica foi estabelecida na Inglaterra em Addlestone, Surrey em 1917.
Durante a Primeira Guerra Mundial a Blériot Aéronautique esteve concentrada na fabricação de aviões projetados por outras empresas. Os únicos produzidos com a designação de Blériot foram uma série de protótipos de bombardeiros pesados com mais de um motor, sendo que nenhum deles entrou em serviço.
Depois da Primeira Guerra, o mercado para aviões militares quase desapareceu, e a aviação civil estava apenas nos estágios iniciais, causando dificuldades para a indústria aeronáutica. Em 6 de Abril de 1919 Blériot, em associação com outras indústria francesas líderes no setor aeronáutico, criaram a Compagnie des Messageries Aériennes (CMA), e um protótipo de avião comercial de 28 lugares, o Tipo 75 Mammoth, baseado no bombardeiro Tipo 74, que foi exibido no Salão Aéreo de Paris em Dezembro de 1919, junto com três projetos SPAD, o S.27, o S.29 e o S.30. O Tipo 75 não foi bem sucedido, mas 10 exemplares do S.27 foram encomendados à CMA, e um projeto para 5 lugares, o S.33 foi produzido, realizando seu voo inaugural ao final de 1920.[3] A ele se seguiu um modelo maior, o S.46.
Tentativas de diversificar os produtos foram feitas, e a mais bem sucedida foi a de motocicletas, que foram produzidas em Suresnes. Em 1919, no 15º Paris Motor Show a empresa já estava promovendo suas motocicletas, e em 1921, um pequeno e elegante ciclocarro com uma motor de dois cilindros, 750cc e controle de marchas.[4] Os ciclocarros produzidos pela Blériot francesa as vezes são confundidos com os produzidos pela fábrica da Blériot em Addlestone, Inglaterra, mas eles tinham muito pouco em comum.[5]
Em 1922 a empresa privada Blériot Aéronautique, passou a ser uma companhia limitada, a Blériot Aéronautique S.A..[6] Essa nova companhia, produziu aviões usando os nomes Blériot e SPAD, o primeiro geralmente para aviões maiores e multi motores, enquanto o segundo para aviões monomotores menores, sendo esses últimos os que obtiveram o maior sucesso.
O único avião produzido com o nome de Blériot em alguma quantidade foi o Tipo 127, inicialmente designado em 1925 como caça de escolta Tipo 117, e mais tarde adaptado para a função de bombardeiro. Quarenta e dois exemplares foram adquiridos pela Força Aérea Francesa.
O último avião produzido com o nome de Blériot foi um grande hidroavião projetado como resposta a um requerimento do Ministro do Ar francês para um avião específicamente voltado ao serviço de correio transatlântico entre Dakar e Natal no Brasil. O avião resultante, o Blériot 5190 voou pela primeira vez em Agosto de 1933, e esse protótipo batizado como Santos-Dumont obteve grande sucesso, e variantes para transporte de passageiros foram planejadas. Em Maio de 1935, depois de completar sua décima segunda travessia do Atlântico, o governo francês encomendou mais três exemplares, mas cancelou o pedido seis semanas depois.[7]
Em Outubro de 1936, o governo francês nacionalizou todas as fábricas envolvidas na produção de aviões militares, incluindo a Blériot Aéronautique.[8]
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