Clyde Stubblefield | |
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2005 | |
Informações gerais | |
Nascimento | 8 de abril de 1943 |
Local de nascimento | Chattanooga, Tennessee Estados Unidos |
Morte | 18 de fevereiro de 2017 (73 anos) |
Local de morte | Madison, Wisconsin Estados Unidos |
Gênero(s) | Funk, R&B, soul |
Ocupação | baterista |
Período em atividade | c. 1960 - 2017 |
Afiliação(ões) | James Brown, Funkmasters, John "Jabo" Starks |
Clyde Stubblefield (8 de abril de 1943 – 18 de fevereiro de 2017) foi um baterista norte-americano, mais conhecido por ter trabalhado com James Brown, na sua performance na canção "Funky Drummer" que se tornou uma das mais sampleadas de todos os tempos.[1]
As gravações de Stubblefield com James Brown são consideradas algumas da mais clássicas para bateristas de funk, incluindo os singles "Cold Sweat", "There Was a Time", "I Got the Feelin'", "Say It Loud – I'm Black and I'm Proud", "Ain't It Funky Now", "Mother Popcorn", "Get Up, Get into It, Get Involved" e o álbum Sex Machine.[2][3]
Seu padrão rítmico em "Funky Drummer" de James Brown está entre os segmentos musicais mais sampleados. Tem sido usado por décadas por grupos de hip-hop e rappers tais como Public Enemy, Run-D.M.C., N.W.A, Raekwon, LL Cool J, Beastie Boys e Prince, além de músicos de diversos outros gêneros.[4] Stubblefield apareceu no documentário da PBS, Copyright Criminals, que abordou os aspectos criativos e legais do sample na indústria musical.[3][5]
Morreu em 18 de fevereiro de 2017, aos 73 anos, de insuficiência renal.[6]
Nascido em 18 de abril de 1943,[7] Stubblefield cresceu em Chattanooga, Tennessee. Quando jovem seu senso de ritmo foi influenciado pelos som das indústrias e trens que o cercavam.[4][8] Foi inspirado a se tornar baterista quando viu alguns deles em uma parada.[9] Clyde já tocava profissionalmente ainda adolescente.[10] No início dos anos 1960 trabalhou com o guitarrista Eddie Kirkland e saiu em turnê com Otis Redding.[11]
Em 1965 ele se juntou a banda de James Brown.[9] Pelos seis anos seguintes a banda teve dois bateristas, Stubblefield e John "Jabo" Starks que se juntou a banda duas semanas mais tarde. O estilo de Starks foi influenciado pela música das igrejas de sua cidade natal em Mobile, Alabama. Os dois bateristas não tinham nenhum treinamento formal.[8] De acordo com Stubblefield, "Nós tocávamos o que queríamos tocar (...) Apenas colocávamos em prática como achavámos que deveria ser."[4] Os dois "criaram os grooves de muitos dos maiores sucessos de James Brown e lançaram os fundamentos do jeito de se tocar bateria."[8]
Stubblefield viveu em Madison, Wisconsin de 1971 até sua morte em 2017.[12] Por mais de vinte anos Clyde tocava nas noites de segundas-feiras com sua banda, a The Clyde Stubblefield Band, na região central de Madison. A banda tinha em sua formação o amigo de longa data, o tecladista Steve "Doc" Skaggs, além dos vocalistas Charlie Brooks e Karri Daley, bem como uma sessão de sopro. Stubblefield se aposentou dos shows às segundas em 2011 devido aos seus problemas de saúde, deixando a banda nas mãos de seu sobrinho Brett Stubblefield.[13][14]
Desde os anos 1970 Stubblefield trabalhou com diversos músicos na área de Madison tais como o tecladista Steve Skaggs, o guitarrista Cris Plata, o violisnista de jazz Randy Sabien, o trio country Common Faces e o grupo de jazz NEO.[15][16] Ele se apresentou e gravou com membros do The J.B.'s incluindo Bootsy Collins, Maceo Parker e "Jabo" Starks.[16][17] O grupo lançou o álbum Bring the Funk on Down em 1999.[18] Do início dos anos 1990 até 2015 ele se apresentou no programa de rádio Whad'Ya Know?[4][19]
O primeiro álbum solo de Stubblefield The Revenge of the Funky Drummer foi lançado em 1997. O álbum foi produzido pelo compositor e produtor Richard Mazda.[20] Em 2002 ele lançou um álbum com 26 faixas com break beats intitulado The Original Funky Drummer Breakbeat Album.[21] O terceiro álbum solo de Stubblefield, The Original, foi lançado em 2003.[22] Todas as composições foram baseadas nos grooves de bateria de Stubblefield e foi produzido por Leo Sidran.[10]
Stubblefield colaborou frequentemente com "Jabo" Starks. Usando o nome Funkmasters, a dupla lançou um álbum em 2001 chamado Find the Groove e em 2006 Come Get Summa This.[23][24] A dupla lançou uma vídeo aula em 1999 chamado Soul of the Funky Drummers.[7][25] Em dezembro de 2007, a dupla se juntou a Bootsy Collins em Covington, Kentucky, no primeiro concerto em memória de James Brown.[26] Stubblefield e Starks tocaram em Funk for Your Ass, um álbum tributo à James Brown, do ex-companheiro de banda Fred Wesley. O álbum foi lancado em 2008.[27] Mais tarde, naquele mesmo ano, a Toontrack Music lançou uma expansão chamada "Funkmasters" de seu software EZdrummer com samples gravados por Stubblefield e Starks.[28]
Em 2009 Stubblefield estava necessitando de um transplante renal e ser submetido a tratamentos de diálises.[15] Músicos da área de Madison organizaram eventos para levantar fundos, doando os rendimentos para seu tratamento de diálise e as consequentes contas médicas.[11][29] Stubblefield lidou com problemas de saúde desde o início dos anos 2000, incluindo um câncer. Sua esposa, Jody Hannon, era seu apoio, cuidando de sua saúde.[4][15]
Em 2011 Stubblefield se apresentou durante a canção "Fight the Power" no programa Late Night with Jimmy Fallon ao lado de Chuck D e membros do The Roots e Eclectic Method.[13][30] Em 2012 concedeu entrevista e falou de suas batidas favoritas durante conferência realizada no Madison Ruby em Madison, Wisconsin.[31]
Em 2014 Stubblefield foi nomeado o segundo melhor baterista de todos os tempos pelo tablóide LA Weekly. De acordo com o LA Weekly, "Stubblefield é um dos mais sampleados bateristas da história, o homem cuja estranha capacidade de desconstruir um simples ritmo 4/4 em milhares de diferentes e astuciosas batidas sincopadas lançou os fundamentos não somente para o funk, mas para a maioria do hip-hop."[32] Em 2013 Stubblefield e Starks receberam o prêmio Yamaha Legacy Award.[33][34] Em 2004 Clyde recebeu o prêmio de realização em vida no Madison Area Music Awards.[35] Em 2000 foi introduzido ao Muro da Fama do Wisconsin Area Music Industry.[36] Em 1990 foi nomeado baterista do ano pela revista Rolling Stone e em 2016 a revista nomeou Stubblefield e Starks o sexto melhor baterista de todos os tempos.[9][37] Um conjunto de baquetas autografadas por Stubblefield estão no Rock and Roll Hall of Fame.[9]
O autoproclamado rapper nerdcore MC Frontalot fez um tributo à Stubblefield em sua canção "Good Old Clyde".[38] O artista de Hip-hop Black Thought da banda The Roots rimou "I'm cooler than Clyde Stubblefield, drummer for James" na canção "Stay Cool".[39] de acordo com o baterista do The Roots, Questlove, Stubblefield é um dos "que definiram a música funk."[4]
Ben Sisario do The New York Times escreveu, "em canções como 'Cold Sweat' e 'Mother Popcorn' ele aperfeiçoou um estilo light-touch preenchido com síncopes matadoras, algumas vezes chamada de ghost notes."[4] De acordo com a National Public Radio, "os grooves que os dois bateristas (Stubblefield e Starks) criaram inspiraram gerações de artistas — não apenas no funk, mas no hip-hop, onde os padrões estáveis mas intricados conceberam o material natural para o sampling."[8]
Stubblefield morreu em 18 de fevereiro de 2017, de insuficiência renal.[40][41] Ele sofria de doenças renais desde 2002, quando operou o rim.[4] O ícone pop Prince, que considerava Stubblefield um ídolo como baterista, foi um apoiador financeiro,[12] e tinha pago mais de $80.000 pelos gastos do baterista com hospitais. Isso foi revelado em 2016, desde que Stubblefield ficou sem plano de saúde.[42]
Com Fred Wesley
Com James Brown (trabalhos selecionados)
Com The J.B.'s
Com Ben Sidran