De Profundis é o título de uma obra de Oscar Wilde de 1897, que toma a forma de uma longa e emocional epístola épica ao seu amante Alfred Douglas, escrita na prisão de Reading, onde cumpria pena de dois anos de prisão com trabalhos forçados por atividades homossexuais pela lei de sodomia.[1]
Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara. (Behind joy and laughter there may be a temperament, coarse, hard and callous. But behind sorrow there is always sorrow. Pain, unlike pleasure, wears no mask)
Enquanto na prisão Wilde não foi autorizado a enviar a carta que escrevera, apenas lhe foi permitido levar o manuscrito consigo no final da pena. Wilde acabou por confiar o manuscrito ao seu amigo jornalista Robert Ross, que fez duas cópias dactilografadas. Uma terá sido enviada a Douglas, que negou sempre tê-la alguma vez recebido.[2] Em 1905, quatro anos após a morte de Wilde, Ross publicou uma versão reduzida (cerca de um terço) da carta com o título De Profundis, que viria a ser utilizado sempre em edições posteriores.[3] O original foi doado em 1909, por Ross, ao British Museum, com a condição expressa que não fosse apresentada ao público durante cinquenta anos.[4] A segunda cópia dactilografada foi utilizada para a publicação da "primeira versão completa e rigorosa" por Vyvyan Holland, filho de Wilde, em 1949.[5] Na realidade, quando em 1960, o manuscrito foi tornado público, foi possível estabelecer que a cópia dactilografada continha cerca de uma centena de erros. A versão correcta viria a ser publicada em 1962 no livro de cartas The Letters of Oscar Wilde.[6].