A educação no Belize é obrigatória dos 6 aos 14 anos para a educação primária. O sistema educacional de Belize é um agregado de subsistemas educacionais. O sistema é baseado no sistema educacional britânico e é dividido em três níveis: primário, secundário e superior.
O crescimento e transformação da educação no Belize se deu em várias fases, cada uma relacionada a uma importante mudança na história política e econômica do país. Durante a fase inicial, entre 1816 e 1892, a parceria Estado-igreja se tornou institucionalizada. A iniciativa e o controle religioso, a intervensão estatal extremamente limitada, e a vigorosa competidção das denominações religiosas pelas alianças com os habitantes caracterizaram esta fase.[1]
A intensificação da rivalidade das denominações religiosas, a negligência benigna do estado colonial, e a crescente influência dos missionários jesuítas dos Estados Unidos caracterizaram a segunda fase que durou de 1893 a 1934. Em 1934, o diretor da educação na Jamaica fez uma completa investigação no sistema educacional de Honduras. Várias reformas foram propostas para aumentar os gastos com o sistema escolar e melhorar os padrões da educação. A implementação de muitas destas reformas começou no final da década de 1930.[1]
Durante a fase seguinte, do final da década de 1940 até o início da de 1950, as atividades educacionais e sociais dos jesuítas influenciaram o crescimento do movimento nacionalista anti-Britânico, anti-colonial. No final da década de 1950 e início da de 1960, os jesuítas lideraram os esforços para redesenhar a educação pós-primária que era voltada para a elite e aos centros urbanos e que perpetuavam não apenas a desigualdade social, mas também a dominância história da cidade de Belize sobre a hinterlândia primariamente rural. No final da década de 1950, os jesuítas emergiram como uma influência dominante em praticamente todos os níveis da educação formal.[1]
Com o surgimento de um nível maior de auto-gestão em 1964, o governo começou a assegurar seu controle sobre as escolas. O controle sobre as políticas de educação e planejamento passaram dos cléricos britânicos e administradores coloniais, para os belizeanos treinados na Inglaterra. A atual prática educacional, entretanto, mudou muito pouco. As denominações religiosas continuaram a determinar a direção e o passo da expansão educacional. A influência dos Estados Unidos dentro das escolas de Belize se intensificou, não apenas através da adoção de algumas práticas jesuítas por todo o sistema educacional, mas também com a chegama do Corpo da Paz e outros professores voluntários dos Estados Unidos e outras agências como a CARE e a Michigan Partners.
Conforme a demanda por educação ultrapassou a capacidade da igreja -inclusive dos jesuitas- de prover isso, as cooperações interdenominação cresceram e o estado assumiu um papel mais central. Na década de 1970, o governo assumiu o papel principal em estabelecer novas escolas, principalmente dos níveis secundário e superior. O governo considerou a educação como uma ferramenta essencial na luta pacífica pela independência. Mas a expansão das oportunidades educacionais superava os recursos do estado, levando a uma intensa dependência de ajuda externa. Desde 1981, os Estados Unidos tem ajuda nesta questão. A situação fez com que muitas Belizeanos temessem o nascimento de uma nova forma de controle imperialismo sobre o país.
Em nenhum lugar o medo da recolonização era maior do que na educação superior. Em 1979, o atual governo People's United Party (PUP) estabeleceu a Belize College of Arts, Science, and Technology (Belcast) com a intenção de acabar com a dependência do mundo externo para a aeducação superior. A PUP criou Belcast para ser uma instituição do governo, sem a participação da igreja. Os recursos eram garantidos pela Comunidade Económica Europeia para a construção do campos em Belmopan.
O campos nunca foi construído porque a PUP foi retirada do governo pelo rival United Democratic Party (UDP) em dezembro de 1984. A UDP revogou Belcast e convidou Ferris State College of Big Rapids para estabelecer e administrar a nova instituição, a University College of Belize (UCB). O controle sobre os programas da UCB não estava nas mãos dos belizeanos, mas nas da administração de Ferris State College. O nascimento da UCB deu forma ao maior medo dos nacionaliztas belizeanos: o país perdeu a soberania sobre uma instituição que simboliza o primeiro grande esforço de Belize para acabar com o passado colonial do país no setor de educação. A intensa controvérsia retornou novamente em 1991 quando foi descoberto que Ferris State College falhou em obter uma boa avaliação para o programa da UCB, e assim colocando em questão o valor dos diplomas emitidos pela UCB desde 1987. Seguindo esta controvérsia, o novo governo PUP terminou o acordo com Ferris State College e assumiu controle total sobre a instituição.
O sistema educacional de Belize é um agregado de subsistemas educacionais. O sistema é baseado no sistema educacional britânico e é dividido em três níveis: primário, secundário e superior.
A educação primária tem duração de 8 anos, com 2 anos de educação infantil e 6 anos de educação primária.
A educação secundária é dividida em 4 "forms". As escolas possuem orientações curriculares e culturais diferentes. A maioria das escolas privadas e denominações religiosas dão enfase nos estudos acadêmicos e comerciais, apesar de algumas também oferecerem programas técnico-vocacionais. Em contraste, o governo administra diretamente 9 escolas, das quais todas oferecem um curriculum orientado para temas tecnico-vocacional.[1]
Após a educação secundária há cursos de 2 anos designados para preparar os estudantes para o Cambridge Advanced ou exames "A-Level". A partir do início da década de 1970 as instituições também podem emitir certificados de "Associate of Arts" sancionados pela "United States Association of Junior Colleges".[1]
Outras instituições superiores incluem Belize Teachers' College, o Belize School of Nursing, e o Belize College of Agriculture, além da UCB. Belize contribui e participa da multinacional University of the West Indies. University of the West Indies também mantém um pequeno departamento na cidade de Belize.
A administração do sistema varia de acordo com o nível. Na segunda metade da década de 1980, denominações religiosas controlavam a maioria das escolas primárias, mas o governo e a iniciativa privada administrava mais mais de 50% das instituições secundárias.[1] A preponderância das instituições públicas no nível secundário é relativamente novo; em 1980, a maioria das escolas secundárias estava sobre administração religiosa. Ainda assim, as denominações religiosas continuam tendo uma considerável influência sobre os comites de administração das instituições privadas.
A orientação cultura, práticas educacionais, rituais e critérios de avaliação, chegaram às escolas de Belize das instituições jesuítas dos Estados Unidos. A influência jesuíta também afeta as escolas britânicas tradicionais, como as escolas secundárias anglicana e metodista, e a Belize Technical College. Quase 30 anos de Corpo da Paz, e outros professores voluntários dos Estados Unidos também influenciaram a cultura educacional de Belize.
Em 2001, 93,2% das crianças com idade entre 5 e 14 anos frequentavam a escola. O Ato Educacional multa os pais em 100 dólares caso suas crianças dentro da idade da educação obrigatória não frequentem a escola regularmente. A educação primária é gratuita, mas gastos relacionados, como uniformes e livros, representam problemas financeiros para famílias pobres. Escolas secundárias e programas de aprendizado e vocacional só possuem capacidade para acomodar metade das crianças que completam a escola primária. Em 2002, a taxa de matrícula na educação secundária das crianças na faixa etária relacionada foi de 99%. Em 1999, 81% das crianças matriculadas na escola primária chegavam à 5ª série. Resultados da Pesquisa de Atividade das Crianças indica que 12% das crianças com idade entre 5 e 14 anos que trabalham não frequentam a escola.[2]