Francisca Pereira | |
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Nascimento | 1942 (83 anos) Bolama |
Cidadania | Guiné-Bissau |
Ocupação | enfermeira, política, membro da resistência |
Francisca Pereira (Bolama, 1942), é uma ex-enfermeira guineense, que lutou pela independência da Guiné Bissau e antiga ministra do país.
Francisca Lucas Pereira Gomes, nasceu em Bolama em 1942, a antiga capital da colónia portuguesa da Guiné Portuguesa (actual Guiné Bissau), cuja família era originária de Bolama e de Cachéu.[1]
Aos 17 anos, em 1959, juntou-se ao Movimento de Libertação da Guiné-Bissau (Movimento para Independência Nacional da Guiné Portuguesa, mais tarde PAIGC). Ela começou por trabalhar no Secretariado do PAIGC em Conakry.[2][3]
Em 1965, com apenas os estudos secundários, foi enviada para Kiev na ex-URSS para estudar enfermagem. Dois anos mais tarde, em 1967, assume o cargo de vice-directora da Escola Piloto em Conakry, um centro de formação criado pelas forças independentistas para acolher órfãos e refugiados da guerra na Guiné-Bissau. [4][5][6][7]
Algum tempo depois é enviada para os territórios conquistados às forças coloniais portuguesas. Durante alguns meses, trabalha como enfermeira no hospital do PAIGC em Ziguinchor no Senegal. Torna-se num dos ombros direitos de Amílcar Cabral e assume a responsabilidade sobre as questões de saúde das forças que lutam pela independência. Entre 1970 e 1975, representou a ala feminina do PAIGC em várias conferências, nomeadamente com a filósofa Angela Davis que foi activista dos Black Panthers.[4][8][9]
Após a independência da Guiné Bissau, obtida em 1974 após o 25 de Abril que provocou a queda da ditadura em Portugal, desempenha vários cargo políticos. Em 1977 é a única representante de feminina em assuntos do governo. Preside a câmara de Bolama, a cidade em que nasceu, e 1981 a 1988, é presidente da União Democrática das Mulheres da Guiné-Bissau (UDEMU), entidade que ajudou a fundar em 1961, sucedendo a Carmen Pereira. Ela também marca presença em reuniões com diferentes instituições internacionais. O período pós-independência revela-se difícil. O país está vários anos sem eleições, é governado por um partido único e sofre uma série de golpes de estado. A morte de Amílcar Cabral pouco tempo depois da independência complica ainda mais a situação e sente-se no ar uma certa decepção politica. [8][10][6][11][1][4][3]
Entre 1990 e 1994, é Ministra dos Assuntos da Mulher e da Criança. Entretanto, em 1991, é permitida existência de mais partidos para além daquele que se encontra no poder. Vinte anos após a independência, ocorrem as primeiras eleições presidenciais e legislativas multipartidárias da Guiné Bissau. João Bernardo Vieira é eleito presidente e ela torna-se na Primeira Vice-Presidente da Assembleia Nacional. De 1997 à 1999, é Ministra do Interior mas é obrigada a abdicar devido a uma rebelião militar que culmina numa guerra civil, breve mas violenta. Novas eleições têm lugar em 2000 e em 2002 é nomeada Ministra de Estado encarregue dos assuntos políticos e da diplomacia. [4][6]