Giuliano Gozi | |
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Secretário de Estado de San Marino | |
Período | 30 de abril de 1918 a 28 de julho de 1943 |
Capitão-regente de San Marino | |
Período | 1923 - 1941 (de forma intermitente) |
Dados pessoais | |
Nascimento | 7 de agosto de 1894 San Marino |
Morte | 18 de janeiro de 1955 (60 anos) |
Partido | Partido Fascista de San Marino |
Giuliano Gozi (Cidade de San Marino, 7 de agosto de 1894 - 18 de janeiro de 1955) foi um militar e político san-marinhense que serviu como Secretário de Relações Exteriores de San Marino de 1918 a 1943. Ele também ocupou o cargo de capitão-regente de San Marino 5 vezes entre 1923 e 1941, liderando um governo inspirado no Fascismo italiano de Benito Mussolini.[1]
Nascido em 1894, Gozi estudou direito na Universidade de Bolonha durante os anos de 1914-1915, até que se alistou voluntariamente ao Exército Real Italiano durante a Primeira Guerra Mundial, embora de San Marino, se sentiu obrigado em servir ao país vizinho. Em novembro de 1915, foi nomeado segundo-tenente dos Alpini, sendo enviado com o Regimento para lutar na frente do Valle del Boite e em Tofane, onde obteve a Medalha de Bronze de Valor Militar.[1]
Em 1916, foi promovido a tenente e enviado para treinar recrutas. Em agosto de 1917, serviu na segurança pública para conter os motins antiguerra de Torino; depois de Caporetto, em novembro deste mesmo ano, voltou ao front com o Batalhão Monte Pasubio do 6º Alpini, participando da resistência contra os austro-alemães no Monte Grappa e em Valdastico. Ele deixou o Exército Italiano em 4 de setembro de 1918 por motivos políticos e foi premiado com as medalhas de Cruz Vermelha Italiana, a Medalha de Prata da República de San Marino e a Medalha Inter-Aliada.[1][2]
Em 30 de abril de 1918, o Conselho Grande e Geral de San Marino nomeou Gozi como Secretário das Relações Exteriores de San Marino. Em 1922, Gozi fundou o Partido Fascista de San Marino; com a vitória do PFS nas eleições de 1923, Gozi dissolveria partidos e o Conselho Grande e Geral, substituído pelo Conselho Príncipe e Soberano, assim estabelecendo um regime aos moldes do fascismo italiano até 1943.[1]
Em 1939 assinou a Convenção de amizade e boa vizinhança com o rei da Itália, Victor Emmanuel III, que vigora até os dias atuais.[3] Em 17 de setembro de 1942, quatro anos após os italianos terem promulgado as leis raciais italianas de 1938, Gozi emitiu a lei racial nº 33, que proibia o casamento entre samarineses e estrangeiros ou judeus; casamentos com italianos não-judeus ainda eram permitidos.[4][5]
Dias após o colapso do fascismo italiano, em 28 de julho de 1943, o regime fascista de Gozi entra em colapso após uma grande manifestação em San Marino. Com o advento da República de Saló, Gozi tentou reconstruir seu partido no ano seguinte - renomeado para Fascio Repubblicano di San Marino, existindo de janeiro até setembro de 1944.[6]
No pós-guerra houve julgamentos dos participantes do fascismo samarinês, sendo Gozi também julgado.[7] Em 1946, um decreto dos Capitães Regentes revogou seu título de conde, que lhe havia chegado pela via patrilinear, e a medalha de mérito de primeira classe; no mesmo procedimento, entre outras coisas, foi revogada a lei racial de 1942.[8] Giuliano Gozi veio a falecer em 18 de janeiro de 1955, após uma longa doença.[7]