As greves contra a reforma da previdência na França em 2010 são uma série de greves gerais e protestos na França iniciados em março de 2010 e intensificados durante os meses de setembro e outubro, contra a proposta do governo de aumentar a idade mínima de aposentadoria de sessenta para sessenta e dois anos que havia sido aprovada Assembleia e seria encaminhada a votação no Senado.[1]. As greves, de âmbito nacional, envolvem tanto trabalhadores do setor privado quanto do setor público. As manifestações ocorrem sobretudo nas cidades de Bordeaux, Lille, Lyon, Marseille, Paris e Toulouse. A proposta do governo também prevê aumento da idade mínima necessária para que os contribuintes da previdência social recebam pensão integral - de 65 para 67 anos. Os sindicatos argumentam que os mais pobres serão os mais afetados pela reforma.[2]
As greves de 2010 foram comparadas às greves de 1995, e 70% da população apóia o movimento.[3] O secretário da CGT (Confederação Geral do Trabalho) Bernard Thibault declarou a La Chaîne Info: "Nunca houve, desde 1995, tantos manifestantes... do setores público e privado, e agora de todas as gerações. O governo está apostando na deterioração deste movimento ou no seu desmembramento. Eu penso que nós temos os meios para desapontá-lo."[4]
Onze dias de manifestações: os números do movimento
Desde março, onze dias de greves e protestos ocorreram até 20 de outubro. A expectativa é de que as greves continuem até antes da votação do projeto pelo Senado francês. O número de participantes dos protestos varia bastante, conforme a fonte - Ministro do Interior da França, polícia ou os sindicatos.[5]
A greve de 23 de setembro causou o cancelamento de mais de 50% dos voos nos aeroportos, em Paris e outras cidades.[6] Metade das corridas dos trens de longa distância foram canceladas.[7]
Uma greve prolongada de coletores de lixo levou ao acúmulo de resíduos ao redor do porto de Marselha.[3] A greve já dura pelo menos três semanas.[8]
Estudantes começaram sua participação nos protestos ao longo do mês outubro, com uma em cada quinze escolas no país sendo afetada em meados do mês.[3] A polícia atirou balas de borracha no olho de um estudante de dezesseis anos em Montreuil, no subúrbio de Paris, quase causando a perda de seu olho; outros estudantes relataram também terem sido feridos.[4] A polícia também jogou gás lacrimogêneo em jovens estudantes em Lyon, durante atos capturados pelas câmeras de televisão.[4] No dia seguinte, foi a primeira ocasião em que os protestos ocorreram em um sábado.[9]
Em 16 de outubro, após cinco dias de greves, o governo francês admitiu que o estoque de combustível do Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle estava a ponto de se esgotar, ao mesmo tempo que exortou a população a "não entrar em pânico".[10][4]
23 de março: 800.000 manifestantes em toda a França, segundo a CGT, e 395.000[11], dos quais 31.000 em Paris, segundo o Ministério do Interior [12], no primeiro dia de greve de protesto contra o projeto governamental de reforma das aposentadorias.
1º de maio: segundo a CGT, cerca de 300.000 pessoas em 280 passeatas organizadas no interior do país, pela defesa das aposentadorias.
27 de maio : um milhão de manifestantes, segundo a CGT; 395.000, segundo o Ministério do Interior [13].
23 de setembro: cerca de 3 milhões de manifestantes de acordo com a CGT e a CFDT[19], sendo 300.000 na manifestação parisiense[20]. Segundo o ministério, havia 997.000 manifestantes[21], dos quais 65.000 em Paris.[22]
2 de outubro : 3 milhões de manifestantes segundo a CGT; 899.000, segundo o Ministério,[23], distribuídos em 240 cidades.
12 de outubro: os sindicatos reivindicam 3,5 milhões de manifestantes, sendo 330.000 em Paris. Segundo o Ministério do Interior, 1,23 milhões (89.000 em Paris). Estudantes secundários e universitários juntam-se às passeatas e começam a realizar manifestações diárias.
16 de outubro: « quase 3 milhões » de manifestantes segundo a CGT, e 2.500.000, conforme a CFDT[24] e 825000, segundo o ministro do Interior.[25]
19 de outubro: as oito confederações sindicais reúnem 3,5 milhões de manifestantes, segundo a CFDT[26] e a CGT,[27] em 266 cidades[28] (ou 1,1 milhão, de acordo com o Ministério), enquanto "operações tartaruga" ocorrem por toda a França.[29].