Haliotis cracherodii | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Em perigo crítico | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Haliotis cracherodii Leach, 1814[1] | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
Haliotis splendidula Williamson, 1893 Haliotis rosea Orcutt, 1900 Haliotis cracherodii var. holzneri Hemphill, 1907 Haliotis imperforata Dall, 1919 Haliotis lusus Finlay, 1927 Haliotis expansa Talmadge, 1957 (WoRMS)[1] |
Haliotis cracherodii (em inglês black abalone) é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Haliotidae. Foi classificada por Leach, em 1814. É nativa do nordeste do oceano Pacífico, em águas rasas da costa oeste da América do Norte.[1][2][3]
Abalones têm sido utilizados nesta área desde que o Homem chegou. Os americanos nativos comiam a carne de abalone, utilizando conchas inteiras como tigelas e pedaços de conchas para uso em anzóis, raspadores, miçangas, colares e decorações; até mesmo fazendo permutas com as conchas.[4] Sete espécies são descritas na região: Haliotis corrugata, H. cracherodii, H. fulgens, H. kamtschatkana, H. rufescens, H. sorenseni e H. walallensis.[5]
Concha oval, curva e funda,[2] com até 15 centímetros,[3] de um marrom-avermelhado muito escuro, quase negro,[6] ou de coloração azul ou esverdeada escura, às vezes laranja.[2] Possui uma superfície lisa, com visíveis linhas de crescimento.[6][7] Os furos abertos na concha, geralmente de 5 a 9, são alinhados com a sua superfície e pequenos em diâmetro.[2][8] Região interna da concha madreperolada, iridescente, com um brilho dourado[6] e com reflexos em verde e rosa, tipicamente com nenhuma cicatriz muscular[2][9] ou com cicatriz muscular central visível.[6] Lábio externo se estendendo sobre a área madreperolada, normalmente formando uma borda com a mesma coloração escura de sua superfície.[2] A concha desta espécie, em vida, pode ser recoberta por outros animais marinhos, como cracas;[10] mas geralmente possui pouco ou nenhum crescimento de organismos sobre sua área externa.[2]
Haliotis cracherodii ocorre em águas rasas, da zona entremarés[3] até profundidades de menos de 10 metros, e em áreas rochosas do nordeste do oceano Pacífico, de Coos Bay, no Oregon (Estados Unidos), até Cabo San Lucas, na península da Baixa Califórnia (no oeste do México).[2] Os adultos têm uma grande tolerância para várias temperaturas.[4]
Foi o menos desejado abalone norte-americano para o comércio e pesca pela indústria de alimentos dos Estados Unidos,[4] agora protegido na Califórnia.[11] Normalmente encontrado em grandes números, aglomerados próximos uns dos outros e, por vezes, com 2 ou 3 empilhados em cima uns dos outros,[2] esta espécie fora abundante no início do século XX, durante o desaparecimento da lontra-marinha,[4] tendo o seu comércio para alimentação se iniciado em 1968 e o seu declínio em meados da década de 1980, causado por uma síndrome cujo agente é uma bactéria denominada Candidatus Xenohaliotis californiensis,[12] reduzindo suas populações em mais de 80%. Pescadores da costa sul da ilha de Santa Cruz fizeram a primeira observação desta doença em 1985. Desde então ela se espalhou por todas as ilhas do canal da Califórnia, para Monterey e para o México. Se manifesta por descoloração do epipodium,[13] perda de apetite, grave perda de peso e atrofia do músculo do pé. Como consequência, o molusco perde a sua capacidade de aderência.[11]