Pablo González Garza | |
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Dados pessoais | |
Nascimento | 5 de maio de 1879 Lampazos de Naranjo, Nuevo León, México |
Morte | 4 de março de 1950 (70 anos) Monterrey, Nuevo León, México |
Nacionalidade | Mexicano |
Vida militar |
Pablo González Garza (Lampazos de Naranjo, Nuevo León, 5 de maio de 1879 - Monterrey, Nuevo León, 4 de março de 1950) foi um general mexicano durante a Revolução Mexicana.[1] É considerado o principal organizador do assassínio de Emiliano Zapata.[2][3]
Cresceu na localidade de Nadadores, Coahuila onde os seus pais eram proprietários de uma loja. Ficou órfão aos seis anos de idade.[4] Acabaria por lhe ser concedida uma bolsa de estudo para a academia militar em Chapultepec mas ele decidiu não terminar os estudos. Nos primeiros anos do século XX trabalhou numa fundição, nos caminhos-de-ferro e para uma companhia petrolífera, em vários locais do norte do México e e no sul dos Estados Unidos.[1]
Em 1907, por intermédio do seu primo, conheceu o anarquista Enrique Flores Magón.[1] Participou na insurreição de Francisco Madero contra Porfirio Diaz em 1911. As suas forças ocuparam Monclova e Cuatro Ciénegas para Madero. Subsequentemente, em 1912, combateu a rebelião de Pascual Orozco.[1] Mais tarde, após o golpe de Estado de Victoriano Huerta contra Madero, González combateu contra Huerta e Pascual Orozco em Coahuila. Embora fosse considerada uma estrela militar em ascensão, Orozco derrotou-o em todos os confrontos, o que contribuiu para que González ficasse conhecido como "o general que nunca obteve uma vitória".[5] Essa má reputação o seguiu nos anos seguintes.[5] Numa entrevista posterior a Blasco Ibanez Carranza afirmou que "o general González comandou as maiores forças da Revolução e a única honra que conseguiu foi a de ter perdido todas as batalhas em que se envolveu."[6]
Mais tarde seria nomeado chefe do Exército do Nordeste durante o governo de Venustiano Carranza e em 1914 ocupou Monterrey, Tampico e outros locais.[7] A ocupação de Monterrey por González, em conjunto com a batalha de Zacatecas, foi crucial para a derrota de Huerta e a partida deste para o exílio.[1] Ao mesmo tempo, Álvaro Obregón foi nomeado para a chefia do Exército do Noroeste, uma posição equivalente à de González. Dado que Obregón via González como um general incompetente, tal contribuiu para o seu ressentimento para com Carranza, o qual daria frutos mais tarde.[8]
Foi também encarregado da pacificação da rebelião Zapatista em Morelos durante a luta entre Emiliano Zapata e Carranza, onde granjeou uma reputação de brutalidade e impiedade.[2] O manifesto de González de 19 de julho de 1916 diz explicitamente que os civis de Morelos, incluindo mulheres e crianças, que eram vistos como apoiantes de Zapata, seriam massacrados (embora oficialmente contados entre aqueles que morreram em combate). Nas suas campanhas de pacificação, González reinstituiu a prática de Victoriano huerta e Porfírio Díaz de enviar camponeses capturados para o Yucatán onde eram sujeitos a pesados trabalhos forçados.[9] Para combater González, Zapata decidiu fornecer armas a localidades individuais, mesmo aquelas que não se encontravam sob o seu controlo, de forma a que pudessem formar unidades efetivas de auto-defesa. Esta política acabaria por virar-se contra Zapata, pois após a retirada de González, os camponeses usaram as armas contra grupos de busca o que por seu lado conduziu a numerosos conflitos entre os camponeses e as tropas rebeldes que supostamente representavam a sua causa.[10]
González foi em geral bem-sucedido no esmagamento temporário da rebelião em Morelos, sobretudo devido à ajuda de um general vira-casacas Zapatista, Sidronio Camacho (que havia morto o irmão de Zapata, Eufemio) o qual lhe forneceu informações cruciais. Contudo, após a deflagração de uma outra revolta em Coahuila, liderada por Lucio Blanco, González foi de novo convocado e Zapata reclamou o seu estado natal.[11]
González foi o cérebro por detrás do assassínio de Emiliano Zapata, levado a cabo pelo seu coronel, Jesus Guajardo.[2] No início de 1919 surgiram desavenças entre González e Guajardo, e após ter sabido delas, Zapata escreveu uma carta a Guajardo, pedindo-lhe para se juntar aos Zapatistas. A carta foi interceptada por González que chantageou Guajardo, e a usou como uma meio para montar uma cilada a Zapata.[2] Guajardo, após demonstrar a sua lealdade a Zapata ao executar um chefe Zapatista que havia mudado de campo, Victoriano Barcena, combinou um encontro com Zapata em na Fazenda Chinameca onde deveria entregar munições muito necessárias. Após a chegada de Zapata, em 10 de abril de 1919, uma guarda de honra apresentou-lhe as armas, mas ao terceiro sinal do cornetim, dispararam à queima-roupa, matando Zapata.[2]
Nas eleições de 19120, o presidente Carranza promoveu o civil Ignacio Bonillas como seu sucessor, para grande descontentamento dos seus generais, e de Álvaro Obregón em particular, o qual desejava a presidência. Após Carranza ter tentado prendê-lo, Obregón liderou uma revolta militar.
Inicialmente González manteve-se leal a Carranza. Porém, a maioria dos seus oficiais apoiava Obregón, e o seu aliado Plutarco Calles e opunha-se veementemente a Bonillas. Como resultado González declarou-se candidato à presidência. Em abril de 1919, Carranza exigiu a desistência da candidatura de González e deu o seu apoio total a Bonillas. Em 30 de abril, González rompeu oficialmente com Carranza, embora em vez de o prender e ocupar imediatamente a Cidade do México (a maioria das tropas da região apoiava-o), permitiu a fuga de Carranza para Veracruz, tendo ele retirado-se para Texcoco.[12]
Durante a presidência interina de Adolfo de la Huerta, González foi acusado de traição e sedição e preso. Foi inicialmente condenado à morte, mas acabaria por ser perdoado e exilou-se nos Estados Unidos.[13]
Após a vitória de Obregón sobre Carranza e sua posterior eleição como presidente, González regressou ao México. Retirou-se do serviço ativo e da política e dedicou-se aos negócios. Ficou quase na pobreza após a ruína do seu banco, e morreu em 1950 na cidade de Monterrey.