Recluzia

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Uma concha de Recluzia lutea (Bennett, 1840) numa sacola plástica, coletada no litoral da Nova Zelândia, em Northland.
Uma concha de Recluzia lutea (Bennett, 1840) numa sacola plástica, coletada no litoral da Nova Zelândia, em Northland.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Caenogastropoda
Superfamília: Epitonioidea
Família: Epitoniidae
Berry, 1910 (1812)[1]
Género: Recluzia
Petit de la Saussaye, 1853[1]
Espécie-tipo
Recluzia lutea
(Bennett, 1840)[1]
Espécies
ver texto

Recluzia é um gênero de moluscos gastrópodes, marinhos e pelágicos[2], holoplanctônicos e pleustônicos, pertencente à família Epitoniidae da ordem Caenogastropoda[1]; no passado fazendo parte de obsoleta família Janthinidae.[2][3] Foi classificado por Petit de la Saussaye, em 1853, e sua espécie-tipo, Recluzia lutea, fora descrita por Bennett, como Janthina lutea (no gênero Janthina Röding, 1798; depois nomeada, em inglês, recluzia snail -sing.), no ano de 1840.[1][3][4]

Descrição da concha

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Suas conchas leves, flutuantes, alongadas a globosas e bastante frágeis, não apresentam opérculo e são comumente castanhas e com espiral destacada e suturas (junção entre as voltas) com cavidades aprofundadas, também podem ter a concha fina e transparente, com o lado inferior branco e as partes superiores marrom-azuladas. Possuem a abertura arredondada e lábio externo fino e quebradiço.[2][5][6][7][8][9]

Descrição do animal, habitat e hábitos

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Os moluscos do gênero Recluzia não possuem visão[3] e não podem viver desconectados de seus flutuadores; fixos por seus pés[7] e com a abertura da concha para cima, estando à mercê de ventos e correntes marinhas, na superfície das ondas, para o seu deslocamento, passando sua vida na zona epipelágica ou nêuston (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de cnidários Minyadidae flutuantes.[10][11] Tais flutuadores são constituídos por uma bolsa de bolhas de ar formadas por muco endurecido e secretado pelo animal. Tais bolsas também contém seus ovos, mantidos em cápsulas presas à parte inferior do flutuador das fêmeas e liberados como larvas que nadam livremente. Os indivíduos são protândricos; iniciam suas vidas como machos e posteriormente se tornam fêmeas.[2][12][13] Quando são alvo de predação eles podem soltar uma substância de coloração arroxeada para a sua defesa.[6][14] Podem ser depositadas em praias, ainda vivos.[4]

Espécies de Recluzia

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  • Recluzia johnii (Holten, 1802)
  • Recluzia lutea (Bennett, 1840)[1]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c d e f g «Recluzia Petit de la Saussaye, 1853» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  2. a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 101-102. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  3. a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b «Recluzia lutea (Bennett, 1840) recluzia snail» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  5. «JANTHINIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  6. a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 116-117. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  7. a b c LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  8. «Recluzia hargravesi Cox, 1870 (= Recluzia johnii (em inglês). Seashells of New South Wales. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  9. «Recluzia johnii» (em inglês). Mollusca of the North Sea. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  10. Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020. The two Recluzia species, R. johnii (Holten) and R. lutea (Bennett), feed on floating Minyadidae anemones. 
  11. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 58. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  12. «Family Janthinidae - Violet snails» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  13. «Janthinidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020. Definition of Janthinidaeː a family of marine snails (suborder Taenioglossa) comprising the violet snails and floating at the surface by means of a raft of air bubbles enclosed in hardened mucus secreted by the foot. 
  14. ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês) 4 ed. Boston - New York: Houghton Mifflin Company - Google Books. p. 175. 350 páginas. ISBN 0-618-16439-1. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
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