Willys de Castro (Uberlândia, 16 de fevereiro de 1926 – São Paulo, 5 de junho de 1988[1]) foi um artista brasileiro, expoente do movimento neoconcreto.[2] Trabalhou com pintura, desenho, gravação, cenografia, figurinos e trabalhos gráficos.
Willys trabalhava sua linguagem visual relacionando cor, forma, espaço e tempo. Em sua obra destaca-se historicamente a coleção 'Objetos Ativos',[3] realizada no começo da década de 1960 e que unia a cor da pintura ao relevo da escultura. São peças de madeira exibindo pinturas geométricas em três de suas quatro arestas, prendendo-se a quarta aresta à parede, de maneira que o espectador não consegue abranger num único olhar a extensão do trabalho.
Aos quinze anos, em 1941, muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia seus estudos em desenho com André Fort.[4] De 1944 a 1945 trabalha como desenhista técnico; em 1948 forma-se em Química.
Em 1950 inicia um estágio no campo das artes gráficas e pinta suas primeiras obras abstratas-geométricas, que traz seu interesse - em 1953 - nas obras construtivistas russas, se inspirando em artistas como Tatlin e Kandinsky; também no De Stijl holandês de Doesburg e Mondrian; e no supermatismo de Malevich.
Une-se com o artista Hércules Barsotti em 1954 e funda um estúdio de projetos gráficos. Participa do movimento Ars Nova e escreve uma série de poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia. Se interessa pelo teatro e co-funda a revista Teatro Brasileiro em 1955. Começa a trabalhar em cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e para o Teatro Cultura Artística e em 1957 recebe um prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais.
Em 1959 une-se ao grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, junto de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, etc.[4]
De 1959 a 1962 trabalha em sua coleção "Objetos Ativos", explorando o espaço como elemento plástico. Ainda nos anos 60, integra o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. Co-funda a Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI - e o Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, desenha estampas para tecidos voltados a produção industrial.
Na década de 1980, inicia uma pesquisa com efeitos artísticos sobre a cor e movimento da madeira, metal, inox e outros materiais, a qual chama de Pluriobjetos, lançada no ano de sua morte.
Willys morre em 1988, aos 62 anos na cidade de São Paulo, deixando um grande legado na arte moderna brasileira.
Esteve presente nos seguintes eventos:
Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC, e do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP, mas a grande parte delas está nas mãos de uma empresa privada, o 'Gabinete de Arte Raquel Arnaud' que pertence à Presidente do Instituto de Arte Contemporânea.
[1] Perfil do artista na Enciclopédia Itaú Cultural