Henry Gerber | |
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Nome completo | Henry Joseph Dittmar |
Nascimento | 29 de junho de 1892 Passau, Reino da Baviera, Império Alemão |
Morte | 31 de dezembro de 1972 (80 anos) Washington, D. C., Estados Unidos |
Nacionalidade | alemão e estadunidense |
Ocupação | ativista; militar |
Henry Gerber (Passau, 29 de junho de 1892 — Washington, DC, 31 de dezembro de 1972)[1] foi um dos primeiros ativistas dos direitos civis homossexuais estadunidense. Inspirado pelo trabalho do alemão Magnus Hirschfeld e seu comitê científico humanitário, Gerber fundou a Society for Human Rights (SHR) em 1924, a primeira organização homossexual conhecida, e a Friendship and Freedom, a primeira publicação do gênero. SHR teve pouca duração, pois a polícia acabou por prender um grande número de membros da organização logo após sua criação oficial. Embora desestimulado por esse acontecimento, Gerber manteve contato com movimentos civis nos anos 50 e continuou a defender os direitos homo afetivos. Hoje ele é mundialmente reconhecido pelo movimento LGBT.
Gerber nasceu como Henry Joseph Dittmar (algumas fonts apontam para "Josef")[2] on June 29, 1892 in Bavaria.[1] Ele mudou seu nome para "Henry Gerber" após imigrar para os Estados Unidos em 1913.[2] Ele e seus familiares acabaram por viver na cidade de Chicago devido ao grande número de imigrantes alemães. [1] Em 1917, Gerber passou brevemente por uma instituição mental devido a sua homossexualidade. Quando os Estados Unidos declararam Guerra à Alemanha, Gerber recebeu duas alternativas: ser preso como inimigo ou se alistar nas forças armadas. Gerber optou pelo exército e foi enviado para Coblenz, servindo por cerca de três anos. [3]
Durante seu período na Alemanha, Gerber soube a respeito de Magnus Hirschfeld e seu trabalho de tentativa de reformar a lei alemã de anti-homossexualidade, que criminalizava as relações sexuais entre dois homens. [4] Gerber viajou para Berlin, que até então possuía uma subcultura gay ativa.[5] [3] Ele absorveu as ideias de Hirschfeld, incluindo a ideia de que homens gays eram naturalmente afeminados. [note 1] Após seu serviço militar, Gerber retornou para os Estados Unidos e acabou por trabalhar no serviço postal de Chicago. [3]
Inspirado em Hirschfeld, Gerber resolveu fundar uma organização parecida nos Estados Unidos. Ele batizou seu grupo de Society for Human Rights (SHR) e tomou para si o cargo de secretário. Gerber inscreveu a organização como sem fins lucrativos na lei do estado de Illinois. A inscrição resumia o papel da organização (SHR):
Para promover e proteger os interesses de pessoas que por razões de anormalidades fisico-metais são abusados e segregados tendo negados seus direitos apontados pela Declaração de Indepêndencia, e para combater a visão desviesada que o público tem de tais pessoas, utilizando de dados científicos para melhor esclarecimento da situação de tais pessoas (...)[6][note 2]
Um clérigo Afro-americano chamado John T. Graves assinou como presidente da nova organização e Gerber, Graves e outros cinco foram listados como diretores.[3] O Estado concedeu a autorização em 10 de dezembro de 1924, fazendo da SHR a mais antiga organização homossexual documentada no país.[7]
Gerber criou a primeira publicação gay estadunidense conhecida chamada de Friendship and Freedom, assim como o como o boletim da SHR. No entanto, poucos membros SHR estavam dispostos a receber correspondências do boletim, temendo que os inspetores postais considerassem a publicação obscena sob pela lei de costumes. Na verdade, todas as publicações de interesse gay foram consideradas obscenas até 1958.[8]Friendship and Freedom teve apenas duas edições. Gerber e Graves decidiram por limitar a adesão na SHR para homens gays e excluir bissexuais. Sem eles saberem, o vice-presidente da SHR, Al Weininger, foi casado e possuía dois filhos. A esposa de Weninger relatou a SHR para uma assistente social no verão de 1925, [9] chamando-os de "degenerados". A polícia interrogou Gerber o prenderam, assim como Graves, Weininger e outro homem. O Chicago Examiner relatou a história sob o título "Culto Sexual Bizarro Descoberto" [10] Gerber foi julgado três vezes.[1] As acusações contra Gerber foram retiradas, mas a sua defesa lhe custou todas as suas economias,[11] sengundo alguns subornos pagas através de seu advogado. ou todos que pode ter sido em forma desubornos pagos através de seu advogado. [12] Gerber perdeu o emprego nos correios por "conduta imprópria de um trabalhador postal" e Weninger pagou uma multa de US $ 10 por "conduta desordeira".[11]
As atividades de Gerber entre o fim da SHR e 1927 não são documentadas. Em 1927, Gerber viajou para Nova Iorque, onde um amigo de seus dias do Exército apresentou-o a um coronel. O oficial encorajou Gerber para voltar a alistar-se novamente, coisa que ele fez. Gerber serviu até 1945, quando ele recebeu uma dispensa honrosa. Durante seu segundo alistamento, Gerber publicou uma pen pal chamada "Connections" no início de 1930. O serviço normalmente tinham entre 150 e 200 membros, a maioria dos quais eram heterossexuais. Ele continuou escrevendo artigos para uma variedade de revistas, incluindo uma chamada Chantecler , em que às vezes ele defendia o direito dos homossexuais. [11] Era algo comum para os escritores homossexuais usarem pseudônimo s ao escrever sobre assuntos gays; Gerber, por vezes, escreveu em seu próprio nome, mas às vezes usou o nome "Parisex". Gerber continuou a escrever nos próximos 30 anos. [7]
Na década de 1950, Gerber começou a explorar a cena gay de Nova York de forma mais ampla e manteve uma volumosa correspondência com outros gays, discutindo organizações gays e estratégias para tratar do preconceito recebido pela sociedade. [13] Gerber viveu em Nova Iorque até perto do final de sua vida, quando ele se mudou para um retiro de militares em Washington, DC. [1]Lá ele trabalhou em suas memórias (manuscritos agora perdidos) e traduções de romances alemães.[13] Gerber morreu em casa em 31 de dezembro de 1972, aos 80 anos. [1]
Gerber foi postumamente induzido à Calçada da fama de Gays e Lésbicas de Chicago em 1992. A Henry Gerber House, localizada em Crilly Court, Chicago, contém o apartamento onde Gerber vivia quando fundou a SHR. [14] A Livraria Gerber/Hart é nomeada em homenagem a ele e a Pearl M. Hart.[15]
Gerber serve como uma ligação direta entre o ativismo LGBT da República de Weimar e o movimento homo afetivo estadunidense da década de cinqüenta. Em 1929,um jovem chamado Harry Hay
morava em Los Angeles. Ele logo descobriu a cena sexual de Pershing Square, em Los Angeles, onde ele encontrou um homem que havia sido amante de um dos colegas de Gerber na SHR. Este homem contou a Hay a breve história da organização.[16] Embora mais tarde Hay viesse a negar qualquer conhecimento prévio de ativismo gay naquela época,[17] ele foi inspirado por esse conhecimento para conceber em 1948 um grupo social e político para homens gays. Em 1950, as ideias de Hay tiveram fruto e diversos homens auxiliaram na criação da Mattachine Society, a primeira mantida sociedade pelos direitos LGBT nos Estados Unidos. [18]