O chá Nilguiri[1] (em inglês: Nilgiri tea) é um tipo de chá preto, de aroma e sabor intenso, cultivado na parte meridional das montanhas dos Gates Ocidentais, no sul da Índia. Deve o seu nome a principal região onde é produzido, os montes Nilguiri, nomeadamente no distrito de Nilguiris do estado de Tâmil Nadu, embora também seja produzido em muitas outras regiões do sul da Índia, como Central Travancore e Munnar, situados a sul dos Nilguiri, no estado de Querala.[carece de fontes]
As plantações de chá Nilguiri são representadas pela Associação de Plantadores de Nilguiri (Nilgiri Planters' Association), a qual integra a Associação de Plantadores Unidos do Sul da Índia (United Planters Association of South India; UPASI), com sede em Coonoor. A UPASI é a principal organização representativa de donos de plantações do Sul da Índia. No entanto, a produção das plantações representam apenas cerca de 30% da produção de chá no distrito de Nilguiris, devendo-se a maior parte da produção de chá a pequenos agricultores, que tipicamente têm menos de um hectare cada um. A maioria dos pequenos produtores de chá Nilguiri são badagas, uma etnia indígena local tradicionalmente agricultores.[2]
As plantações no distrito de Nilguiris, como noutras regiões produtoras de chá da Índia, tipicamente têm as suas próprias fábricas de processamento. Os pequenos produtores vendem o seu chá na forma de folhas verdes a "bought leaf factories" ("fábricas de compra de folhas"), cujos donos não são, em geral, plantadores, se bem que em anos mais recentes algumas fábricas de plantações começaram também a comprar folhas verdes a pequenos agricultores.[2] Depois do processamento, que transforma as folhas verdes em "chá feito", a maior parte do chá é vendido em leilões realizados regularmente em Coonoor, Coimbatore e Cochim. Mais de 50% da produção de chá Nilguiri é exportado e usualmente chega ao consumidor misturado com outras variedades em saquinhos de chá. Não há dados precisos sobre qual é exatamente a percentagem de chá Nilguiri que é exportada, mas algumas fontes sugerem que 70% do chá do sul da Índia é exportado e o Nilguiri constitui mais de metade de toda a produção daquela região.[2]
As versões do chá Nilguiri, escolhidas manualmente, com folha inteira, como a Orange Pekoe (O.P.), são muito procuradas nos leilões internacionais, atingindo preços muito altos que as torna inacessíveis para muitos locais. Em novembro de 2006 um lote de chá Nilguiri atingiu o preço recorde mundial de 600 dólares por quilo no primeiro leilão de chá realizado em Las Vegas. Há uma variedade de chá de alta qualidade de menor custo, escolhida à máquina e com folhas quase inteiras, conhecida como Broken Orange Pekoe (BOP). No entanto, a maior parte da produção é realizada com a técnica "Crush, Tear, Curl" (CTC, "esmagar, rasgar, enrolar"), que permite um maior número de chávenas por medida (tecnicamente conhecida como cuppage). O sabor e aroma intensos do chá Nilguiri fazem-no útil para ser misturado com outras variedades.[carece de fontes]
No passado, a reputação do chá Nilguiri desceu bastante devido a ser associado às exportações para a antiga União Soviética, um mercado então muito importante, mas cujos consumidores davam pouca importância à qualidade.[2] Nos anos 1990, o colapso deste parceiro de exportação provocou uma depressão económica substancial no distrito de Nilguiris, a qual foi agravada por outros fatores. Em anos recentes, o Tea Board of India acusou alguns produtores de chá Nilguiri de adulterarem fraudulentamente a sua produção e encerrou algumas fábricas "bought leaf" devido a não respeitarem os regulamentos de segurança alimentar. Com vista à melhoria da qualidade, a United Planters Association of South India e o Tea Board of India t~em promovido programas para mudar as práticas de cultivo e colheita entre os pequenos agricultores.[carece de fontes]