Pedro Zerolo | |
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Nascimento | Pedro Javier González Zerolo 20 de julho de 1960 Caracas (Venezuela) |
Morte | 9 de junho de 2015 (54 anos) Madrid (Espanha) |
Cidadania | Espanha |
Cônjuge | Desconhecido |
Alma mater | |
Ocupação | político, advogado, ativista LGBTQIAPN+ |
Causa da morte | cancro do pâncreas |
Pedro Javier González Zerolo, conhecido como Pedro Zerolo (Caracas, Venezuela, 20 de julho de 1960 - Madrid, Espanha, 9 de junho de 2015), foi um político espanhol, membro da direção do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e secretário do departamento de movimentos sociais e relações com as ONG do mesmo partido.[1][2][3]
Zerolo é considerado um dos ativistas LGBT mais importantes da história de Espanha, bem como um dos maiores promotores do alargamento do direito ao casamento e à adopção por casais homossexuais no país.[4] Pedro Zerolo foi considerado também como um ícone da comunidade LGBT de Espanha.[5]
Pedro Zerolo nasceu na Venezuela, no seio de uma família natural das Ilhas Canárias, concretamente da ilha de Tenerife. O seu pai (Pedro González González, 7 de janeiro de 1927 - 14 de maio de 2016) tinha-se exilado na Venezuela e era docente no Liceo de Barquisimeto e na Escola de Artes Plásticas de Caracas.[6] Pedro González foi, além disso, o primeiro presidente do município de San Cristóbal da Lagoa (Tenerife, Ilhas Canárias) do período da democracia espanhola e era também um conhecido pintor.[6]
Zerolo estudou Direito na Universidade da La Laguna, na ilha de Tenerife, em onde passou a sua infância e adolescência. Depois de se licenciar, mudou-se para Madrid, onde estudou análise de direito comparado. Nesse período, colaborou com o sacerdote católico Enrique de Castro num projecto de ajuda a pessoas em situação de vulnerabilidade do bairro madrileno de Entrevías.
Foi um dos activistas mais conhecidos do movimento LGBT[7] e foi, desde 2003, vereador no Município de Madrid.
No dia 1 de outubro de 2005 casou com Jesús Santos, depois de aprovada legislação que permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Espanha.
Faleceu vítima de um cancro de páncreas em 9 de junho de 2015, depois de diagnosticado em dezembro de 2013.[8]
Como advogado, em 1992, começou a fazer assessoria jurídica à ONG espanhola Coletivo Gay de Madrid. No final de 1993, foi eleito presidente da organização.
Em 1998, foi eleito presidente de COGAM (Coletivo de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais de Madrid, que hoje se denomina FELGTB, Federação Nacional de Associações de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bisexuais). Foi reeleito nos anos 2000 e 2002.
Foi um dos principais promotores, dentro do Partido Socialista, da defesa dos direitos LGTB no Congresso dos Deputados. Tem comparecido no Senado para falar e denunciar a discriminação exercida sobre a comunidade homossexual espanhola.
A sua colaboração no Congresso das Deputados, entre anos 2001 e fevereiro de 2003, foi decisiva nas negociações entre o governo espanhol e a oposição para a aprovação da proposta de Esquerda Unida e PSOE, sobre a Lei das Uniões de Facto, e para a apresentação de 5 projetos de modificação do Código Civil Espanhol no que respeita ao casamento entre pessoas do mesmo sexo .
Em 2003 apresentou-se em sexto lugar nas listas eleitorais do Município de Madrid, na lista encabeçada por Trinidad Jiménez, tendo passar a ser, desde então, vereador municipal pelo PSOE. A sua inclusão na lista socialista levou-o a tomar a decisão de se demitir da presidência da FELGTB.
Desde o 36º Congresso do PSOE, realizado em julho de 2004, foi membro da direção do PSOE, como responsável pelo departamento de movimentos sociais e relações com as ONG. Apresentou-se de novo a eleições em 2007, no quinto lugar nas listas do PSOE para o Município de Madrid e foi reeleito. Manteve as responsabilidades depois da eleição da nova comissão executiva do PSOE, no 37º Congresso, em 2008, cargo que deixou de desempenhar no 38º Congresso, em 2012. Voltou a ser eleito nas eleições de 2011, nas listas do PSOE para p Município de Madrid.
A 7 de janeiro de 2014 anunciou aos meios de comunicação que, num consulta médica de rotina, lhe tinham detetado um tumor cancerígeno e não deixaria as suas responsabilidades públicas nem o seu ativismo social durante o tratamento.[9] Foi eleito deputado para a X Legislatura da Assembleia da Comunidade de Madrid nas eleições de 24 de maio de 2015. No entanto, não chegou a tomar posse: no dia 9 de junho, precisamente no dia em que se reunia pela primeira vez a Assembleia, morreu em Madrid, vítima do cancro de pâncreas de que padecia.
No dia 20 de julho de 2018 foi criada a Fundação Pedro Zerolo com o objetivo de prolongar o seu ativismo igualitário.[14] A fundação é presidida por Jesús Santos, viúvo de Pedro Zerolo. Miguel Ángel Fernández é o director executivo e Rosa Laviña a secretária da Fundação.
Em maio de 2019, a Fundação recebeu o Prémio 17 de maio da União Geral de Trabalhadores pelo seu ativismo na luta contra todo o tipo de discriminações contra pessoas LGTBI e pelo seu compromisso para promover mudanças sociais.[15]