Raul Roulien | |
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Cartaz do filme Voando para o Rio | |
Nascimento | 7 de outubro de 1904 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Morte | 8 de setembro de 2000 (95 anos) São Paulo, São Paulo |
Ocupação | Ator |
Cônjuge | Abigail Maia (1928) Diva Tosca (19330 Conchita Montenegro(1935) Valkyrie de Almeida (2000) |
Raul Salvador Intini Pepe,[1] conhecido como Raul Roulien (Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1904[1] — São Paulo, 8 de setembro de 2000), foi um ator e diretor de cinema e teatro brasileiro, um dos primeiros a atuar em Hollywood.[2]
Nascido na rua do Catete, Roulien era filho de maestro italiano Biagio "Brás" Pepe e da dona de casa Anna Intini, também italiana.[1] O sobrenome "Accolti Gil" que por vezes é associado a seu nome é de sua avó paterna, Maria Giuseppe Accolti Gil, importante família da região da Apúlia.[1]
Começa a cantar ainda criança, ao lado dos irmãos, e torna-se astro mirim do vaudeville, gênero teatral de variedades, apresentando-se até para o presidente Rodrigues Alves. Após uma excursão pelo cone sul, muda seu nome para Raul Roulien e faz sucesso em Buenos Aires como cantor de tangos e sambas.[3] No Rio de fins dos anos 1920, forma uma companhia de revistas teatrais e grava uma série de discos.[4] Consagrado como o “galã das normalistas”, Roulien decide tentar a sorte em Hollywood. Ali, torna-se um dos mais requisitados latin lovers do cinema americano, participando de filmes como Delicius (1931), Flying Down To Rio (1933) e The World Moves On (1934), este último sob a direção de John Ford. Entre um filme e outro teve tempo para indicar Ginger Rogers e Fred Astaire para uma cena de dança em Voando para o Rio.[5][6]
Volta ao Rio de Janeiro em 1935, depois da morte de sua esposa Diva Tosca (Tosca Isabel Querzè; 1909-1933), atropelada pelo então iniciante John Huston, bêbado, (ou segundo uma fonte, Houston assumiu a culpa por Clark Gable, que seria o real motorista do carro, a pedido do estúdio[7]). Roulien Processa Huston mas não obtém sucesso e perde sua causa e sua carreira, pois como represália não é mais chamado para atuar.[5] No Brasil, Roulien decide-se pela carreira de diretor. Mantém por cerca de duas décadas uma companhia teatral, que lança atrizes como Cacilda Becker (1921-1969), e realiza três filmes de ficção: O Grito da Mocidade (1936), Aves Sem Ninho (1939) e Jangada (1949), este perdido num incêndio antes mesmo da sua estréia. Nas décadas de 1950 e 1960, dirige teleteatros na TV Cultura, então parte dos Diários Associados. Acalenta até o fim de sua vida um último projeto nunca filmado: uma cinebiografia de Oswaldo Cruz (1872-1917).[8]
Quando Raul Roulien, vindo de Hollywood, retorna ao país decidido a dirigir filmes, há uma expectativa da crítica nacional, confirmada nos seus primeiros filmes. Tanto Grito da Mocidade quanto Aves sem Ninho representam um notável ganho para a cinematografia brasileira que mal havia entrado, tecnicamente, na era do cinema falado. Como se diz na época, os filmes de Roulien parecem fitas americanas feitas no Brasil.
Nessa sua volta ao Brasil, conhece a cantora Rosina Pagã e a lança como atriz no filme Aves sem Ninho, e começariam um tórrido e tempestuoso romance, que terminaria bruscamente com a partida de Rosina Pagã para o México.
Ele tem o sonho de todo diretor nacional de então: filmar uma superprodução capaz de mostrar uma imagem deslumbrante do país para o exterior. Jangada é um épico sobre o alvorecer do movimento pela libertação dos escravos, com centenas de figurantes, roteiro de Raquel de Queiroz (1910-2003) e parceria com distribuidores internacionais. Com as filmagens já adiantadas, todo o negativo do filme acaba queimado num incêndio. Mais de dez anos depois, em 1961, Roulien finalmente realiza um filme épico ao adaptar para as telas o romance “A Muralha” (1954), de Dinah Silveira de Queiroz (1911-1982). Uma produção para a TV Cultura, em outras proporções. O sonho de forjar uma imagem grandiosa de seu país acompanha-o até os últimos dias em forma de um projeto sobre a vida do médico sanitarista Oswaldo Cruz.
Em sua companhia teatral, Cacilda Becker afirmaria-se como atriz em 1941, juntos com Laura Suarez, na peça "Trio em Lá Menor", de Raimundo Magalhães Jr.[9]
Em 2002, sua vida foi tema de um documentário, Raul Roulien, um Brasileiro em Hollywood, com pesquisas e direção de Dimas Oliveira Junior. Exibido na Rede Sesc Senac de TV e disponível no YouTube.[10]
Morre em São Paulo, aos 94 anos. [11]
Discografia:
Ano | Título | Personagem |
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1947 | Road to Rio | Oficial de Cavalaria |
1937 | O Grito da Mocidade | — |
1935 | Piernas de Seda | Frank Alton |
I'm Crazy About You | Alberto Foster | |
He Trusted His Wife | — | |
1934 | Granaderos del amor | Ricardo Randall |
The World Moves On | Carlos Girard/Henri Girard | |
1933 | Voando para o Rio | Júlio Ribeiro |
No Dejes la Puerta Abierta | Raul | |
It's Great to Be Alive | Carlos Martin | |
Primavera en otoño | Juan Manuel Valladres | |
El Último Varon Sobre la Tierra | Ralph Martin | |
1932 | The Painted Woman | Jim Kikela |
State's Attorney | Señor Alvarado | |
Careless Lady | Luis Pareda | |
1931 | Deliciosa | Sascha |
Eran trece | Max Minchin |