Vultee V-11

V-11/V-12
Avião
Vultee V-11
Descrição
Tipo / Missão Caça-bombardeiro
País de origem  Estados Unidos
Fabricante Vultee Aircraft
Período de produção 1935-1940[1]
Quantidade produzida 175+[2][notes 1]
Desenvolvido de Vultee V-1
Primeiro voo em 17 de setembro de 1935 (89 anos)[3]
Introduzido em 1937
Tripulação 3
Especificações (Modelo: Vultee XA-19)
Dimensões
Comprimento 11,53 m (37,8 ft)
Envergadura 15,24 m (50,0 ft)
Altura 3,05 m (10,0 ft)
Área das asas 35,7  (384 ft²)
Alongamento 6.5
Peso(s)
Peso vazio 2 927 kg (6 450 lb)
Peso carregado 4 726 kg (10 400 lb)
Peso máx. de decolagem 7 387 kg (16 300 lb)
Propulsão
Motor(es) 1x Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp
Potência (por motor) 1 200 hp (895 kW)
Performance
Velocidade máxima 370 km/h (200 kn)
Velocidade de cruzeiro 333 km/h (180 kn)
Alcance bélico 1 790 km (1 110 mi)
Alcance (MTOW) 2 170 km (1 350 mi)
Teto máximo 6 200 m (20 300 ft)
Razão de subida 6.7 m/s
Armamentos
Metralhadoras / Canhões 4x metralhadoras de 7.62 mm na asa
1x metralhadora dorsal de 7.62 mm
1x metralhadora ventral de 7.62 mm
Bombas 6x 14 kg (internamente)
1x 500 kg (externamente)
Notas
Fonte: U.S. Experimental & Prototype Aircraft Projects[4]
Protótipo Vultee V-11GB NR-17327

O Vultee V-11 e V-12 foram caça-bombardeiros americanos monoplanos e com estrutura monocoque da década de 1930. Desenvolvidos a partir do avião comercial monomotor Vultee V-1, o V-11 e o V-12 foram adquiridos por várias nações para suas forças armadas, incluindo a China, que o utilizou em combate contra forças japonesas na Segunda Guerra Sino-Japonesa. O Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos comprou sete V-11 como YA-19 anos antes da Segunda Guerra Mundial, testando-os para obter dados e comparar com aeronaves de ataque leve bimotoras.

Projeto e desenvolvimento

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Em 1935, a Vultee Aircraft produziu um bombardeiro leve derivado de seu avião comercial monomotor Vultee V-1, que, apesar de ter demonstrado um bom desempenho, foi vendido em pequena quantidade devido a restrições impostas pelo uso de aeronaves monomotoras em operações de transporte de passageiros regular.[5]

A aeronave resultante, o Vultee V-11, manteve o formato monomotor asa-baixa e estrutura toda de metal do V-1. Combinou uma nova fuselagem com acomodação para três tripulantes sob um longo canopy envidraçado, mantendo ainda a asa e superfícies de cauda do Vultee V-1.[6]

Histórico operacional

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Vultee V-11-G chinês camuflado

Um pedido inicial de 30 V-11G com dois assentos foi feito pela China antes do fim de 1935. Este pedido foi seguido de outros em 1939, para duas versões (a V-12-C e V-12D) da variante mais potente, V-12. A maioria dessas aeronaves seriam montadas a partir de kits em uma fábrica chinesa em Loiwing, próximo da fronteira entre Chine e Myanmar,[7] e apesar do primeiro pedido de 25 V-12-C ter sido montado com sucesso, a fábrica foi fortemente bombardeada logo após o início da montagem dos primeiros V-12-D. Isto resultou em algumas estruturas parcialmente prontas serem evacuadas para a Índia, onde planejava-se concluir a montagem da aeronave na fábrica da Hindustan Aeronautics em Bangalore. Entretanto, após alguns terem sido montados, a produção foi suspensa devido à outras prioridades estabelecidas pela fábrica.[8]

Os V-11 e V-12 foram usados como bombardeiros leves, tendo alcançado algum sucesso, incluindo em uma missão de bombardear um aeródromo japonês, realizado por 4 aeronaves em Yuncheng, no dia 5 de fevereiro de 1939, pelo 10º Esquadrão da Força Aérea da República da China, antes de serem retiradas de missões de bombardeio para missões de treinamento e ligação em 1940.[9]

Vultee V-11-GB2 brasileiro

Em fevereiro de 1939, a Força Aérea Brasileira adquiriu 10 Vultee V-11–GB2 para bombardeios de longo alcance. 26 aeronaves foram eventualmente pela Força Aérea.

Um voo sem escalas de 3 250 km (1 750 m.n.) foi realizado em solo brasileiro, com uma duração de 11 horas e 45 minutos, no dia 8 de novembro de 1939.

Em 26 de agosto de 1942, um U-boat foi atacado a 50 milhas da cidade de Araranguá, na costa sul do Brasil. Apesar de ser inadequado para operações anti-submarino, a aeronave voou baixo e soltou três bombas de 250 lb (113 kg), com algumas explodindo ao redor do submarino, danificando também a aeronave.[10]

União Soviética

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Vultee PS-43 da Aeroflot

Em 1936, a União Soviética comprou quatro V-11-GB de três assentos, junto com uma licença para produção. A aeronave entrou em produção soviética em 1937 como BSh-1 (Bronirovanny Shturmovik), mas a blindagem utilizada para a missão de ataque ao solo reduzia de forma inaceitável o desempenho, com a produção tendo sido encerrada após 31 aeronaves produzidas. Estas foram então transferidas para a Aeroflot e redesignadas PS-43 para uso como aeronaves de transporte de alta velocidade até a invasão alemã em 1941, quando retornaram para a Força Aérea Soviética para missões de ligação.[11]

Estados Unidos

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Vultee YA-19 do 17º Grupo de Ataque em March Field, Califórnia (1939)

No final da década de 1930, o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos favoreceu aeronaves de ataque leve bimotoras, mas sete YA-19 foram pedidos no verão de 1938 para propósitos de comparação. Os YA-19 eram armados com seis metralhadoras de 7.62 mm e 1 080 lb (490 kg) de bombas em uma baia interna, motorizado com um motor radial Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp de 1.200 hp, com três tripulantes, incluindo um piloto, um observador/atirador e um bombardeiro/fotógrafo.

Uma característica distinta do desenho do YA-19 era seu estabilizador horizontal, localizado à frente do estabilizador vertical. O pequeno tamanho deste último causava uma instabilidade direcional, de fomra que os últimos YA-19 foram equipados com estabilizadores verticais maiores.

Os testes em serviço mostraram que as aeronaves bimotoras eram mais rápidas, podiam ser melhor armadas e carregar mais bombas, de forma que os YA-19 não fossem mais pedidos. Após os testes de comparação, cinco YA-19 foram redesignados A-19 e colocados no 17º Grupo de Ataque em March Field, Califórnia, por um breve período, antes de serem transportados para a Zona do Canal do Panamá para tarefas de transporte e ligação. O A-19 nunca foi utilizado em combate, sendo rapidamente aposentado no início da década de 1940.

Designações da Vultee

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V-11
Primeiro protótipo equipado com um motor Wright SR-1820-F53 Cyclone de 750 hp, com uma hélice Hamilton Standard de duas pás de passo variável, que se acidentou e matou o piloto e um engenheiro.[3]
V-11-A
Segundo protótipo, similar ao primeiro V-11, mas com uma hélice de três pás de velocidade constante.
Protótipo do Vultee V-12
Protótipo do Vultee V-12-D
V-11-G
Bombardeiro leve de produção, com dois assentos. Motorizado com um Wright R-1820-G2 Cyclone de 850 hp. 30 construídos para a China.[12]
V-11-GB
Versão com três assentos do V-11. 4 aeronaves compradas pela União Soviética (2 como aeronaves padrão), 40 pela Turquia e outros.[13]
V-11-GB2
26 comprados pelo Brasil – similar ao V-11-GB[13]
V11-GB2F
Modelo final para o Brasil, equipado com fluturadores, mas nunca aceito.[13]
V-11-GBT
Redesignação do V-11-GB para a Turquia
V-12
Versão revisada do bombardeiro de três assentos com aerodinâmica refinada e mais potência. Um protótipo voou em 1939 com um Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp.
V-12-C
Versão de produção do V-12 para a China. Motorizado com um R1820-G105B Cyclone. 26 construídos, um pela Vultee e os 25 remanescentes pela China.
V-12-D
Versão revisada com uma nova fuselagem e equipada com um motor Wright R-2600 Cyclone 14 de 1600 hp. 52 pedidos pela China, dois de modelo construídos pela Vultee e 50 em produção local.
V-52
Versão de observação não construída, baseada no YA-19.

Designações do USAAC

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Vultee YA-19A com um motor Lycoming O-1230
YA-19
Variante do V-11-GB para o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos. Sete aeronaves construídas.
YA-19A
O último YA-19 foi redesignado e concluído para ser utilizado como teste de motores. Equipado com um maior estabilizador vertical (para uma melhor estabilidade direcional) e motorizado com um Lycoming O-1230.
YA-19B
O segundo YA-19 construído foi redesignado após ser equipado com um motor radial Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp, para teste de motores.
YA-19C
O YA-19A foi redesignado após ser equipado com um motor Pratt & Whitney Twin Wasp R-1830-51. O desempenho era similar ao do YA-19.
A-19
Os cinco YA-19 remanescentes foram redesignados A-19.

Designações soviéticas

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BSh-1
Versão de ataque ao solo blindada produzida sob licença. Motorizado com um M-62 de 920 hp. A produção foi suspensa após terem sido produzidas 31 aeronaves.[13]
PS-43
Designação do BSh-1 quando utilizado pela Aeroflot como avião de transporte.[13]
V-11-GB turco
 Brasil
Aviação do Exército Brasileiro – Vultee V-11-GB2 (25 entregues)[13]
Força Aérea Brasileira - aeronaves transferidas quando a Força Aérea foi criada
Taiwan
  • Força Aérea de Taiwan
    • 14º Esquadrão – Vultee V-11G (30)[3], V-12C (25 entregues de um pedido de 26, que foi construído mas nunca entregue)[14] & Vultee V-12D (52 entregues)[14]
 União Soviética
Força Aérea Soviética – Vultee V-11GB (4 entregues) & BSh-1 (31-35 construídos na fábrica Menzhinskii em Moscou)[13]
 Turquia
 Estados Unidos
Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos – A-19/V-11GB (7 entregues)[13]
Desenho do Vultee V-11GB
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Vultee V-11
  1. mais no mínimo 4 na Rússia e outros 45 estruturas que foram entregues como partes sobressalentes, mas provavelmente não foram montados na China, com um máximo de 224 aeronaves.
  1. Wegg 1990, pp. 155-157
  2. Wegg 1990, pp. 168
  3. a b c Wegg 1990, p. 155
  4. Norton, 2008, p.182
  5. Green and Swanborough Air Enthusiast Julho de 1974, p. 29.
  6. Green and Swanborough Air Enthusiast Julho de 1974, p. 32.
  7. Green and Swanborough Air Enthusiast Julho de 1974, p.39.
  8. Green and Swanborough Air Enthusiast Julho de 1974, p.42.
  9. Gustavsson, Hakans. «Håkans Aviation page – Sino-Japanese Air War 1939» (em inglês) 
  10. «The Maritime Patrol Aviation of the Brazilian Air Force in World War II» (em inglês). Consultado em 18 de dezembro de 2020 
  11. Green and Swanborough Air Enthusiast Julho de 1974, p.38.
  12. Wegg 1990, pp. 155–156
  13. a b c d e f g h i Wegg 1990, p. 156
  14. a b Wegg 1990, p. 157