António León Ortega nasceu a 7 de Dezembro de 1907 em Ayamonte, província de Huelva. Desde adolescente, quase em menino, manifestou uma grande inquietude e faculdades inatas para a escultura. Realizou as suas primeiras obras de maneira autodidacta. Anos mais tarde, quando as apresentou a Mariano Benlliure, este elogiou-as como próprias de um escultor bem formado.
Formou-se em Madrid entre os anos 1927 e 1934. Cursou os estudos de escultura e de Professor de desenho na Escola de Belas Artes de San Fernando, hoje denominada Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Entre os seus mestres encontravam-se Mariano Benlliure, José Capuz, Manuel Benedito e Juan Adsuara com quem trabalhou durante uma etapa.
Além disso, durante estes anos bebe das fontes da imaginária de Castela que estudou em Valladolid onde teve como referência preferente a Gregorio Fernández.
Desde o ano de 1938 trabalhou em Huelva na sua primeira oficina na rua San Cristóbal que partilhou com o pintor Pedro Gómez e que, além de ser escola informal de artistas, se transformou num ateneu das Artes e das Humanidades da cidade de Huelva daquela altura, e que foi frequentado por quase todos os artistas que moravam ou passavam por Huelva, e também por poetas, médicos, escritores e jornalistas. Esta oficina foi conhecida por eles com o nome de "Academia de San Cristóbal".
Ao longo destes anos estudou a imaginária sevilhana sobre todo e mais nomeadamente com outro grande referente como foi Martínez Montañés.
No ano de 1964 mudou-se para uma nova oficina na rua Médico Luis Buendía até o ano de 1985 em que uma doença virá apartá-lo de toda actividade.
Durante 50 anos de duro trabalho realizou mais de 400 obras de pequeno e de grande formato em madeira, barro, pedra, bronze e noutros materiais.
A obra religiosa foi elaborada com bosquejo prévio em barro e esculpida em madeira de forma directa com goiva e maço à maneira tradicional da imaginária espanhola que tinha aprendido com José Capuz e com Juan Adsuara na sua etapa madrilenha.
Realizou uma grande parte das imagens de Semana Santa de Huelva e Ayamonte e de inúmeras aldeias das províncias de Huelva e de Badajoz, e além disso, há obras religiosas e civis da sua autoria em Sevilha, Cádiz, Málaga, Cáceres, Salamanca, Pontevedra, Madrid, Bélgica, Estados Unidos, etc. Existem também muitas obras de pequeno formato que pertencem a coleccionistas privados de Espanha e de América.
Na sua época Madrilenha realizou um tipo de escultura modernista própria dos anos vinte; por exemplo, o "Retrato de Luna" que está no museu Manuel Benedito e o "Retrato de Trinidad Navarro" em Ayamonte, entre outros.
A obra de León Ortega representa uma das esculturas mais sérias, rigorosas e pessoais do século XX espanhol, criando um estilo próprio facilmente distinguível.
Foi escultor antes que imaginário e conseguiu as suas melhores obras nos "grupos escultóricos" (o "Descendimiento de Huelva" é a sua obra cume, na qual conseguiu aunar a força expressiva de Alonso Berruguete com a doçura e delicadeza andaluza do seu próprio estilo), e nos crucificados ("Cristo de la Sangre de los estudiantes" é de uma elegância e beleza singular na imaginária espanhola). Realizou também grande quantidade de Virgens; não gostou das imagens de castiçal e preferia a talha completa com rostos cheios de dor contida, sendo neste sentido o seu principal exponente a "Virgem del Amor" de Huelva.
Destacam também de maneira muito especial na sua produção as seguintes obras: o "Yacente", o "Cristo del Perdón", o "Ángel de la Oración", o "Cristo de la Borriquita", o "Jesús de las três caídas", o "Cristo de la Victoria", o "Cristo de la Concepción", o "San Cristobal", a "Virgem de las Angustias" e a "Virgen de los Angeles" em Huelva; a "Pasión", o "Yacente de las Angustias", o "Cautivo", o "Cristo de las aguas" e a "Virgen de la Paz" en Ayamonte; o "Nazareno de Beas e o "Nazareno" de Moguer.
Em simultâneo com a escultura desenvolveu um grande labor como pedagogo na oficina dele, no Seminário Diocesano e no embrião daquilo que hoje é a Escola de Arte León Ortega dando aulas de desenho e de modelado.
Como escultor dedicou-se preferentemente à imaginária não só porque era uma especialidade muito atractiva para ele, mas também porque se sentiu fortemente motivado pelas suas íntimas e fortes convicções religiosas misturadas com uma inquietude social que o situam na área do cristianismo mais comprometido.
As suas primeiras obras religiosas tinham um sabor barroco, mas depois criou um estilo muito pessoal que não foi outro que a depuração de um classicismo virado para formas cada vez mais simples no traço e na ornamentação e fugiu propositadamente do barroquismo, à procura de uma fusão das imaginárias de Castela e de Andaluzia; isto para ele significa atingir a essência da escultura com o mínimo material expressivo possível.
No último lustro – trabalhou até quase com oitenta anos - a sua produção perdeu parte da sua potência escultórica característica e realizou esculturas de menor tamanho que exigem um menor esforço físico. A última realizada foi o busto de Madame Cazenave, obra de grande mestria, depurada e sutil.
Foi um virtuoso do modelado e da escultura em madeira e as suas imagens caracterizam-se pela sua força, beleza e doçura.
Imágenes de la Fachada de la Catedral de la Merced: Virgen de la Merced, San Leandro, San Walabonso, San Vicente y Santa María,1978, Catedral de La Merced de Huelva.
Monumento a Sor Ángela de la Cruz,1984, Plaza de Isabel la Católica (Plaza Niña), Huelva.
Monumento a Madame Cazenave,1985, Plaza de Madame Cazenave, Huelva.
San Juan Evangelista,1951, Hdad. de la Victoria, Iglesia del Sagrado Corazón.
Virgen de la Resignación en sus Dolores,1952, Hdad. del Descendimiento, Iglesia de San Pedro.
Grupo del Descendimiento: Cristo, Virgen, Magdalena, San Juan, José de Arimatea y Nicodemo,1952 - 1953, Hdad. del Descendimiento, Iglesia de San Pedro.[11]
Ntra. Sra. del Rosario,1954, Hdad. Sagrada Cena, Iglesia del Sagrado Corazón.
Jesús Nazareno -1938, Hdad. Ntro. Padre Jesús Nazareno, Ermita de San Sebastián.[19]
San Juan Evangelista,1940, Hdad. del Nazareno, Ermita de San Sebastián.
Virgen de los Dolores ó Ntra. Sra. de Engracia,1944, Hdad. Ntro. Padre Jesús Nazareno, Ermita de San Sebastián.
Cirineo,1947, Hdad. Ntro. Padre Jesús Nazareno, Ermita de San Sebastián.
Cristo de la Paz Eterna, (yacente),1962, Cofradía de Nazarenos de Stimo. Cristo de la Misericordia, Ermita de San Sebastián.
San Francisco de Asís,1963, Iglesia de San Francisco.
Cristo del Amor y Ángel de la Oración en el Huerto,1975, Cofradía de Jóvenes Nazarenos de Stimo. Cristo del Amor en la Oración en el Huerto, Ermita de San Sebastián.
Cristo y Ángel en la Oración en el Huerto,1956, Cofradía del Señor orando y Ntra. Sra. del Rosario, Iglesia Parroquial de San Miguel Arcángel.
Grupo del Descendimiento: Cristo, Virgen, San Juan’’, José de Arimatea y Nicodemo,1957, Cofradía de Ntro. Padre Jesús Nazareno, Iglesia de Santa María.
Virgen de la Encarnación,1966, Cofradía de Ntro. Padre Jesús Nazareno, Iglesia de Santa María de la Encarnación.
Corazón de Jesús,1967, Torre del Reloj. Destruido.
Cristo Crucificado,1969, Hermanas de la Cruz, Convento Hermanas de la Cruz.
Virgen de la Salud,1970, Hermanas de la Cruz, Convento Hermanas de la Cruz.
González Gómez, Juan Miguel & Carrasco Terriza, Manuel Jesús, Escultura Mariana Onubense. 1981, Instituto de Estudios Onubenses "Padre Marchena" & Diputación de Huelva, (ISBN 84-85268-87-3).
Gil Vázquez, E., Padilla Pons, J., y Román Pantrigo, R., De la Historia de las Cofradías de Huelva. 1982, Delegación Cultura Huelva & Diputación de Huelva & Caja Provincial Ahorros Huelva.
Banda y Vargas, Antonio de la, De la ilustración a nuestros días, Historia del Arte en Andalucía, 1991, Gever, (ISBN 8475660150).
Sugrañes Gómez, Eduardo J., Historia de la Semana Santa de Huelva. 1992, C.E.C.A., (ISBN 84-606-0719-4).
Velasco Nevado, Jesús, Historia de la Pintura Contemporánea en Huelva: 1.892 - 1.992. 1993, Diputación de Huelva - Fundación El Monte, (ISBN 84-86842-77-8).
Fernández Jurado, Jesús & García de la Concha Delgado, Federico & Rodríguez Mateos, Joaquín, Huelva Cofrade. Historia de la Semana Santa de Huelva y su Provincia. 4 tomos.. 1997, Ediciones Tartessos, S.L. (ISBN 84-7663-036-0).
Carrasco Terriza, Manuel Jesús, La escultura del Crucificado en la tierra llana de Huelva. 2000, Diputación de Huelva, (ISBN 84-8163-217-1).
de la Lastra Buades, Pedro Jesús & Cruzado García, Agustín, Semana Santa en Huelva. 2003, Marsay Ediciones, S. L., (ISBN 84-85539-60-8).
AA.VV., El Pregón. Semana Santa en Ayamonte. 2003, Hermandad de El Salvador y Otras.
de la Lastra Buades, Pedro Jesús, Tesoros de la Semana Santa de Huelva.2004, El Correo de Andalucía, S.L.
Carrasco Terriza, M.J. & González Gómez, J.M. & Oliver Carlos, A. & Pleguezuelo Hernández, A. & Sánchez Sánchez, J.M., Guía artística de Huelva y su Provincia. 2006, Fundación José Manuel Lara (ISBN 84-86556-19-0) & Diputación de Huelva (ISBN 84-8163-295-X).
Miñarro, Juan Manuel & Muñiz, Carlos & Parejo Delgado, Maria Josefa & Huerta Bazán, Moisés & Escudero, Vitor. Alberto Germán, escultor. 2006, Caja San Fernando, Obra Social (ISBN 84-95952-60-2).