António Sebastião Valente | |
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Patriarca da Igreja Católica | |
Arcebispo de Goa | |
Reprodução da Revista Occidente (21 de março de 1882) | |
Título |
Patriarca das Índias Orientais Primaz do Oriente |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Arquidiocese de Goa |
Eleição | 2 de maio de 1881 |
Predecessor | Aires de Ornelas e Vasconcelos |
Sucessor | Mateus de Oliveira Xavier |
Mandato | 1881-1908 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 25 de maio de 1872 |
Ordenação episcopal | 25 de setembro de 1881 Basílica da Estrela por Gaetano Aloisi Masella |
Nomeado arcebispo | 4 de agosto de 1881 |
Nomeado Patriarca | 1 de setembro de 1886 |
Brasão patriarcal | ![]() |
Dados pessoais | |
Nascimento | Porto de Santa Maria 20 de janeiro de 1846 |
Morte | Goa 26 de janeiro de 1908 (62 anos) |
Nacionalidade | português |
Habilitação académica | Teologia na Universidade de Coimbra |
Funções exercidas | Conselheiro de Governo do Estado da Índia Portuguesa (1886)/(1889)/(1892)/(1894)/(1897)/(1905) |
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António Sebastião Valente (Porto de Santa Maria, 20 de janeiro de 1846 — Goa, 26 de janeiro de 1908) foi um arcebispo português da Igreja Católica e administrador colonial, nascido na Espanha, foi arcebispo de Goa e nomeado como primeiro patriarca das Índias Orientais.
Nasceu em Porto de Santa Maria, província de Cádis (Espanha), e era filho de João Maria Valente e Brígida Medeiros, naturais de Mértola, Portugal.[1] Frequentou a instrução primária em Beja e formou-se em teologia na Universidade de Coimbra, em 1869 e doutorou-se em 1872.[2]
Foi ordenado diácono em 23 de setembro de 1871 e em 25 de maio de 1872 foi ordenado padre.[3] Passou a lecionar na Universidade de Coimbra em 1875.[4]
Em 2 de maio de 1881, foi nomeado pelo ministro de Ultramar, Júlio de Vilhena, com quem tinha estudado em Coimbra, como Arcebispo de Goa e Primaz do Oriente.[1] Teve seu nome confirmado pela Santa Sé em 4 de agosto do mesmo ano e, em 25 de setembro foi consagrado na Real Basílica e Convento do Santíssimo Coração de Jesus por Dom Gaetano Aloisi Masella, núncio apostólico em Portugal, assistido por Dom António José de Freitas Honorato, arcebispo-auxiliar de Lisboa e por Dom José Dias Correia de Carvalho, bispo de Santiago de Cabo Verde.[3]
Sua nomeação causou controvérsias, por ter nascido na Espanha (e alguns consideravam assim que ele não fosse português, embora fosse filho de portugueses e tivesse passado praticamente a vida toda no país) e por ser considerado um ultramontano e reacionário.[1] Contudo, uma vez na Índia, proveu o Seminário de Rachol das melhores práticas pedagógicas e inclui as cadeiras científicas de química, física e introdução à história natural, além de nova cadeira de filosofia, assim tornando-o um dos melhores seminários do mundo, sendo que o Papa Leão XIII concedeu aos seus formandos com distinção o grau de bacharel.[4]
Em 6 de janeiro de 1886, com a elevação da arquidiocese goesa à dignidade honorífica de Patriarcado das Índias Orientais por meio da carta apostólica Haud sine maximo animi,[5] tornou-se o primeiro Patriarca das Índias Orientais, por meio da bula Sanctitas Domini Nostri de 1 de setembro desse mesmo ano.[6] Essas dignidades foram vistas como uma satisfação ao Padroado Régio que enfrentava a influência da Propaganda Fide na região.[4] Esteve duas vezes na Santa Sé, uma realizando a visita ad limina e a segunda em 1893, quando participou da missa de pontifical da canonização dos mártires de Cuncolim e das celebrações dos 50 anos de episcopado do Papa Leão XIII.[4]
Exerceu, para além disso, por sete vezes, as funções de Presidente do Conselho de Governo do Estado Português da Índia (1886, 1889, 1892, 1894, 1897 e 1905).[4][7]
Várias vezes esteve em Portugal para tratar da saúde por conta da diabetes e acabou por falecer no exercício do patriarcado, em 26 de janeiro de 1908, pouco antes de retornar ao Reino para mais um tratamento.[4][8]
Dom António Sebastião Valente foi o principal sagrante dos seguintes prelados:[3]