Nome | Guarani Esporte Clube (Minas Gerais) | ||
Alcunhas | Bugre[1] Guará | ||
Torcedor(a)/Adepto(a) | Bugrino | ||
Mascote | Tamanduá | ||
Fundação | 20 de setembro de 1930 (94 anos)[2] | ||
Estádio | Farião[2] | ||
Capacidade | 4 181 espectadores | ||
Localização | Divinópolis, Minas Gerais, Brasil | ||
Presidente | Alessio Francisco de Souza Salomé[3] | ||
Treinador(a) | João Paulo Oliveira | ||
Material (d)esportivo | MD | ||
Competição | Campeonato Mineiro - 2ª Divisão | ||
Website | Instagram | ||
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Guarani Esporte Clube, conhecido como Guarani de Divinópolis, é uma agremiação esportiva com sede na cidade de Divinópolis, no estado de Minas Gerais. É um dos times mais tradicionais da região do Oeste de Minas, e de todo o estado.
“ | Surgiu como numa brincadeira de criança | ” |
— Davi Raposo, jornalista e historiador divinopolitano.
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O Guarani foi fundado em 20 de setembro de 1930. José de Oliveira reuniu os amigos para a formação de um time de futebol. A partir dessa ideia, a "brincadeira" começou a se tornar séria e foi fundado o Guarani.[4]
Os primeiros anos do time foram marcados pela rivalidade com o Ferroviário Atlético Clube, clube dos funcionários da Rede Ferroviária Estadual, hoje FCA, que foi o setor mais forte da indústria divinopolitana no período.[4]
Em 1936, com o surgimento da Liga Municipal de Desportos de Divinópolis, LMDD, o Guarani se inscreveu no Campeonato da Cidade, mandando seus jogos em um campo onde hoje se encontra a sede da Copasa, entre os bairros Bela Vista e Esplanada. A partir daí, o Bugre consolidou seu nome na cidade e em toda a região.[4]
Em 1954, foi inaugurada a iluminação do Farião.
“ | Foi pra fazer frente à torcida do Ferroviário | ” |
— Davi Raposo, jornalista e historiador divinopolitano.
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Na ocasião, essa reforma do estádio foi inaugurada em uma partida amistosa entre Guarani e Botafogo. Um novo e desconhecido jogador que viria a ser um dos maiores jogadores da história do Brasil pisou no Farião nesse dia: Garrincha.[4]
Em 1961, o Guarani foi vice-campeão mineiro, perdendo o título para o Cruzeiro nas últimas duas rodadas do torneio que era disputado no sistema de pontos corridos. Era a melhor campanha do clube até então, o que fortaleceu ainda mais a paixão do divinopolitano pelo Bravo Bugre.[4]
Em 1964, o Guarani conquistou o título do Torneio Início. Após empate por 0 a 0 no tempo normal, o Bugre venceu o Atlético Mineiro por 2 a 1 na disputa de penalidades. Na ocasião, o Guarani era escalado da seguinte forma: Pedro Bala, Torres, Faria, Mirim, Luizinho, Gonçalves, Panhoto, Jaime, Sinval (Celmo), Ticrim, Edinho. Técnico: Mário Celso (Marão).[4]
Em 1976, após idas e vindas entre o amadorismo e o profissionalismo, o Guarani se tornou um time profissional de forma definitiva.[4]
Em 1979, o atacante Fernando Roberto foi o artilheiro do Campeonato Mineiro, marcando 16 gols e ficando à frente de muitos grandes jogadores na época dos clubes da capital.[4]
Em 1981, conquistou seu melhor desempenho em competições nacionais, terminando a Taça de Bronze, atual Série C brasileira na 4ª posição.[4]
Em 1994, o Guarani conquistou o título da Segunda Divisão 1994. No time capitaneado por Brandãozinho, diversos nomes entraram para a galeria de ídolos do clube, como Assis, Hgamenon, Renato Paulista, Tarcísio, Adilson (Xuxa,Coca-cola) e vários outros.[4]
Em 1996, o Bugre retornou à elite do futebol mineiro, depois de uma década longe dessa. Após um primeiro turno complicado, o Guarani reagiu e fez uma campanha expressiva na Segunda Fase, terminando na quarta posição. Com isso, terminou a disputa na 10º posição.[4]
A década de 2000 foi muito positiva para o Bugre. Em 2000, o Guarani foi vice-campeão mineiro do Módulo II, retornando a elite do campeonato mineiro.[4][5]
Em 2001, após péssima campanha no estadual, conseguindo apenas uma vitória, o Guarani foi rebaixado novamente ao Módulo II.[4]
Em 2002, o Guarani mostrou que merece um lugar na elite do futebol mineiro e foi campeão do Módulo II.[4][6]
O Guarani disputou a divisão principal do futebol mineiro durante 7 temporadas consecutivas, de 2003 a 2009. Sua melhor campanha foi no campeonato de 2008, quando terminou em 5º lugar, vencendo o Atlético-MG no Independência por 3X2 e com o artilheiro da competição, o atacante Jajá com sete gols.[7] Porém, em 2009 a equipe alvirrubra não conseguiu repetir a boa campanha do ano anterior e foi rebaixado ao Módulo II.[4][6]
Em 2009 uma grave crise financeira e administrativa se abateu sobre o Bugre, que parecia abandonado. Porém, no final de 2009, uma união entre diversos nomes influentes de Divinópolis, resolveram dar o primeiro passo para a reestruturação do Guarani.[4]
Em 2010, o clube passou por uma reestruturação administrativa, quando tomaram posse o presidente Edilson de Oliveira, o vice Nivaldo Araújo, o gerente Renato Montak, e um corpo gestor de 10 membros. Nesse mesmo ano, o Guarani disputou o Módulo II do Campeonato Mineiro, sagrando-se campeão, ao vencer o Mamoré na grande final e conquistando o acesso ao Módulo I para o ano de 2011.[4]
Em 2011, o Guarani disputou novamente a primeira divisão do Campeonato Mineiro, terminando a competição na 8ª colocação. O Bugre teve um início de competição avassalador, levando seu nome a muitas manchetes em Minas Gerais e em todo o Brasil. Porém não conseguiu manter a regularidade e brigou contra o rebaixamento no fim do campeonato. O jovem Luiz Fernando foi o destaque do Bugre, conquistando o prêmio de melhor jogador da posição Seleção Campeonato Mineiro 2011.[8] No segundo semestre, o Guarani participou pela primeira vez da Taça Minas Gerais, sendo eliminado na semifinal pelo Boa Esporte, quarta força do futebol mineiro na época.[4]
Em 2012, o Guarani terminou o Campeonato Mineiro na sexta posição, conseguindo uma vaga à Série D do Campeonato Brasileiro. O presidente Edilson de Oliveira chegou a anunciar a desistência da competição, alegando problemas financeiros. Mas depois de reunião da CBF com os clubes, a entidade ficou responsável pelos gastos com o transporte das equipes, o que fez com que o presidente voltasse atrás à sua decisão. O Guarani ficou em quinto e último lugar do grupo A6, marcando no total 6 pontos, dos quais cinco foram fora de suas dependências. O Grupo foi formado por Friburguense-RJ, Nacional-MG, Aracruz-ES e Volta Redonda-RJ, além do Bugre. Ficando na 33º posição geral entre 40 equipes.[4]
Em 2013, o Bugre terminou o Campeonato Mineiro na sétima colocação.[9] O time venceu as partidas contra os times do América-TO, Nacional, Araxá e Boa Esporte. Além de empatar com Caldense e Cruzeiro, sendo a única equipe a conseguir pontuar contra a Raposa na Primeira Fase. O Guarani teve seu mando de campo em Nova Serrana,[10] na Arena do Calçado com capacidade para 10.000 espectadores.[11] Os maiores público e renda ocorreram contra o Cruzeiro, onde o público foi de 10.000, gerando uma renda de R$ 303.250,00.[12] O Guarani recebeu o convite para disputar a Série D de 2013, devido a desistência das equipes da Tombense e da Caldense. Mas devido ao custo que estava fora da realidade e política pés no chão da diretoria do Bugre, a oferta foi recusada,[13] por fim a vaga ficou com o Araxá, lanterna da competição. No dia 14 de maio de 2013 foi eleita uma nova diretoria para o Guarani, o ex-presidente Edílson de Oliveira renunciou ao cargo, e o vice, Gilson Morais assumiu a presidência bugrina até o fim do mandato em Junho de 2014.[14]
Em 2014 o Guarani celebrou a volta do mando de campo em Divinópolis, sob comando do técnico Leston Júnior, em treinamento desde setembro de 2013, e após uma pré-temporada em Sorocaba. Dentre os jogadores contratados pode-se destacar o goleiro George, os zagueiros Marx Ferraz e Cris os meias Michel Elói, Tiago Carpini e Michel Cury e os atacantes Tito e Tiago Pereira.[15] O uniforme voltou a apresentar o escudo no lado esquerdo do peito com tradicionais camisas de jogo vermelha e branca.[16] Na estreia em casa, o Bugre empatou em 0x0 com a Caldense, marcando o reencontro com a torcida.[17] O time venceu as partidas contra os times do Minas, Boa Esporte e Tupi. Além de empatar com Caldense e Tombense. O clube terminou o Campeonato Mineiro na 10ª colocação, se livrando do rebaixamento na última rodada com uma vitória heróica por 2 a 1 contra o Tupi em Juiz de Fora.[18]
Durante o campeonato, técnico e diretoria reclamaram bastante da arbitragem que teria prejudicado o Bugre em alguns jogos, principalmente contra América e Tombense.[19][20] O presidente Gilson Morais chegou a viajar até a sede da Federação Mineira de Futebol para protocolar uma reclamação junto à entidade.[21] Em um concurso de musas, a divinopolitana Renata Martins representante bugrina venceu como Musa do Mineiro 2014.[22] Em junho, o presidente Gilson Antônio Morais foi reeleito para comandar a equipe até 2016,[23][24] entre suas realizações, destaca-se as Certidões Negativa de Débitos Federais e Previdenciárias, que permite o direito de solicitar e receber verbas federais, como por exemplo emendas orçamentárias.[25]
O Guarani em parceria com a Liga Central Fut-7 ainda foi vice-campeão do primeiro Campeonato Mineiro de Futebol de 7.[26] Por fim, em outubro foi anunciado o técnico para o comando do Bugre em 2015, trata-se de Gian Rodrigues, que já havia comandado o Guarani em 2012.[27]
Em 2015, apesar das mudanças, o Bugre sofreu mais uma temporada pouco competitivo, tendo brigado para contra o rebaixamento no Campeonato Mineiro, só escapando da queda nas últimas rodadas.
Em 2016, problemas financeiros, além de clima político bastante tumultuado, impactou na campanha do Guarani no Campeonato Mineiro, o que resultou no rebaixamento para o Módulo II de 2017, terminando o estadual na penúltima colocação na tabela.[28]
Em 2018 o Guarani se sagrou campeão do Campeonato Mineiro Módulo II ao empatar com o Tupynambás, garantindo o retorno à primeira divisão em 2019.[29][30]
A temporada de 2019, contudo, marcou o início da decadência do Guarani, pois no estadual, a campanha foi uma decepção, sofrendo muitas goleadas e com muitas trocas de treinador. Desta forma, o rebaixamento para o Módulo II foi inevitável, terminando em penúltimo na tabela.[31]
Em 2021, o Guarani disputou novamente o Módulo II do Campeonato Mineiro, terminando longe da zona de rebaixamento, porém, o Bugre acabou rebaixado para a terceira divisão estadual pelo TJD, pois o clube acabou inscrevendo mais jogadores do que o permitido pelo regulamento.[32][33]
O rebaixamento, obviamente gerou prejuízos ao Guarani, que além de ter suas receitas reduzidas, aumentou ainda mais as dívidas que o clube vinha sofrendo há anos. Desta forma, a diretoria bugrina decidiu fechar o departamento de futebol do clube, e assim, o Bugre não disputou a terceira divisão em 2022.[34]
O Estádio Waldemar Teixeira de Faria, conhecido como Farião, é um estádio de futebol localizado na cidade de Divinópolis, no estado de Minas Gerais, pertence ao Guarani Esporte Clube e tem capacidade para 4.181 pessoas. No dia 27 de janeiro de 2012 foi apresentado um projeto de ampliação e modernização do Farião, que passaria a pertencer a prefeitura municipal de Divinópolis. Com a reforma, o Farião passaria a ter uma capacidade para 9.600 torcedores, todos sentados. O projeto de reforma nunca saiu do papel e em 2013 o Guarani mandou seus jogos em Nova Serrana,[10] na Arena do Calçado com capacidade para 10.000 espectadores.[11]
Em 2014, a diretoria bugrina, em parceria com seus sócios torcedores, conseguiu a liberação do Farião para seu mando de campo durante o Campeonato Mineiro.[35] O laudo que permitiu a liberação dos jogos foi conseguido após uma reforma com o objetivo de melhorar a acessibilidade e segurança dos torcedores. Foi instalado um para-raios, realizada a cobertura de fiação exposta, correção de infiltrações e ajustes sanitários, abertura de portões dos dois lados do campo para ambulâncias, acesso radial nas arquibancadas para não gerar tumulto, corrimão central, adaptações para deficientes, bilheteria, banheiro acessíveis e pintura dos números dos assentos nas arquibancadas,[36] toda a reforma foi custeada com dinheiro do clube.
O Guarani retornou seu mando de campo para o Farião[17] e a partida que marcou o reencontro da equipe bugrina com sua apaixonada torcida foi disputada contra a equipe da Caldense. O resultado foi um empate em 0 a 0, que teve um público total foi de 1233 torcedores.[37] Contra o Atlético o estádio foi liberado para receber 4.100 torcedores, embora o público nessa partida tenha sido de apenas 1.600 torcedores, talvez em decorrência aos altos valores cobrados pela entrada.[38]
Participações em 2024 |
Competição | Temporadas | Melhor campanha | Estreia | Última | P | R | |
Campeonato Mineiro | 36 | Vice-campeão (1961) | 1958 | 2019 | 6 | ||
Módulo II | 17 | Campeão (2002, 2010 e 2018) | 1966 | 2025 | 5 | 1 | |
Segunda Divisão | 3 | Campeão (1994) | 1994 | 2024 | 1 | ||
Série C | 1 | 4º colocado (1981) | 1981 | – | – | ||
Série D | 1 | 33º colocado (2012) | 2012 | – |
Guarani Esporte Clube | |||||||||||||||||||||
Ano | Campeonato Mineiro | Taça Minas Gerais | |||||||||||||||||||
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— | Div. | Pos. | J | V | E | D | GP | GC | Pos. | J | V | E | D | GP | GC | ||||||
2003 | I | 9º | 12 | 1 | 6 | 5 | 13 | 22 | - | ||||||||||||
2004 | I | 6º | 13 | 6 | 5 | 3 | 18 | 17 | - | ||||||||||||
2005 | I | 8º | 11 | 3 | 3 | 5 | 15 | 18 | - | ||||||||||||
2006 | I | 10º | 11 | 3 | 1 | 7 | 15 | 23 | - | ||||||||||||
2007 | I | 10º | 11 | 3 | 2 | 6 | 9 | 20 | - | ||||||||||||
2008 | I | 5º | 11 | 5 | 3 | 3 | 20 | 16 | - | ||||||||||||
2009 | I | 12º | 11 | 0 | 3 | 8 | 6 | 21 | - | ||||||||||||
2010 | II | 1º | 16 | 8 | 3 | 5 | 29 | 18 | - | ||||||||||||
2011 | I | 8º | 11 | 3 | 1 | 7 | 18 | 22 | Semi-final | 12 | 3 | 4 | 5 | 19 | 24 | ||||||
2012 | I | 6º | 11 | 4 | 3 | 4 | 15 | 15 | - | ||||||||||||
2013 | I | 7º | 11 | 4 | 2 | 5 | 16 | 19 | - | ||||||||||||
2014 | I | 10º | 11 | 3 | 2 | 6 | 11 | 14 | - | ||||||||||||
2015 | I | 10º | 11 | 2 | 4 | 5 | 8 | 15 | - | ||||||||||||
2016 | I | 11º | 11 | 3 | 3 | 5 | 11 | 16 | - | ||||||||||||
2017 | II | 8º | 10 | 2 | 5 | 3 | 11 | 9 | - | ||||||||||||
2018 | II | 1º | 11 | 7 | 2 | 2 | 20 | 9 | - | ||||||||||||
2019 | I | 11º | 11 | 1 | 7 | 3 | 8 | 13 | - | ||||||||||||
2020 | II | 8º | 11 | 4 | 1 | 6 | 8 | 20 | - | ||||||||||||
2021 | II | 6º | 11 | 4 | 1 | 6 | 9 | 14 | - | ||||||||||||
2022 | - | - | - | - | - | - | - | - | - | ||||||||||||
2023 | III | 3º | 6 | 5 | 0 | 1 | 10 | 2 | - |
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ESTADUAIS | |||
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Competição | Títulos | Temporadas | |
Campeonato Mineiro - Módulo II | 3 | 2002, 2010 e 2018 | |
Campeonato Mineiro - Segunda Divisão | 1 | 1994 | |
Torneio Início | 1 | 1964 |
Pinta em cores de vermelho e branco
A bandeira do Tamanduá
Bolas de ouro na grama
Ao comando alvirrubro do meu Guará
E lá se vão nossos herois
Buscar vitórias para servir
Meu sentimento, meu alimento
Coração de Guarani.
Pelo prazer de te querer
O teu nome é imortal.
Itamar de Oliveira, 1996