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Emmanuel Liais | |
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Busto de Emmanuel Liais em Cherbourg-Octeville, França | |
Nascimento | 15 de fevereiro de 1826 Cherbourg |
Morte | 5 de março de 1900 (74 anos) Cherbourg |
Sepultamento | Hardinvast |
Cidadania | França |
Ocupação | astrônomo, explorador, botânico, político, geógrafo, meteorologista |
Emmanuel Liais (Cherbourg-Octeville, 15 de Fevereiro de 1826 — Cherbourg-Octeville, 5 de Março de 1900) foi um político, botânico, astrônomo e explorador francês que permaneceu muitos anos no Brasil.
Era filho de uma rica família industrial, ligada à indústria naval. Foi um cientista amador, fazia algumas observações meteorológicas e redigiu alguns relatórios.
Um destes relatórios, escrito em 1852, chegou ao astrônomo François Arago, em 1854. No mesmo ano, partiu para Paris para trabalhar no Observatório de Paris como diretor-assistente de Urbain Le Verrier para ajudá-lo na criação de uma rede telegráfica meteorológica.
Desde cedo foi apaixonado pela botânica, tornando-se um dos primeiros membros da Sociedade de Horticultura de Cherbourg, em 1854. Fundou a Sociedade Nacional das Ciências e Matemáticas de Cherbourg e foi aceito como membro na Academia de Rouen em 23 de março de 1855.
Foi para o Brasil observar o eclipse solar de 7 de setembro de 1858, permanecendo neste país durante vinte e cinco anos. Reconhecido pelo Imperador Brasileiro Dom Pedro II, assumiu o cargo de diretor do Observatório Imperial no Rio de Janeiro de janeiro a julho de 1871 e, novamente, de 1874 a 1881.
Fundado em 1827, o observatório era ocupado principalmente para o ensino dos alunos das escolas militares. Liais reorganizou o observatório para a utilização concentrada em pesquisas astronômicas.
Além de descobrir um cometa, o Cometa Olinda (C/1860 D1), o primeiro a ser descoberto a partir do Brasil, dedicou-se igualmente às observações do planeta Marte, emitindo a hipótese de que as manchas fracas (albedo) da superfície eram ligadas à vegetação diante da presença de água (atualmente sabe-se que uma e outra destas hipóteses são inexatas).
A pedido do imperador, conduziu expedições de exploração para o interior do Brasil, estudando as plantas das regiões mais remotas, enviando diversos espécimes para a França. Destas expedições redigiu uma obra intitulada Climats, géologie, faune et géographie botanique du Brésil (Paris: Garnier Frères, 1872).
A partir 1878, devido a uma disputa pública com o seu colega Manoel Pereira Reis, a sua permanência no observatório tornou-se cada vez menos suportável, terminando por se demitir em 1881, retornando à sua cidade natal.
Em Cherbourg, foi eleito Presidente da Câmara Municipal de 1884 à 1886 e, posteriormente, de 1892 até à sua morte em 1900. Foi igualmente Conselheiro Geral durante este mesmo período.
Casou-se com a neerlandesa Margaritha Trovwen; não tiveram filhos. Iniciou a construção de um jardim botânico na sua propriedade de Cherbourg, propriedade que doou à cidade quando da sua morte. O jardim, conhecido atualmente como "Jardim Emmanuel Liais", abre para a visitação pública, e sua casa foi transformado num museu de história natural. Importou várias plantas exóticas da América do Sul e da Ásia para compor o seu jardim.
Uma cratera em Marte foi nomeada em sua homenagem.