Berthasaura | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Clado: | Dinosauria |
Clado: | Saurischia |
Clado: | Theropoda |
Família: | †Noasauridae |
Gênero: | †Berthasaura de Souza et al., 2021 |
Espécie-tipo | |
†Berthasaura leopoldinae de Souza et al., 2021
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Berthasaura é um gênero de dinossauros terópodes da família Noasauridae, nativo da formação Goio-Erê, do Cretáceo Inferior, entre o Aptiano e o Albiano. Até o momento, somente uma espécie foi nomeada, Berthasaura leopoldinae. O gênero faz alusão a Bertha Maria Júlia Lutz, em honra a suas contribuições e atividades sociais em relação aos direitos das mulheres no Brasil.[1]
O holótipo do gênero, MN 7821-V, consiste em um esqueleto praticamente completo e desarticulado, incluindo crânio incompleto, mandíbula incompleta, escapulocoracoides, membros anteriores, vértebras cervicais, dorsais, região sacral praticamente completa, fêmures e tibias quase completas e seções da cauda. Esses elementos provém da localidade Cemitério dos Pterossauros, na cidade de Cruzeiro do Oeste, no estato brasileiro do Paraná, e foram escavados entre os anos de 2011 a 2015.[1] Essa localidade é um afloramento da formação Goio-Erê, do Grupo Caiuá e Bacia Bauru, que data das idades Aptiana e Albiana do Cretáceo Inferior. Recentemente a correspondência do Cemitério dos Pterossauros a formação Goio-Erê foi contestada, onde um grupo de pesquisadores afirma que esta localidade é da formação Rio Paraná,[2] também do grupo Caiuá. Na descrição de Berthasaura, o sítio paleontológico foi atribuído a formação Goio-Erê. A datação também é questionada, já que antigas pesquisas apresentavam um datação do Turoniano ao Campaniano, enquanto outras defendiam uma idade mais anterior, do Coniaciano. As pesquisas mais recentes tem tratado essas formações com pertencentes as idades Aptiana e Albiana do Cretáceo Inferior.[3] Atualmente, o holótipo se encontra armazenado na Coleção de Paleovertebrados do Museu Nacional.
O nome Berthasaura faz referência a pesquisadora Bertha Maria Júlia Lutz, em honra a sua ativa participação política e social principalmente nas questões em relação aos direitos das mulheres. O sufixo saura é o feminino do palavra grega para lagarto. Já o epíteto específico B.leopoldinae homenageia Maria Leopoldina, a primeira imperadora brasileira, que teve grande atuação na independência do Brasil em 1822.[1]
Diferentemente da maioria dos noassaurídeos, Berthasaura leopoldinae apresentava características que favoreciam herbivoria, como crânio frágil, potencial rhamphothecae (bico queratinoso), dentário com bordas cortantes, ausência de dentes e superfície de mordedura simplificada. Essas características são convergentes com outros grupos de dinossauros provavelmente herbívoros, como Ornitomimossauros, Oviraptorossauros, Therizinossauros, Ornitísquios, Avianos basais e o noassaurídeo chinês Limusaurus, além de pseudosúquios popossauróideos e tartarugas. Contudo, não é parcimonioso atribuir uma dieta herbívora a esse táxon baseada apenas em carácteres morfológicos, já que presença de gastrolitos e análises isotópicas foram utilzadas para inferir com maior confiança uma dieta herbívora aos grupos citados anteriormente. Nenhum gastrolito foi encontrado associado ao holótipo de Berthasaura, e nenhuma análise isotópica foi publicada até o momento. Desse modo, os descritores preferiram por atribuir um dieta onívora e potencialmente herbívora para o táxon.[1]
O único outro noassaurídeo que apresenta uma condição edêntula é Limusaurus, do Jurássico Superior Chinês, que mesmo sendo mais antigo que Berthasaura, é mais derivado, integrante da subfamília Elaphrosaurinae. Análises filogenéticas e anatômicas demonstram que esses gêneros desenvolveram anatomias cranianas independentemente e que a falta de dentes não é distribuída na família Noasauridae. Diferentemente de Limusaurus, que perdia os dentes durante seu crescimento, Berthasaura aparenta não ter dentes em nenhum estágio de desenvolvimento ontogênico ou os perdia muito cedo, ainda em um estágio juvenil.[1]
O holótipo do gênero é um dinossauro de porte diminuto, com menos de 1 metro de comprimento. O animal adulto não seria muito maior, já que o espécime provavelmente era um jovem subadulto, comparável aos estágios 3 ou 4 de Limusaurus inextricabilis.[1]
A formação Goio-Erê é composta de estratos aeólicos, fato que demonstra as condições áridas desse paleoambiente. Durante o Cretáceo inferior, essa região era um deserto lar de outros répteis, como os pterossauros Caiuajara[4] e Keresdrakon,[5] o lagarto Gueragama[6] e o noassaurídeo Vespersaurus paranaensis,[2] da formação contemporânea Rio Paraná.
Na sua descrição, Berthasaura é atribuída a Noasauridae, representando o táxon mais basal conhecido. Nenhuma das filogenias testadas nesse artigo encontraram Berthasaura e Vespersaurus formando um clado, demonstrando que esses gêneros, mesmo sendo contemporâneos, são distintos.
Filogenia por de Sousa et al(2021)[1]:
Ceratosauria |
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